Depois do Para Sempre - Capitulo 49

 - Eu estou passada que o Chay acabou de se declarar pra você. – Lua disse rindo. – Gente, ser amiga de vocês e o máximo, nunca as coisas ficam tediosas, sempre acontece algo pra movimentar.

- Eu não sei nem o que dizer em relação ao Chay. – Piscou várias vezes. – Ele me pegou completamente desprevenida.

- Até parece. – Arthur deu risada. – Me engana que eu gosto. Sabe que eu sempre tive esperança que vocês iam se entender? Pelo menos até você casar.

- Eu fiquei raiva dele por muito tempo. – Disse baixo. – Hoje em dia eu não sinto nada.

- Nadinha? – Lua questionou. – Ele é esperto também, né? Esperou que você estivesse numa crise com Douglas pra falar.

- Não quero mais saber de nada dele. – Suspirou. – Quero saber do meu marido, que sumiu por ai com a Sophia. – Balançou com a cabeça.

- Sumiu por ai com a Sophia porque você estava dando confiança para o seu ex. Vale frisar.

- Vou contar pro Micael essa história.

- Larga de ser besta. – A loira rolou os olhos. – Vai arrumar intriga atoa, Sophia mesmo deve contar quando chegar em casa. Eles estão por ai conversando, bobona.

 

 

O carro de Douglas estava estacionado numa praça muito conhecida pelos dois. Viviam ali juntos no tempo em que eram amantes. Era distante e um pouco deserta. Os dois estavam dentro do carro, porém o silêncio era o que reinava.

- Você veio correndo atrás de mim, entrou no meu carro pra poder ficar quieta? – Tinha a cabeça abaixada no volante. – Se era esse o plano, está cem por cento concluído.

- Só vim pra impedir que você fizesse alguma besteira...

- E que besteira eu faria? – Ergueu um pouco a cabeça e a olhou. – Encher a cara e dirigir bêbado por ai? Ficar com alguém?

- Vai quê...

- Ah, Sophia. – Bufou. – Eu tenho um filho pra criar, eu não quero me matar. E quando a ficar com alguém por ai, isso não faz o meu estilo. Eu não trairia a Mel, eu sai de lá porque precisava esfriar a cabeça. Ela ficou de conversinha na minha cara.

- Bom, pelo menos não tinha nada demais na conversa.

- Mas me irritou, tenho direito de ficar irritado com aquilo, porque ela fez justamente com esse propósito.

- Ela está insegura com alguma coisa, quis te dar o troco.

- Só que devia ter chegado e conversado comigo, ficar de gracinha com os outros não é legal. Ela acha que eu sou o quê? Mereço respeito da mesma forma como ela merece. É uma via de mão dupla.

- Ok, já entendi. – Ergueu as mãos. – Conversa com ela em casa e tudo vai ficar bem. Certeza que é só um mau entendido entre vocês.

- A vida era mais fácil quando a gente tinha um caso. – Abaixou a cabeça no volante novamente e Sophia deu risada. – Que foi? Pelo menos pra mim era bem mais fácil.

- Já a minha era mais complicada, então, eu não voltaria no tempo. Lamento.

- Eu também não voltaria no tempo. Micael é gente boa. – Sophia rolou os olhos. – Se fosse pra voltar no tempo, com a cabeça que eu tenho hoje, você levaria um fora, lamento dizer.

- Se foder, Douglas. – Ela deu risadas. – Eu duvido que você me diria não.

- Você é muito convencida. – Soltou uma risadinha também. – Obrigado pela companhia, me fez bem ter você aqui pra conversar.

- Somos amigos, sempre vou estar aqui pra conversar. – Sorriram um para o outro. – O que acha de um sorvetinho? – Ela desviou o olhar para um homem que passava vendendo picolé ali perto.

- Você jura?

- Não temos mais um caso, Douglas. – Ela brincou. – A gente pode ser visto em público na praça agora.

- Força do hábito. – Saíram do carro. – Última vez que eu estive aqui foi quando você me deu um pé.

- Olha a gente, construindo memorias boas agora. – Deram outra risada. Sophia se sentou num banco e o rapaz foi comprar o picolé. Deu um longo suspiro quando ouviu alguém a chamando. - Luiza? – Reconheceu a colega de Micael, que logo se sentou ao seu lado. – Não imaginei que frequentava essa praça daqui também.

- Aqui é mais perto da minha casa, mas minha filha gosta mais da outra. – Deu de ombros. – Venho aqui quando estou um pouco mais cansada. – Tagarelava sem parar. – E você, trouxe a Mirella? Micael veio junto? Quer dizer, se entenderam?

- Sim, a gente conseguiu se entender. – Forçou um sorriso tentando ser simpática. – Não trouxe a Mirella, na verdade só parei aqui pra tomar um sorvete, estou acompanhando um amigo.

- Ah, desculpe por ser inconveniente. – Se levantou do lado de Sophia. – Eu vou indo, bom te ver.

- Não precisa sair correndo assim. – Deu uma risada e logo ficou de pé também. As duas viram o moreno se aproximando.

- Te trouxe de chocolate. – Ele falou sem se dar conta da mulher ali parada. – Eu não sabia que tinha uma fila tão grande de crianças para comprar picolé, esse lugar costumava ser vazio.

- Está ótimo! – Pegou o sorvete. – Luiza, esse é...

- Douglas. – Ela interrompeu. – Eu acho que vou desmaiar. – Começou a se abanar. – Que homem!

- Luiza! – Sophia deu risada. – Misericórdia, ele é casado, sabia?

- Sabia, Micael já disse, mas até ai eu também sou. – Ficava se abanando. – Olha, que o Micael não me escute, mas não dá pra te julgar.

- Luiza! – Agora ela deu um grito, completamente sem graça. – Acho que está passando um pouquinho dos limites.

- Me desculpa. – Se virou pra Sophia. – Vou indo, quem sabe a gente se esbarra por ai. – Caminhou pra longe deles dois e Sophia encarou Douglas que caiu na gargalhada.

- Viu só, não dá pra te julgar. – Levou um tapinha no braço. – Ai, a culpa não é minha se eu sou maravilhoso.

- Convencido pra caralho. – Sorriu de leve. – Eu achei que ela ia ficar horrorizada e ia correndo contar pro Micael.

- E quem é, afinal? – Caminhavam de volta para o carro.

- Mãe de uma amiga da Mirella, ela conheceu o Micael na praça. – Deu de ombros.

- Ela falou igualzinho a Liz naquele dia. – Douglas não parava de dar risada. – Começo a me convencer de que sou incrível mesmo. Como é que a Mel tem coragem de me esnobar?

- Você sempre se achou incrível, se toca! – Debochou e os dois terminaram de comer o picolé e logo Douglas deu partida no carro.

Um comentário: