Inevitável - Capitulo 11

- Ele ainda está de gesso, mas eu creio que logo, logo tenhamos que tirar, por que ele é muito levado, já esta praticamente 100%.
Eu sorri, pelo menos ele era forte e estava bem, meu  menininho. Fui sentado no banco de trás do carro, em mais ou menos 45 minutos chegamos na casa deles. Sai com dificuldade, quem eu menos esperava abriu a porta para mim, Sophia.

- Oi Micael, quer ajuda? – Ela disse sorridente.
- Oi Sophia, não precisa, eu acho que consigo me virar. Só quero entrar e descansar.
- tudo bem, só vou segurar a porta pra você aqui então!
- Obrigado.
Ela manteve a porta aberta e sorriu pra mim, enquanto eu saia do veiculo, me acompanhou por entre a porta e me acomodou no sofá. Cadê a Sophia? Com certeza essa daqui não é ela.
- Oi Micael, como você está?
- Estou bem obrigada Branca, cadê Felipe?
- Está dormindo, daqui a pouco ele acorda.
Eu tenho a impressão de que eles estavam sem jeito de me ter ali, eles ficavam me olhando acho que com pena de mim, e do que vou me tornar daqui pra frente. No entanto, todos eles estão tristes também, afinal foi a filha deles que se foi...
Eu não tinha muito o que fazer ali, então me levantei.
- Onde eu vou dormir? – Perguntei aleatório para que um dos três pudesse me responder ao invés de ficar olhando pra minha cara com piedade.
- No quarto de hospedes. É aqui no primeiro andar mesmo, segue o corredor, segunda a esquerda.
- Obrigado, acho que vou descansar um pouco, por favor quando o Felipe acordar me chamem.
- Pode deixa Mica. – Sophia diz com o rosto serio.
Me retirei da sala, com um pouco de dificuldade é claro, não é fácil usar muletas. A casa deles é fácil de se perder. Eu e Luiza não éramos exatamente pobres, por causa de nossos pais. Achei o quarto, depois de tentar entrar num banheiro achando que era o mesmo. Dei um risinho comigo mesmo e balancei a cabeça negativamente, ahh vida, o que tens reservado a mim?!
Deitei-me na cama para relaxar. Logo estava dormindo, acordei com Sophia batendo na porta.
- Micael? Micael?! Responde por favor. – Sua voz soava um tanto quanto nervosa.
- Pode entrar Sophia. – Claro que eu não teria todo o trabalho de me levantar só para abrir uma porta.
Ela entrou. Seu rosto ainda tinha uma expressão angustiante, seus olhos imploravam por socorro, o que tinha acontecido de tão horrível assim.
- O que aconteceu Sophia? – Perguntei, já um tanto quanto desesperado.
- A Luiza... ou melhor o corpo da Luiza... – Ela não conseguia prosseguir e eu estava ficando cada vez mais nervoso.
- O que tem o corpo da Luiza, Sophia? – fala mulher! Não aguento mais.
- Sumiu. – Ela disse e eu parei. Não falava, não olhava, nem se quer respirava, como assim tinha sumido? Corpos não somos assim? Ou somem? Quem iria querer um corpo? Ai eram tantas perguntas, mas a voz me faltava, e agora o que iríamos fazer.
- Como... assim...? – Consegui formular essa pergunta, mas não saiu do jeito que eu queria, aposto se tivesse olhando no espelho agora, minha expressão seria igual a dela. Pânico.
-Não sei como foi, só sei que hoje o lugar onde enterraram o corpo dela estava revirado, e o caixão não estava mais lá... – Chega me deu um calafrio. O que será que aconteceu?
- Você viu o corpo da Luiza? Depois do acidente?
- Não, tinha um medico lá, ele não quis deixar ninguém entrar.
Algumas coisas se juntavam em minha cabeça, será que ela estava viva? Será que tinha forjado isso? Não me parecia coisa dela.
- Por que?

- Ele só não nos deixou, e o enterro foi de caixão lacrado. Não vi a Luiza nem uma só vez.

4 comentários: