Inevitável - Capitulo 101

- Micael, não vira sua raiva pra mim. - Respondi calmamente.
- Só te fiz uma pergunta.
- Pelo amor de Deus, não briguem por causa disso também. - Luiza se levantou e se pôs entre nós.
- Olha, ela agora zela pelo nosso relacionamento. - Micael debochou.

- Micael, você precisa se acalmar. - Pedi e ele respirou fundo.
- Desde quando, Sophia? - Repetiu a pergunta e eu rolei os olhos.
- Desde hoje na hora do almoço quando a Luiza levantou da mesa e eu fui atrás. - Dei de ombros.
- E não me contou por quê? Foi a hora que aquele imbecil chegou aqui. - Voltou a falar alto.
- Não contei porque a Luiza estava com medo da reação do Marlon, eu não ia me meter. Eu convenci ela a contar tudo pra vocês depois do almoço. - Ele riu, parecia não acreditar em nada do que eu estava falando.
- Nossa que genial, com certeza ia melhorar a situação.
- Com certeza você sabendo de tudo isso pela boca dela ia ser melhor do que por outra pessoa. - Dei de ombros e ele abaixou o olhar.
- Acabei de saber que o filho que eu tanto amo, na verdade não é meu. Nada tornaria isso melhor. - E então ele deu uma ultima encarada na Luiza e foi pro quarto.
- Meu Deus, eu só faço merda. - Luiza sentou com as mãos no rosto. - Eu juro que me arrependo de tudo isso, Sophia.
- Não faz muita diferença se arrepender agora né. - Fui um pouco grossa, ver Micael daquele jeito estava partindo meu coração.
- Eu sei, mas não posso fazer nada. - Ela chorava de novo.
- Bom, vou tentar conversar com Micael. De manhã a gente se fala. - Eu sai dali, Marlon não disse nada e também foi pro quarto dele, a deixando assim sozinha.

Eu entrei no quarto apreensiva com tudo que podia acontecer, na briga que poderia acontecer. E o encontrei andando de um lado pro outro.

- Fazer um buraco no chão acalma? - Me encostei no guarda roupa e o observei.
- Ainda estou aqui pensando em como você pôde ficar do lado dela. - Não me encarou, continuou andando de um lado para o outro.
- Não estou do lado dela, estava do lado da razão. - E então ele parou de frente pra mim. - Não adianta me olhar com essa cara.
- Que cara? - Levantou uma sobrancelha.
- Cara de quem tá com raiva. - Ele bufou. - Eu não ia deixar você expulsar ela daqui, isso não significa que eu a apoie.
- Ah, Sophia. - Jogou as mãos pro alto. - Você parece que não liga pro que eu estou sentindo.
- Eu imagino o que você está sentido. Eu também tenho raiva por ter te enganado por tanto tempo, mas eu só tô pensando racionalmente.
- Eu não quero pensar racionalmente, só quero bater em alguma coisa. - Gruniu.
- Acho que agora ela vai pagar por tudo que fez a você, com o Marlon. - Tentei consola-lo e ele bufou.
- Ela não da a minima pro Marlon. - Rolou os olhos.
- Ai é que você se engana. - Me aproximei dele. - Quando ela me contou toda historia, o medo de perder o Marlon era tudo que ela falava. Ela não ligou pro que você ia fazer ou pensar dela. O foco era do Marlon, ela fala dele com um brilho nos olhos que eu só via no começo do namoro de vocês. - Me forcei a falar a ultima parte mesmo sem querer.
- Tu acredita nela? - Eu assenti. - Me desculpa, mas eu não acredito em nada que saia da boca dela.
- E você tem todo o direito, mas eu acho que devia dar o beneficio da duvida. - Ele me olhou sem acreditar. - Eu sei que você acabou de descobrir a traição e tudo mais, mas pensa, depois de um tempo que ela estava com ele, parou de perturbar a gente, ela até ficou com a Emily, amor.
- Não me importo com a traição, eu já sabia de certa forma, mas a historia do Felipe ainda mexe demais comigo. - Me aproximei e peguei sua mão.
- Vem, vamos pra cama, está tarde. Amanhã, quer dizer, mais tarde a gente pensa no que fazer. - Disse e ele suspirou me acompanhando até a cama, mas eu duvido que alguém nessa casa dormiria hoje.

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