Reviravolta - Capitulo 98

Eu estava em uma reunião com os outros contadores da empresa e não tinha como escapar. Como chefe tinha que ficar ali até o final. Descobrindo formas de economizar nesses tempos de crise, novos contratos e clientes. A reunião teve fim meia hora depois da ligação de Sophia, eu estava mentalmente exausto quando sai da sala.

- Precisa de alguma coisa, Micael? - Amanda perguntou e eu a olhei, então ela apressou a se corrigir. - Dr Micael.
- Preciso de uma bela massagem, acompanhada de uma linda noite de sono. - Falei suspirando, ela ficou sem ter o que me responder.
- Vou ter que sair... Cuide das coisas junto com eles. - Ela assentiu e eu então sai do prédio e fui pro carro. Dirigi meio que rápido até o hospital que Sophia tinha passado o endereço e não foi difícil encontra-las.
- Papai! - Alycia que estava no colo de Matheus, desceu correndo e veio me receber.
- Oi minha princesa! - Disse a pegando no colo e dando beijinhos. Me aproximei do resto da familia.
- Estava com saudades já, papai. - Ela riu sapeca e eu a admirei, não sabia como era possível amar tanto uma menininha.
- Eu também estava meu amor, não via a hora de poder te abraçar. - Apertei ela mais um pouco e ela gargalhou. - Oi gente. - Deu um beijo na testa da minha mãe, apertei a mão do Matheus e dei um selinho em Sophia, antes de Alycia no meu colo atrapalhar.
- Não fica beijando minha mamãe. - Ela disse e despertou risos deles ali. Risos fracos, mas eram risos.
- Ciumentinha. - Sophia apertou sua bochecha, ela riu. Me sentei ali perto deles e enfim todos ficamos sérios.
- E a Bruna, quais as noticias? - Agora meu tom era apreensivo.
- Ela acordou, fez uma bateria de exames e agora só esperamos os resultados. - Minha mãe falou triste.
- Já falaram com ela? - Perguntei.
- Por alguns minutos, mas ela não disse nada. Ela esta muito retraída, não sei o que é, não quer conversar. - Ela se matirizava, achava que a culpa de tudo era dela, podia não dizer isso, mas eu sabia que estava pensando em algo do tipo.
- Ela vai ter que falar, pelo menos quando os resultados saírem. - Falei sério e então um médico apareceu perguntando pela familia. Minha mãe levantou rapidamente e eu passei Alycia pra Sophia e fui ficar ao lado dela.
- Como está minha filha, o que os resultados apontaram? - Ela Estava desesperada.
- Aparentemente sua filha está ótima e saudável. - Ele falou e eu vi o alivio na expressão dela, mas eu sabia que tinha mais por vir. - Foram encontradas substancias em seu sangue, aparentemente ela tomou uma dose muito alta de remédio, uma dose que poderia tê-la matado, ou o bebê. Talvez essa tenha sido a ideia. - Ele terminou de falar e nós não tínhamos reação.
- Podemos vê-la? - Perguntei e ele assentiu, mas sem algazarra. - Nós assentimos e ele se foi. Voltamos pra perto dos outros sem saber o que pensar.
- O que foi gente? - Matheus perguntou e levantou pra abraçar nossa mãe. - Ela estava chorando muito, não conseguia falar.
- Aparentemente a Bruna tentou um aborto. - Eu disse olhando pra Sophia, provavelmente ela tinha o mesmo pensamento que eu.
- Ou se matar. - Minha mãe disse entre soluços.
- Ela não tentou se matar mãe, ela quis abortar esse bebê. Temos que saber se é do Paulo. - Falei sério e eles dois olharam pra mim horrorizados.
- Meu pai não seria capaz de fazer isso.
- Seu pai é capaz de tudo. - Falei olhando nos olhos, séria. - Se ele foi capaz de comer a própria filha, poderia ter engravidado, mesmo que não fosse a intenção. - Fui grosso, eles precisavam enxergar a realidade, mas tinha esquecido de Alycia ali.
- Micael! - Sophia me repreendeu.
- A leve pra casa - Falei e ela negou com a cabeça.
- Não vou a lugar nenhum, vamos nos casar, sua familia é minha também. - Falei e eu fiquei ainda mais apaixonado depois dessa. - Controle sua língua.

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