Futuro Planejado - Capítulo 66

- Uma mulher? Quem é você, e o que faz o telefone do Mica? - A voz de mulher me perguntou.

- A mãe da filha dele. - Eu disse sem mais.
- Quem é Sophia? - Ele me perguntou mais uma vez. - Fala!
- Eu não sei. Não conheço. É uma mulher.
Ele franziu o cenho e estendeu a Clara pra eu pegar e depois pegou o celular. Colocou sobre o ouvido e então tirou.
- Não tem ninguem na linha. - Ele disse confuso, mexeu no celular acho que na ultima ligação e levantou o olhar meio frustado. - Chamada restrita. O que a pessoa disse?
- "Alô meu bem? Cheguei aqui na sua casa e você não esta!" - Eu fiz a voz fina. - Mais ou  menos isso.
- Meu bem? Na minha casa? - Ele pareceu pensar e então sorriu. - Que ótimo.
- Ótimo? É deve ser bastante pra você. - Disse de cara feia saindo do quarto.
- Não vou explicar agora o porquê disso ser bom. - Ele veio atrás de mim.
- Não precisa explicar, eu sei que é bom. Agora vai, porquê o seu bem ta te esperando. - Disse completamente ironizando enquanto desciamos as escadas. Meu pai e minha mãe estavam na sala assistindo televisão.
- Sophia pare de deboche. - Ele disse me olhando serio.
- Para de me irritar - Eu disse e alterei um pouco a voz.
- Se for pra gritarem por favor façam isso na casa de vocês. - Meu pai disse em um tom de voz alto, mas ainda com os olhos pra televisão.
- Desculpa Seu Renato. - Micael disse e ficou me olhando. - Para de pirraça.
- Micael, você não me engana mais, você vem aqui  diz que me ama e no final tem uma qualquer ligando pro seu celular dizendo que ta na minha casa te esperando. - Terminei de falar alto demais, Clara tomou um susto e começou a chorar.
- Parem de discutir, olha minha neta como está. - Minha mãe se levantou e veio pegar a Clara do meu colo, logo depois voltou ao sofá.
- Desculpa mãe, é que estou irritada. - Eu disse e olhei pra Micael.
- Não deveriam brigar, deveriam se entender. Vocês se amam. - Ela falou e nós tinhamos os olhares fixos um no outro.
- Eu já disse isso Dona Branca, mas a Sophia é complicada. Nunca trai ela. E nem tem ninguem na nossa casa me esperando. - Minha mãe deu de ombros sem querer se envolver e eu não falei nada. - Eu ainda vou te provar isso!
- Enquanto não prova, pode ir embora. - Eu disse fria, caminhando até a porta.
- Tá me expulsando? Só fiquei uns cinco minutos no maximo com a Clara. - Disse inconformado.
- Foi o suficiente. Volte outro dia. - Ele suspirou e veio até a porta, já do lado de fora ele me puxou tão rapido que quando dei por mim estava em seus braços e ele me roubava um beijo. Quando me soltou não disse mais nada e foi embora rindo.
Voltei pra dentro com a mão na boca e lagrimas nos olhos. Olhei minha mãe e meu pai ali juntinhos no sofá segurando a Clara e fiquei com inveja, queria ser assim também. Eles ouviram o meu soluço e meu pai se levantou e saiu da sala, me deixando a sós com a minha mãe. Eu me aproximei e me deitei em seu colo.
- Mãe por que tem que ser tão difícil? - Perguntei entre soluços.
- Acho que você está sendo dura demais com ele. - falou enquanto me fazia cafuné - Ele sempre lutou para ter o seu amor, eu não acho que ele trairia você.
- Mas mãe eu vi as fotos. - Argumentei.
- Filha, um bom editor consegue fazer fotos como ninguém. Tudo pode ser armado, você pode estar cometendo uma injustiça enorme com ele. Pode ser um erro que você nunca vai se perdoar...

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