Reviravolta - Capitulo 16

15 dias depois...

Sophia Narrando.

Faziam duas semanas que eu estava aqui e já não aguentava mais. Estava cursando direito ao invés de moda, mais por que eu queria ter dinheiro pra ser independente do que por gostar. Eu precisava me formar e ganhar dinheiro logo, pra ver se conseguia me livrar do meu pai.

Eu estava ficando louca aqui nesse lugar sem conhecer ninguém. Logico que já tinha algumas amizades, mas eu sinceramente tinha a cabeça todos os dias em Micael e no que falaram pra ele do meu sumiço.

Eu dividia apartamento com uma menina da faculdade, ela também era brasileira e por coincidência morava em São Paulo antes de vir para cá, seu nome era Larissa.

- Sophia, sai dessa cama vai, hoje é domingo vamos dar uma volta. – Disse puxando meu pé, tentando me fazer levantar.

- Não quero Lary, eu quero voltar pra minha vida antiga. – Choraminguei e puxei meu pé de volta.

- Isso você não vai ter, então aproveita a que você tem agora – Se sentou na cama e eu deitei minha cabeça no seu colo.

- Sabe Lary, ele era tão perfeito, se importava tanto comigo... – Falei com os olhos fechados pensando em Micael.

- Eu acho que você deveria deixar de pensar nesse boy e curtir a vida comigo.

- Ah estou sem ânimo. – Fiquei pensando na nossa única noite e então decidi que era hora de contar a Lary. Fiz uma expressão de pânico.

- O que foi garota? – Perguntou assim que viu a minha expressão de horror.

- Eu estava pensando aqui pela milésima vez e... – não consegui completar.

- E o que criatura, fala sua vaca prenha – Fez graça.

- Isso mesmo! – Olhei ainda horrorizada.

- Isso mesmo o que? Você é uma vaca? – Ela riu e me Fez sorrir também.

- Não sua idiota, eu posso estar grávida. – Eu a vi paralizar.

- Como assim Sophia?

- A única vez que eu e o Micael fizemos sexo, foi sem se previnir – Eu disse rindo, agora ela estava espantada.

- Você é mais idiota do que eu pensava... – negou com a cabeça.

- Ele tinha pedido que eu comprasse aquela pílula, mas eu só lembrei agora.

- Garota você tem noção de que pode ter um bebê aqui? – Ela colocou a mão na minha barriga e sorriu.

- E pode não ter! – Fui racional – Foi só uma vez, seria muita coincidência do destino se acontecesse.

- Uma vez é o suficiente. – Ela pareceu pensar – Você tem certeza de que esqueceu mesmo isso?

- Eu... – Vacilei – É claro! Eu lembrei agora! – Tentei disfarçar.

- Nossa mano, você mente muito mal véy. – Ela riu – Sophia você passa o dia todo pensando nesse Micael e quer dizer pra mim que esqueceu de tomar esse remédio.

- Nossa cara... – Neguei mais uma vez com a cabeça e ri – Você me conhece a duas semanas e parece que conhece mais do que muita gente por ai. – Ri  de novo e ela me acompanhou.

- Você é doente cara, como vai ter um filho agora? – Falou seria dessa vez.

- Eu não pensei, eu só queria uma parte dele aqui comigo. – Suspirei – Mas cara, nem sei de nada ainda, ta muito cedo pra dizer.

- Tá, vamos deixar pra lá por  enquanto, depois a gente conversa mais sobre isso. – Ela fez cafuné. – Agora, já que você não quer sair, que tal um filminho com pipoca?

- Você é de fato a melhor amiga do mundo! – Levantei e dei um beijo em sua bochecha sorrindo.

Micael Narrando.

Quinze dias e eu ainda não tinha superado a dor que aquela simples carta tinha me causado. Me doía tanto que nem eu acreditava tanto naquilo. Hoje em dia eu estava em um abrigo, mas só ia lá para dormir. Pela manhã eu estava fazendo um cursinho de contabilidade, como ela mesma tinha me indicado, só que esse era gratuito já que eu não tinha como pagar um, e a tarde eu estava trabalhando como faxineiro num grande hotel aqui de são Paulo.

Não tinha a menor vergonha disso, eu precisava de um emprego e foi o que eu consegui arrumar, então lá estava eu. Já tinha feito bons amigos lá, e tinham muitas mulheres que estavam me dando mole, mesmo assim eu não queria olhar elas, principalmente as loiras, se eu pudesse elas nem existiriam mais.