Nova Chance - Capitulo 1

Pensamento Sophia.
Mas um dia nesse inferno, não aguento mais. Desde criança fui criada pelo meu pai, o que só por si já era um inferno. Ele fazia questão de me proibir de tudo, tive uma infância triste sem amigos, por que nem mesmo a escola eu pude frequentar.
Ele sempre me dizia “Você é um investimento” Acho que foi a coisa mais carinhosa que ouvi daquele homem que se diz meu pai. Há alguns meses descobri qual era o investimento que ele se referia, desse dia pra cá me sinto suja e sei que preciso da um jeito de sair daqui, mas eu não vejo como.
Antônio: Sophia da pra ser mais rápida ou ta difícil?
Ele me chamava, eu era praticamente uma escrava nessa casa, e a noite ele me obrigava a sair pro ponto, já não aguentava mais, ele destruiu todos os meus sonhos de primeira vez pra conseguir mais dinheiro com isso.
Primeira vez com um velho, suado e bêbado. Não consigo esquecer aquela noite, a pior da minha vida. As imagens daquele cara em cima de mim, me alisando e me despindo me assombravam todos os dias.
Soph: Estou indo pai. Só vou lavar o rosto.
Antônio: anda logo por que estou com fome.
Nós tínhamos acabado de acordar, e eu tinha que descer pra fazer café, por que ele não tinha capacidade nenhuma de passar água por um coador. Esse pensamento me fez revirar os olhos.
Escovei os dentes, lavei o rosto, prendi meus cabelos em um coque frouxo e fui encontrar com ele na cozinha, antes que ele me dê um tapa pela demora.
Antônio: Às vezes tenho vontade de te dar uns socos, você demora demais, estou com fome. Mas não posso estragar a minha carinha linda. – Ele dizia segurando meu queixo e balançando.
Soph: O que você quer pro café?
Antonio: O de sempre, estou com pressa. – Disse isso e sorriu. Espera ela sorriu? Poucas vezes o vi sorrir, isso me assustava. O que ele estava planejando?
Enfim, fiz seu café preto e pão com ovo, era o que ele sempre comia. Depois ele se foi. Sentei no sofá e me permiti alguns minutos de lazer na televisão. Estava num canal de algum programa que não sei o nome, mas era de fofoca. Algum mauricinho famoso ia se casar com uma patricinha qualquer mudei de canal.

Pensamento Micael.

Agora já era, já estava anunciado esse meu casamento. Em pleno século XXI e eu estou sendo obrigado a me casar, e eu nem gosto daquela garota que acha que tudo rosa e perfeito. Reviro meus olhos. Acabei de completar 20 anos, acho que eu sou muito novo pra casar e me prender aquela menina. Gosto de baladas, curtição e pegação. Não gosto de viver enfurnado em uma casa, ouvindo asneiras da Laura.
Chay: Ei viado, vamos passar por aquela rua hoje?
Mica: Não estou muito afim, estou de luto.
Chay: Ahh para de viadagem, vai me dizer que agora vai parar de trair?
Ele ri da minha cara, até por que eu sempre trai todas as minhas namoradas...
Mica: Não quero me casar, você não entende?
Chay: Entendo, mas seu pai não entende.  Então digamos que você não tem lá muita escolha.
Mica: Isso é um absurdo.
Chay: Então vai contra ele ué.
Mica: Claro que não, ele me corta mesada, carro e todas as outras mordomias que eu tenho, por que eu faria isso? Como eu sobreviveria?
Chay: Trabalho?
Ri, gargalhei. Foi demais essa, eu trabalhar?
Mica: Ok é engraçadinho. Vamos passar por lá, mas quero pegar a Lily.
Chay: Tudo bem, eu pego a Marcelly.
Mica: Deixa ficar mais tarde né, acho que elas ainda não estão lá.

Ficamos conversando sobre alguns assuntos aleatórios. E depois fomos, me desculpe Laura, mas não sou homem pra você, alias você não é mulher pra mim.

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