Depois do Para Sempre - Capitulo 54

 - Luiza, pelo amor de Deus! – Repreendeu a mulher que caiu na gargalhada com a expressão do moreno. – Eu já disse que ele é casado e você também!

- Meu amor, sonhar não custa nada. – Deu de ombros. – E olhar não tira pedaço.

- Eu não tenho nada a declarar depois dessa! – Voltou a rir. – Você é demais. – Sophia apareceu ali quase que na hora e surpreendeu os dois. – Oi, amor.

- Oi, gente. – Se sentou com eles.

- Pensei que ia me ligar pra te buscar. – Fez uma careta.

- Nada, acabou bem rápido e eu pedi um carro. – Deu um selinho. – Beth estava estranhamente simpática, levando em consideração as outras vezes.

- Deve estar armando alguma coisa. – Ele resmungou. – Ela é insuportável.

- Nossa que horror. – Luiza comentou e fez Sophia rir. – Não precisa falar assim dos outros.

- É porque você não conhece. – Fez uma pausa. – Ou conhece né, Sophia vivia por ai nas reportagens aparecendo do lado dela.

- Eu sei quem é. – Balançou a cabeça positivamente.

- Sabe meu RG também? – Levou um beliscão de Sophia.

- O seu não, mas o da Sophia eu sei de cor. – O moreno arregalou os olhos, mas logo a mulher caiu na gargalhada junto com a loira. – Claro que não né, idiota.

- Você acha que eu duvido?

- Larga de ser exagerado. – Soph deu de ombros. Mexeu na bolsa alguns instantes e tirou de lá as pulseirinhas e as entregou para ela. A mulher surtou e começou a agradecer Sophia. – Ei, se acalma!

- É só um desfile, que aliás, é a coisa mais chata do mundo. – Micael implicou e ganhou um beliscão. – A gente espera mais tempo pra ver vocês, do que realmente vê vocês. Sabe bem disso.

- Chato, então não vai. – Luiza cortou Micael. – Eu estou muito feliz e minha enteada com certeza vai pular quando ver. Muito obrigada.

- Eu disse que ia conseguir se a gente tivesse de boa. – Deu de ombros. – Pra sua sorte, a gente está.

- Micael, você quando quer hein. – Sophia balançou a cabeça. – Data, hora e local serão divulgados num banner na internet, Beth até falou que estava tudo certo, mas eu não anotei.

- Eu vou ficar de olho pra saber direitinho. – Bateu palminhas empolgado.

- E a minha pulseira, cadê? – Micael falou de novo, dessa vez pra implicar, já tinha perguntado aquilo três vezes.

- Já te falei que você está na lista. – Disse brava por repetir. – Você e o resto do pessoal, acho que menos o Douglas, ele deve desfilar.

- Mentira que ele vai desfilar? – Luiza quase gritou. – Tem desfile de sunga?

- Luiza, tu vai começar de novo? – Micael a olhou com deboche. – Eu não aguento mais você falando coisas do Douglas.

- Ele é gostoso, a culpa não é minha. – Deu de ombros. – Culpe a genética, culpe Deus por botar uma obra prima daquela no mundo. – Sophia deu uma gargalhada. – Viu só, ela concorda. Qualquer mulher concorda.

- Ah, ela concorda é? – Micael se virou pra Sophia, com olhar um tanto quanto sério, e Luiza percebeu o que tinha falado.

- Não, perai. Eu não sei se concorda, as vezes se concordou um dia hoje não concorda mais. – Tentava se explicar. – Às vezes nem nunca concordou.

- Já concordei um dia. – Implicou com o marido, mas os dois tinham olhar brincalhão. Luiza só faltava ter um treco por achar que tinha iniciado outra briga entre os dois. – Fazer o quê, eu tenho olhos que funcionam.

- Sophia, pelo amor de Deus! – Tentava consertar. – A gente sabe que olhar não é crime, mas não precisa falar assim. Eu só quis dizer que ele é maravilhoso sim, mas com certeza deve ter seus defeitos.

- Deve? – Micael voltou seu olhar a Luiza.

- Por exemplo, aqueles braços fortes dele devem apertar demais na hora do abraço. Imagina se ele puxa o cabelo com força demais e machuca o pescoço. – Luiza terminou de falar se abanando.

- Limites, a gente precisa urgentemente de limites.

- Eu só estou tentando explicar que...

- Luiza, quanto mais você se explica, mais se complica. – Sophia disse dando risada. – Melhor deixar pra lá e apreciar a vista.

- Sophia! – Micael repreendeu. – Limites também.

- Eu e essa minha mania de falar mais que a língua quando me empolgo, desculpa gente, não precisam se estranhar por causa disso. – Ficou de pé.

- Senta ai, menina. – Micael puxou ela de volta pro banco. – A gente já percebeu que você exagera quando começa a falar dele. Eu ainda não entendo o motivo, eu sou muito mais bonito. – Luiza deu risada. – Que foi isso hein?

- Não que você seja feio, mas assim, Douglas é um crush. Mel podia deixar eu dar um selinho nele. – Sophia não conseguia falar nada de tanto que se contorcia. – E eu também não fico olhando pra você desse jeito, pelo amor de Deus, Micael. Tenha modos na frente da sua esposa.

- Quer dizer que eu tenho que ter modos, vocês podem ficar falando de como ele é “gostoso” na minha frente? – Fez sinal de aspas. – Já cansei de vocês duas.

- Ah, poxa. – Sophia tentou se controlar. – Se serve de consolo, eu sempre achei você mais bonito, não é atoa que a gente casou.

- Você sempre amou ele, né não? – As duas conversavam como se ele não estivesse no meio. Soph balançou a cabeça positivamente. – O amor é cego, Sophia.

- A Luiza só me põe pra baixo. – Ele balançou a cabeça. – Me diz por que eu ainda dou trela pra ela? Faz essas piadas na frente da Mel não, ela vai te bater.

- A Mel é violenta? Toda vez que eu leio algo sobre ela, eu interpreto como um docinho de pessoa. – Comentou sem entender. – Eu pegava os dois juntos sem preconceito.

- Tá legal, já chega, vamos pra casa! – Ficou de pé novamente. – Não aguento mais a voz de Luiza por hoje.

- Aff, fica vai, minha filha ainda está brincando, está cedo pra ir pra casa e eu não quero ficar aqui sozinha. Prometo que tento controlar a minha língua.

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