Reviravolta - Capitulo 18

Sophia Narrando.

Eu não tinha nada, não tinha uma casa, um trabalho, nem meu amor... mas saber que um bebezinho crescia ali dentro da minha barriga me fez sentir a menina mais especial de todo o mundo. Eu não conseguia falar, só chorava e eu sentia que a Larissa já estava agoniada querendo saber a resposta.
Ela tomou o papel da minha mão e começou a pular assim que viu o positivo escrito bem grande no papel.

- Aiii cara, serei titia! – Esbanjou felicidade e me abraçou forte.
- Vai ser dindinha né? – Eu ri em meio as Lagrimas e ela me olhou surpresa.
- Tá de brincadeira? – Disse desconfiada e eu ri, agora secando algumas lagrimas com as costas da mão.
- Não né sua boba, tô falando sério.  – Ela me abraçou ainda mais forte.
- Aiiiin eu juro que serei a melhor dinda possível.
- Eu sei que será por isso te escolhi. – E mais uma vez ela me abraçou.

No caminho de volta pra casa nós estávamos debatendo coisas bobas tipo sexo do bebê e nomes. Me deu um vazio saber que talvez o Mica nunca saiba que é pai e que talvez ele gostasse tanto de estar vivendo esse comecinho assim como eu estou.
Chegamos em casa e eu fui tomar um banho, demorei mais que o necessário embaixo daquele chuveiro e então fui para o sofá e fiquei vendo televisão junto com a Lary.

- Soph, você não vai avisar seus pais? – Perguntou baixo, meio na defensiva.
- Claro que não, meu pai é louco se souber que estou grávida, ainda mais do Micael vai querer me levar ao Brasil só pra abortar o meu neném. – Estremeci com a ideia.
- Ai que horror Soph, seu pai não pode ser tão frio assim, é neto dele. – Negou com a cabeça ainda sem acreditar no que eu dizia.
- Larissa, meu pai só vê o que é bom pra ele. – Revirei os olhos – Ele e minha mãe vivem discutindo por todos os lados, só param quando vão brigar comigo. Não sei como ela agüenta viver assim. – Dei de ombros e foi a minha vez de negar com a cabeça.
- Amor ué – Deu de ombros também – O amor suporta tudo.
- Mas sei lá, não parece existir amor ali entre aqueles dois. – Fechei os olhos e sorri, imaginando a carinha do meu bebê e deixando assim, aquele assunto de lado.

5 meses depois...

Micael narrando.

Como a vida muda tanto em seis meses. Hoje eu tinha uma casa, um trabalho, estudava e tinha uma namorada, que parecia estar bastante apaixonada. Eu estava realmente me esforçando pra ser um namorado perfeito, mas meu amor não era dela, mesmo depois desse tempo todo eu só pensava na Sophia e me martirizada por causa disso.
A Manu era linda, morena, alta, com traços finos e cabelos bem cacheados, quase um Black. Olhando ela, era o contrario de Sophia e isso me relaxava bastante. Eu namorava há apenas um mês, ela vivia lá em casa.
No trabalho eu estava tentando uma vaga pra estagiar ali mesmo no hotel que eu trabalhava. Por ser faxineiro, conhecia muita gente bacana e muita gente esnobe também. Mas eu sentia que eu estava perto de conseguir. Tentaria mais certo quando estivesse no final do curso.
Hoje era meu dia de folga, eu estava com a Manu em um parque, sentados na grama. Era quase um piquenique.
- Você me faz tão bem sabia meu amor? – Manu disse e me deu um selinho.
- Você também minha linda, não sabe como sou feliz estando aqui com você. – Eu a beijei, e então ouvimos algum pigarrear e paramos o beijo.

Quando eu olhei pra cima, vi para minha surpresa aquelas duas meninas que estavam com a Sophia no dia que eu tentei pegar o celular dela. Me levantei e senti que a Manu se levantou junto, ela entrelaçou sua mão com a minha.

- Pois não? – Perguntei e levantei a sobrancelha.
- Ér... Micael? – Parecia que não tinha certeza se era eu.
- Sim, sou eu. O que vocês querem? – Estava sendo grosso com elas, queria que fossem embora, estavam me fazendo mal.
- É só que a Sophia pediu pra avisar que... – Eu a interrompi bruscamente.
- Olha menina, eu não sei seu nome e não sei nada sobre você, mas sei que da Sophia eu não quero nem um Oi, muito menos um recado. Ela simplesmente sumiu e me deixou um bilhetinho de muito mal gosto, porquê aquilo nem uma carta decente era. Então se me derem licença, eu e a minha namorada temos mais o que fazer.  – Me virei e sentei de novo, dessa vez dobrei os joelhos e coloquei a cabeça entre eles. Fiquei assim um tempo e quando levantei a cabeça a Manuela estava me olhando.

- Quem é Sophia? – Perguntou com um tom ríspido.

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