Inevitável - Capitulo 93

Sophia já tinha saído do hospital e estava em casa há mais de um mês. Emily era a menina mais mimada da historia, isso por todos nós.

Marlon e Luiza ainda estavam juntos, por incrível que pareça. Eu já não implicava, mas não fazia questão de ficar conversando com os dois sobre isso.
Era um sábado a tarde eu estava com a Sophia na sala, Emily dormia e Felipe brincava no quintal com meu pai.

- Acho que a gente podia sair. - Sugeri e ela me olhou.
- Pra onde? - Perguntou curiosa.
- Pra qualquer lugar que você queira. Nós não temos saído muito desde que nossa vida virou de cabeça pra baixo. - Dei um beijo no topo da cabeça dela e ela sorriu.
- Ainda não quero sair. A Emily só tem um mês. - Disse como explicação e eu rolei os olhos.
- Sophia, sabe que não existe nada contra bebês saírem de casa né? - Eu ri e ela me olhou feio. - Hey, calma tá.
- Eu tô calma. - Rebateu.
- Tá bom, então esquece a ideia de sair. - Eu dei de ombros e fiquei mudo. Ouvi a porta se abrir depois de um tempo. Pelas vozes reconheci Marlon e Luiza.
- Olá. - Eles disseram em uníssono e caíram na gargalhada eu só rolei os olhos.
- Oi. - Respondi sem animo e Sophia fez a mesma coisa. Eles se olharam sentindo que alguma coisa ali não estava boa.
- Cadê a fofurinha? - Luiza perguntou e Sophia então sorriu. Era só falar de Emily pro bico desmontar.
- Está dormindo. - Rolei os olhos. Eles se sentaram no sofá.
- Está tudo bem ai? - Marlon perguntou receoso. - Entre vocês?
- Está ué. - Sophia respondeu e eu ri. - Qual o motivo da risada? Por um acaso não está?
- Claro que está linda. - Ela deitou no meu colo e eu ainda segurava o riso.
- E vocês, qual o motivo de tanta alegria?
- Nada de especial, a gente só se diverte junto. - Se olharam e começaram a rir.
- Vocês estão é me assustando. - Arregalei os olhos. - Parem de ser felizes na minha frente. - Brinquei.
- Ué, a felicidade deles está te deixando triste, Micael? Por um acaso você não tá feliz? - Sophia se sentou e me encarou.
- Meu Deus mulher, não seja louca, eu estou brincando. -  Justifiquei, mas ela fez uma cara ainda mais feia.
- Ah, agora sou louca? - Se levantou e saiu pro quarto. Eu fiquei sem entender nada.
- O que foi isso? - Luiza me perguntou e eu dei de ombros me deitando no sofá com as pernas pro alto.
- Sophia tá ficando louca, unica explicação. - Fechei os olhos. - Agora a pouco eu chamei ela pra sair e ela quase brigou comigo.
- Tem alguma coisa incomodando ela, você deveria saber o que é. - Marlon falou e eu abri os olhos pra encara-lo.
- Jura que você tá me dando conselhos amorosos, Marlon. Justo você? - Debochei e eles riram.
- Ih, agora eu sou um cara do amor. - Fingi que ia vomitar.
- Que nojo cara. - Eles riram. - Não faça mais isso.
- Alá amor, o cara tem problemas. Não aguenta a verdade. - Eu fiz careta e fechei os olhos novamente. - Nasci pra ter um relacionamento, só estava esperando a pessoa certa.
- Ou, só estava esperando eu me separar né? - Ri ainda de olhos fechados e senti uma almofada na minha cara.
- Cala a boca, Micael. - Falou um pouco bravo.
- Ué, você não aguenta a verdade também? - Ironizei.
- Ah, vocês não vão começar a brigar, vão? - Luiza falou alto e eu ri. - Não dá chilique, Marlon. Sabe que eu fui casada com ele.
- É, sei. - Ele saiu da sala batendo pé e eu ri.
- Parece que toda vez que tem alguma briga ficamos nós dois. - Falei ainda rindo.
- Deve ser, mas você não devia ter irritado o Marlon com besteira. - Me repreendeu e eu a encarei.
- Igual você fazia com a Sophia? - Ela ficou quieta por um instante.
- Mas eu fazia isso porque queria você. - Deu de ombros. - Você faz por capricho.
- Não, eu faço porque é engraçado. - Ri.
- Não é engraçado, você deveria tentar entender o que tá acontecendo com a Sophia e não estragar a minha relação.
- Relação essa que você só começou pra ficar perto de mim. - Debochei de novo.
- Micael, acho que no fundo você está chateado porque eu parei de correr atrás de você. - Eu ergui uma sobrancelha.
- Luiza, se eu chegar perto de você, tu já fica nervosa. Não vem com essa pra cima de mim. - Rolei os olhos. - E a Sophia vai ficar bem.
- Você não sabe de nada hein. - Bufou. - Será que vai? Você devia dar atenção pra ela.
- Eu tento e ela me dá patada. - Dei de ombros. - Ai fica difícil.
- Sinal de que tem alguma coisa errada.
- Sim, mulheres quando tem filhos ficam loucas. - Debochei. - Você foi embora, ela tá me afastando.
- Eu fui embora? Soube de um acidente. - Ironizou e eu ri.
- Ninguém mais acredita nisso e tu mantem a historia. - Ri.
- Tava de saco cheio de mim e foi embora, talvez o problema seja eu. - Parei pra pensar e fiquei um pouco triste. Ela sentou no mesmo sofá que eu e ainda segurou minha mão.
- Você é chatinho mesmo! - Eu fiz uma careta e ela riu. - Deixa de ser bobo, se tem uma coisa que eu percebi, foi que a Sophia te ama, e você também né. - Foi a vez dela fazer uma careta. - Tenta descobrir o que está acontecendo. Ela pode estar chateada por causa do casamento. Ou por tantas coisas.
- É, eu sei. Vou tentar falar com ela mais uma vez. - Dei de ombros. - Por incrível que pareça, obrigado.
- De nada. - Ela riu.
- Micael, me ajuda a pegar... - Sophia saiu do quarto e parou de falar assim que reparou que eu estava sentado no mesmo sofá que Luiza. Seus olhos focaram na mão dela sobre a minha e eu puxei rapidamente.
- A pegar o quê? - Perguntei como se nada tivesse acontecido.
- Nada. - Ela voltou pro quarto sem dizer mais nada e eu olhei pra Luiza.