Reviravolta - Capitulo 8

- Olha Sophia, vamos tomar café primeiro... Depois conversamos. - Passou uma das mãos pelo pescoço.
- Pai, fala logo. - Disse séria.

- Meu amor, como vou empregar esse rapaz? Sei nem se sabe fazer alguma coisa que seja útil pra gente lá na empresa.
- Ele aprende pai, precisa só de uma oportunidade. - Tentei ajudar, justificar.
- Olha Sophia, posso até ajudar. Mas ele precisa sei lá, fazer um curso profissionalizante. - Meu pai explicou.
-  E como ele vai fazer isso se não tem nem lugar pra ir? Não tem o que comer! - Gritei - Pai ele precisa de ajuda!
- Calma Sophia - Ele disse baixo - Você tá muito nervosa, estamos pela manhã ainda.
- É que vocês não entendem. - Falei baixo - Eu preciso ajudar ele...
- Eu sei filha, você nem deixou eu falar. - Colocou a mão em cima da minha. - Vou mandar arrumar a casa amarela pra ele ficar, então matriculamos ele em um curso de sei lá, contabilidade. Ele pode estagiar lá na empresa.

Eu não acreditei no que ouvi. Naquele instante um sorriso involuntario me escapou e eu me levantei agarrando meu pai e gritando varias vezes obrigada pra ele que só riu e me abraçou de volta.

- O senhor não sabe como me deixou feliz. - Dei um beijo em sua bochecha.
- É o que eu quero sempre minha princesa, mas olha aqui - Mudou o tom para sério dessa vez. - Não quero você enfurnada na casa dele. Não Quero um Neto Sophia! - Falou alto e eu logo corei.
- Pai, ele é só um amigo. Só, nada mais. - Falei olhando para o chão e muito sem graça.
- Duvido. Você não brigaria assim por um amigo, esse garoto te interessou.
- Talvez um pouco, mas não é por isso que eu quero ajudar ele. - Levantei a cabeça e o encarei. - Não se  importe com isso. Eu tenho juizo.
- Acredito que você tinha, hoje em dia já nem sei mais. - Ele ssacudiu a cabeça negativamente.
- Ai pai que horror, claro que tenho.
- Sophia por que não vai ajeitar a casa pra receber o seu "amigo"? - Fez sinal de aspas com as mãos. - Sei lá, ver o que falta lá, tipo roupa de cama e pratos. Por que mobiliada eu sei que já está.
- Isso mesmo, vou lá ver. - Bati palmas animada - Farei uma lista e depois vou vê-lo no hospital. - Me levantei apressada e deu um beijo na bochecha do meu pai - Te amo! - Olhei a minha mãe e fiz a mesma coisa - A você eu também amo, tchau.

Subi correndo e euforica, me arrumei com um vestidinho rosa bebê e um salto 6 dourado. Resolvi tirar as cores claras do armario. Me penteei e pus um lacinho também rosa no cabelo, combinou perfeitamente com as minha mechas roxas que tinham ainda ali. Desci rapido, peguei as chaves da casa e fui pro meu carro, a casa amarela não era longe dali, e nem grande. Tinha quarto, sala, cozinha e banheiro, fora a garagem e a varanda que tinha... Era um otimo lugar e não ficava longe da minha casa, apenas dez minutos de carro e uns vinte caminhando.
Cheguei e fui logo analisando a casa, estava perfeita e realmente só faltavam alguns detalhes. cheguei ao quarto e me deitei na cama, fechei os olhos e comecei a imaginar nós dois ali, juntinhos... Eu sabia que estava viajando mas precisava ao menos saber o gosto do beijo dele.
Abri meus olhos assustada e procurei meu celular. Duas e quinze já, eu tinha adormecido e perdido completamente o horario. Sai mais uma vez como uma louca, mas dirigi com cuidado até o hospital.
Cheguei lá, já eram quase três e meia, dei meu nome na recepção e logo depois o de Micael e pra minha surpresa ele não estava lá.

- Como não está aqui? - Disse espantada.
- O paciente que a senhora procura recebeu alta hoje pela manhã. - Me informou o menino da recepção.
- E para onde ele foi? - Perguntei.
- Isso eu não sei, me desculpa, mas ele saiu e não disse nada. - Deu de ombros.
- Obrigada...

Voltei ao meu carro meio desnorteada, eu tinha dito que viria, por que será que ele não tinha me esperado? Onde será que ele estava? Perguntas que talvez eu nunca teria a resposta.

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