Inevitável - Capitulo 102

Acordei ás sete horas com Emily chorando, provavelmente com fome. Olhei para o lado e vi Micael dormindo, então levantei rápido para que ele não acordasse com o choro da nossa filha. Passei pela sala e não vi a Luiza no sofá, ou milagrosamente ela já tinha se entendido com Marlon, ou já tinha ido embora.


- Bom Dia, como Micael está? - Meu sogro perguntou ao passar pela sala.
- Agora dormindo, vim buscar a Emily para ele não acordar. - Ele assentiu.
- Que bom, ele precisa descansar. - Sorriu pra mim. - Diga a ele que não precisa ir trabalhar, se quiser.
- Claro, obrigada! - Eu fui então pro quarto da minha filha e encontrei Luiza lá com ela no colo.
- Pensei que tivesse ido embora.
- Ainda não, eu queria ver como o Marlon está antes de ir. - Ela deu de ombros.
- Será que ele vai querer falar com você? - Perguntei receosa.
- Acho que não. - Sua voz falhou.
- Oi, titia! - Felipe coçou os olhinhos e eu sorri. Era incrível como ele dormia no mesmo quarto que a irmã, mas não acordava com o choro dela. - Oi, mãe.
- Oi, meu príncipe. - Eu e Luiza falamos ao mesmo tempo, nos olhamos e rimos. - Tá cedo amor, pode dormir mais. - Eu completei.
- Não quero. - Respondeu.
- Então vai lá no banheiro que a titia ja vai ajudar você a escovar os dentes e a tomar banho. - Ele assentiu e saiu do quarto.
- E o Micael, como está? - Perguntou apreensiva.
- Do mesmo jeito de ontem, quase não dormiu, senti ele rolando a noite toda. - Ela suspirou.
- Eu sinto tanto por isso. Eu juro que nunca foi a intenção. - Eu rolei os olhos.
- Luiza, como você achou que ele ficaria quando descobrisse que você teve um caso com o amigo dele?
- Não queria que ele descobrisse isso, muito menos a historia do Felipe. - Ela se sentou na cama, ainda com a minha bebê no colo. - Eu realmente não sei o que fazer.
- E nem eu sei como te ajudar. - Me sentei ao seu lado. - Você tem que dar um tempo para os dois assimilarem isso.
- Se você soubesse como é difícil essa historia de tempo. - Eu estava sentindo que ela estava prendendo o choro.
- Eu sei como é. - Pus a mão em seu ombro. - Mas é necessário.
- Mas e o Felipe, eu tava tão mais próxima dele. - Suspirou. - Minha vida estava realmente voltando pro lugar desde que eu decidi fugir com o Lucas, e eu consegui estragar tudo de novo.
- Não se culpe tanto. Mentiras sempre são descobertas. - Dei de ombros.
- Tem razão. - Ela limpou umas poucas lagrimas que escorreram e se levantou. - Toma aqui a sua princesinha que eu vou lá ajudar o meu menino no banheiro.
- Tem certeza? - Me levantei pegando minha filha.
- Sim, pelo menos dele eu vou me despedir antes de ir, - Fungou.
- Ok então. - Ela saiu do quarto. Eu sentei na cama com minha bebê e comecei a amamenta-la. Diante de toda essa confusão, ela sorriu pra mim e foi como se nada estivesse acontecendo.

Acabei pegando no sono junto com a Emily ali na cama do Felipe, não sei por quanto tempo eu dormi, mas quando abri os olhos, Felipe me encarava com cara de sapeca.

- Por que ta dormindo na minha cama, titia? - Eu cocei os olhos e me sentei, Emily estava acordada, mas quietinha.
- Peguei no sono sem querer amor, e você, já comeu? - Perguntei e ele riu.
- Já, minha mãe fez café antes de ir embora. Ela disse que não sabia quando ia voltar. - Ele pareceu triste. - Ela vai sumir por tanto tempo como da ultima vez?
- Não, Felipe. - Falei depressa. - Ela tá na casa da vovó. - Ele pareceu aliviado. - E seu pai, já acordou?
- Não, nem o tio Marlon. - Ele parecia desapontado. - Vocês ficaram brigando até tarde com a minha mãe, ai não acordam.
- Ei, não fala assim, era um assunto sério. - O repreendi.
- Eu ouvi, aquele amigo do papai disse que eu sou filho dele. - Eu arregalei os olhos.
- Era pra você estar dormindo, não ouvindo a conversa dos outros. - Repreendi.
- Mas titia, eles estavam gritando. - Se defendeu. - Meu papai também gritou isso pra minha mãe um monte de vezes. - Ele parecia triste. - E agora titia? Ele não me ama mais?
- Não fala besteira, seu pai sempre vai te amar. - O puxei para meus braços. - Isso não muda nada.
- Não? - Dei um beijo em sua testa. - Ele não é meu pai, tem raiva da minha mãe, vai ter raiva de mim também. Titia, eu não quero aquele moço como papai. - Ele começou a chorar, desesperado. Eu não sabia o que fazer. Levantei e peguei Emily no colo.
- Espera aqui rapidinho, ta bom amor? - Ele assentiu, secando algumas lagrimas. Eu tinha dó de vê-lo assim. Fui no quarto e infelizmente acordei Micael.
- Amor. - Eu chamei baixinho enquanto balançava ele com uma mão livre. Ele devagar abriu os olhos.
- Bom dia, amor. - Disse enquanto se espreguiçava. - Tá cedo ainda?
- Não, já passa das dez. - Ele arregalou os olhos.
- Sophia, eu tenho que trabalhar. - Ia se levantar correndo.
- Seu pai disse que podia ficar em casa. - O cansaço em seus olhos era visível, não queria tê-lo acordado, mas não tinha outra escolha. - Preciso que vá conversar com Felipe.
- Com Felipe? - Me olhou sem entender.
- Ele ouviu toda a briga de ontem, está desesperado, precisa de você. - Expliquei.
- Que merda! - Tinha dor em seus olhos, mas ele saiu atras de seu menino. Não tinha quem dissesse que o menino não era seu filho.

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