Futuro Planejado - Capitulo 65

Três dias tinham se passado e eu estava na casa da minha mãe. Não tinha me mudado, não tinha me separado, só queria uma prova de que ele era inocente, isso não é pedir demais. Porque era ele naquela foto.
Ainda não o tinha visto desde que sai, eu não estava indo trabalhar e ele ainda não tinha vindo ver a Clara. É logico que eu pensava que o Léo tinha alguma coisa a ver com isso, mas ele desde que voltara nem olhava pra mim ou para o Micael, não parecia que ainda queria ficar comigo. Tinha também a Julia, nessa eu acreditava que poderia ser, ela tinha jurado que ia acabar com meu casamento, por mais que eu não veja ela há um tempo, eu ainda penso que, se foi armação foi ela.
Estou morrendo de saudades do Micael, e me recuso a ligar, não quero vê-lo, porquê sei que se eu o ver vou acabar tendo uma recaída.
Tava distraída na cama, com a Clarinha dormindo em cima de mim. Olhei o relógio e eram quatro horas da tarde. Ouvi minha mãe gritando meu nome e revirei os olhos. Ela sempre fizera isso, ao invés de subir e vir aqui falar comigo.
Me levantei com cuidado e coloquei minha filha na cama com travesseiros ao seu redor, mas se ela acordasse seria um problema, já que ela não para quieta.
Me olhei no espelho do armário por habito e fui pra escada. Do topo dela, vi Micael sentado no sofá ao lado da minha mãe e meu coração acelerou. Era muita saudade do meu preto, era muito amor. Desci devagar e parei no ultimo degrau.

- Oi mãe diz. - Eu tava com a cabeça baixa enquanto fingia que mexia no celular pra não encara-lo.
- Filha, Micael quer ver a Clara. - Ela disse e eu levantei a cabeça e guardei o celular. Olhei pra ele, e ele já estava de pé olhando pra mim.
- Oi Sophia. - Ele me disse, seu olhar continha muita saudade, ficamos nos encarando e me faltavam palavras, eu estava presa a seu olhar. - Como você está?

Com saudade, com muita saudade. Do seu jeito, do seu abraço, do seu carinho. Sinto falta do seu beijo e de dormir agarradinho depois do amor. Mas eu não diria isso.

- Estou bem, obrigada! E você, como tem andado? - Pelo canto do olho vi minha mãe saindo de fininho.
-  Mal. - Ele disse e enfim desviou o olhar de mim. - Sophia, eu sinto sua falta.
- Micael, por favor. Não comece.
- Com o que? Não posso dizer que sinto sua falta? - Ele agora me olhava de novo.
- Não, você me traiu. - Sabia que lagrimas iam rolar de novo.
- Eu nunca fiz isso. Não sei quem pode ter sido. Menina, eu amo você.
- Você veio ver a Clara né, ela ta dormindo. - Mudei de assunto e ele suspirou.
- Não me ama mais? Tá bem sem mim aqui? - Ele me perguntou, tinha dor em sua voz.

Eu não podia negar, não dava. tinha medo de negar e ele se afastar, não me querer mais. Estou super confusa. Me sentei na escada e coloquei o rosto entre as mãos. Ele atravessou a sala e se sentou ao meu lado. Não me tocou, mas estava bem proximo.

- Não entendo você Sophia. Fica comigo, volta pra casa. Não faz isso com a gente. - Ele suplicava. - Não dá gostinho de vitoria a quem quer que tenha feito isso.
- Não tô dando. Eu só tenho medo de acreditar que seja verdade. - Disse ainda sem levantar o rosto.
- Mulher, não é. Já disse. Nunca toquei em outra mulher desde que nos casamos.

Ouvimos um choro vindo do andar de cima e sabiamos que a Clara tinha acordado. Subimos sem nada dizer e fomos até o meu quarto, ela estava na beirada da cama tentando descer, os pezinhos já quase no chão, mas tinha medo.

- Mas como ta Arteira essa menina. - Ele disse, ela sorriu quando viu o pai e subiu as pernas pra cima da cama. Ele a pegou no colo. Era lindo de ver, e piorava minha situação. Eu tinha muitas saudades do nosso tempo juntos e só tinham se passado três dias. O celular dele tocou, ele estava com as mãos ocupadas por causa da Clara. - Atende pra mim, por favor?
- Mica, eu acho melhor não - Eu disse sem querer me meter.
- Sophia, é só um telefone. Deve ser meu pai. - Ele revirou os olhos.

Dei de ombros e peguei o celular em seu bolso traseiro. Atendi e uma mulher falou.

- Alô meu bem? Cadê você? Cheguei aqui na sua casa e você não esta. - Eu não tive voz pra falar. Acho que minha expressão disse tudo. Micael me olhou assustado.
- Que foi? - Perguntou
- Quem é? - Eu disse para o telefone.

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