Inevitável - Capitulo 16

- Tem razão, se um dia eu a rever, eu não sei se vou abraçar ou terminar de matar ela.
Mas uma vez eu ri, essa garota era demais, ela me acompanhou na risada.
- Bom, vamos indo... vou ter que ir trabalhar ainda.

- Mas já são 8 horas, vai chegar aqui meio dia.
- É, vou ouvir algumas do meu pai. – Disse fingindo decepção.
- Ah, tadinho... Enfim, vamos.
Nós nos levantamos da mesa e fomos em direção a porta, ela colocou Felipe na cadeirinha e entrou no lado do carona. Elas era muito parecidas, não sei se me faria bem alimentar alguma coisa com ela. Entrei e estava me arrumando para sair com o carro.
- Esse é outro carro? Ou você consertou o antigo? – Ela quebrou o silencio.
- É novo, e muito melhor do que aquele outro.
- Você comprou da mesma cor, por isso fiquei na duvida.
- É que eu gosto de carros prata, eu acho uma cor muito bonita.
- Uhum, também acho.
E o silencio mais uma vez enchia o carro. Algumas poucas palavras foram ditas ao longo do caminho, mas nenhuma conversa que realmente “engatasse” digamos assim. Foi quando eu encostei em frente a sua casa que aconteceu de novo. Nossos olhos se cruzaram e o desejo voltou com força total. Mas eu desviei o olhar. Ela ficou notavelmente sem graça.
- Bom então eu vou entrar, pra você poder ir trabalhar.
- Tudo bem, tchau Soph... até a próxima vez!
- Sexta-feira – Ela indagou e eu sorri.
Me aproximei para um beijo em sua bochecha, mas antes disso seu olhar encontrou com o meu e o que era pra ser um beijo de despedida se tornou um beijo muito convidativo em sua boca. Mas uma vez ela não me impediu. Eu já estava me esquecendo que o Felipe estava no carro quando minhas mãos estavam nos seios dela.
- Ainda bem que os vidros são escuros. – Eu exclamei. Assim que paramos.
- E que o Felipe não fala ainda. – Ela sorriu e abriu a porta do carro. – Até uma próxima Micael.
Ela tirou o Felipe do banco e entrou, eu dei partida no carro e voltei meu caminho para o trabalho. Hoje eu vou de carro. Não tinha motivo nenhum pra ter pressa.
Cheguei ao meu trabalho 12:11h, meu pai andava de um lado para o outro na portaria me esperando chegar.
- Isso são horas Micael?
É ele realmente estava nervoso.
- Eu fui levar a Sophia e o Felipe em casa. – Tentei me explicar, mas não deu.
- E a responsabilidade?
- Pai, é o meu filho.
- Micael, nem sempre basta dizer isso!
- Não é possível que você não entenda! – Ele estava exagerando.
- Trato você como eu trato meus funcionários.
- Pois então não trate mais, eu me demito.
Eu não estava mais aguentando aquela pressão.
- Vai viver do que? – Ele perguntava, debochado.
- Vou atrás de outro emprego.
Eu virei as costas e sai, sabia que não era o certo. Caminhei até o meu carro e fui pra casa, me joguei no sofá e fiquei pensando nas coisas que aconteceram comigo nesses últimos meses.
É minha vida estava de cabeça pra baixo. Estava viúvo, tinha transado com minha cunhada e pra completar estava desempregado.

Com um milhão de pensamentos me atordoando eu cochilei no sofá. Estava precisando.

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