Inevitável - Capitulo 105

- Acho que não temos nada pra conversar. - Marlon disse frio e distante.
- Não é possível que você tenha me esquecido assim... - Falei com a voz carregada pelo choro.
- Não, é claro que não. Eu amo você. - Eu sorri, mas a expressão dele era triste. - Mas como meu irmão sempre disse, nosso namoro foi um erro.

- Seu irmão tem implicância por ser eu. - Rolei os olhos. - No fundo o Micael fica dando uma de que não liga, mas ele tem raiva porque eu fui embora. - Bufei.
- Não é pra menos, eu também tenho raiva porque você foi embora. - Ele deu de ombros.
- Eu sei que fiz besteira, não devia ter deixado o Felipe e o Micael do jeito que eu deixei, fiz todo mundo sofrer desnecessariamente, mas na hora eu achei válido. Eu também voltei pelos motivos errados, eu sei. - Já não conseguia conter as lagrimas. - Me aproximei de você pelo motivo errado também, mas aconteceu que eu realmente me apaixonei por você.
- Luiza, você me traiu, mulher. - Jogou na minha cara. - Por mais safado que eu fosse, eu nunca fiquei com outra mulher.
- Nunca? - Arqueei uma sobrancelha. - Nem no inicio do nosso namoro.
- Você nunca vai me perdoar? - As lagrimas estavam mais frenéticas agora, eu dei um passo na direção dele.
- Não sei, Luiza. - Balançou a cabeça, claramente confuso. - Ficar longe de você dói, mas ficar com você e sentir medo de que você faça de novo.
- Não vou fazer, tudo que está acontecendo é porque eu me recusei a voltar com ele, você não entende? - Minha voz soou desesperada.
- Não quer agora, depois eu não sei. - Deu de ombros. Eu cheguei bem perto dessa vez e segurei seu rosto nas minhas mãos.
- Não tem depois, por favor, entende que eu te amo. - Supliquei.
- Você amava meu irmão e fez o que fez. - Desviou o olhar.
- Eu era boba, imatura, jovem. Só tinha tido o Micael, já expliquei. - Respirei fundo. - Não sou a mesma de antes. - E antes que ele pudesse me responder, eu estava beijando-o.

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- Dá pra me esperar? - Eu meio que gritei na rua para Micael que estava a alguns passos de distancia. Ele parou.
- Dá pra parar de falar besteira? - Respondeu com uma sobrancelha arqueada.
- O fato de você agir dessa maneira só mostra o quão certa eu estou. - Sorri e ele bufou.
- Acho melhor a gente voltar pra casa, não sei nem onde estamos indo. - Ele olhou em volta.
- Era pra encontrarmos seu pai e Felipe, mas nem sei onde eles estão. - Dei de ombros.
- Vamos embora pra casa, se aqueles dois quiserem se entender, que saiam eles.
- Você é horrível mesmo hein. - Rolei os olhos.
- A gente mora lá. - Ressaltou como se não fosse obvio.
- Mas se fosse a gente precisando se entender, eles sairiam sem problemas. - Desviou o olhar e focou na nossa filha.
- Sua mãe é uma puxa saco viu Emily? - Ela estava dormindo no colo dele, como a princesinha que é.
- Você tem que deixar de ser essa pessoa difícil.
- Me diz como você pôde perdoar ela? - Sua expressão agora era sofrida. - Ela só fez mal pra gente.
- Ela mudou. - Defendi.
- Eu não boto minha mão no fogo. - Voltou a encarar nossa bebê. - Ela fez eu vender a nossa casa, por causa de dinheiro pra fugir com aquele cara e agora estamos morando na casa do meu pai com aquele inferno todo.
- Isso sinceramente foi o menor dos males né, Micael?! - Ele negou com a cabeça.
- Eu queria dar pra você tudo do bom e do melhor, e agora nós não temos nem casa. - E então eu me aproximei dele e peguei a Emily no colo.
- Tá vendo essa coisinha fofa aqui? - Ele assentiu. - É a melhor coisa que você poderia me dar.
- Não é disse que estou falando. - Ele negou com a cabeça.
- Mas é o que eu estou, nada mais importa se eu, você, Emily e o Felipe estivermos juntos. Nossa familia é tudo de bom, o resto se ajeita. - Ele sorriu e me deu um beijo.
- Eu te amo. - Suspirou.
- Eu também te amo. - Nós nos beijamos novamente.
- Agora vamos voltar pra casa, porque o sol tá forte na cabeça da Emily.
- Tudo bem, nisso você tem razão. - Eu assenti e nós voltamos para casa, caminhamos alguns minutos, conversando sobre coisas aleatórias. Quando chegamos eu achei que íamos encontrar eles gritando um com o outro, mas não foi o que eu vi, eles estavam se beijando e um sorriso surgiu no meu rosto. Ouvi Micael fazer um ruido de nojo antes de passar correndo para o quarto. Eu pigarreei chamando atenção. - E eu com medo de voltar pra não presenciar briga. - Falei rindo.
- Dá um tempo, Sophia. - Marlon disse e eu gargalhei.
- Ain, deixa eu pegar esse bebezinho mais lindo. - Ela veio mim e pegou minha filha no colo. - Que coisa mais fofa da titia.
- Tivemos que voltar, sol tá forte pra Emily. - Dei de ombros explicando o motivo.
- Tudo bem, deu tempo da gente conversar. - Ela respondeu ainda acariciando a minha filha. - E o Micael, como está?
- Ainda com ódio de você. - Ela deu de ombros. - Acho que nunca vai passar, ele não vai superar aquela traição.
- Acredita que ele tem mais raiva por causa que teve que vender a casa do que da traição. - Dei de ombros.
- Hã? Como assim? - Ela parecia confusa - Isso não faz sentido.
- Pois é, eu descobri agora. Claro que ele tem raiva por tudo, mas o principal é porque teve que vender a casa e agora não temos uma.
- Micael é inacreditável as vezes. - Marlon rolou os olhos e eu sorri.
- Não o culpo, faz parte dele já. - Dei de ombros. - Bom, vou colocar a minha filha no berço e ver como ele está. Divirtam-se ai crianças. - Peguei a Emily do colo dela e fui pro quarto da minha bebê.

5 comentários:

  1. todos se acertando q coisa linda. continuaaaaasz

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  2. Faz sentido sim, ele não liga pra Luizs então a traição é o de menos mas por causa dela a família dele não tem casa e tem que ficar presenciado essas coisas

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