Inevitável - Capitulo 20

Não demorou muito para que eu enfim reagisse, fui tomar um banho. O café já na cafeteira esquecido agora já não me atraia mais, eu precisava de água para relaxar e curar um pouco dessa minha dor de cabeça.

Subi e entrei no banheiro, tirei meu roupão e entrei embaixo da ducha quente. Estava decidido, não deixaria mais Felipe na casa dos avós, ele precisaria cortar o contato com Sophia, e assim seria a forma mais pratica e fácil disso acontecer. Afinal, Felipe era o que nos unia. Sai do banho com a lista telefônica na mão, determinado a encontrar uma babá. Comecei a telefonar e nenhuma das agências me parecia séria e confiável. Até que enfim, encontrei uma que a voz da mulher ao telefone me foi muito confiável e eu marquei com uma babá por um dia como teste.
Pronto, agora era só arrumar um emprego, mas isso seria fácil. Vesti meu terno, peguei minha pasta, estava na hora de eu ir à procura, o relógio do meu pulso marcava nove da manhã, o que me dava tempo de parecer um advogado que se levanta sempre cedo. Entrei no meu carro e dirigi até a Lima e Associados.
- Boa tarde, em que posso ajudá-lo? – Uma secretaria muito bem apessoada estava lá.
- Eu queria falar com o responsável pelo local. – Disse sério.
- Para falar com o Dr Lima é necessário marcar hora. Como o senhor se chama?
- Micael Borges. – Eu disse sem hesitar, esse sobrenome do meu pai me serviria para alguma coisa.
- Borges? Da Advocacia Borges? – Ela fez cara de espanto.
- Sim, eu mesmo, filho do dono do lugar. – Disse, confesso que um pouco presunçoso.
- Posso perguntar o que o senhor quer tratar com o Sr. Lima?
- Eu gostaria de um emprego. – Eu disse e sorri para a doce secretaria.
- Só um minuto, será que o senhor poderia esperar um pouco ali? – Ela aponta para um sofá bem acolhedor perto de onde ela estava, ali na sala de espera. – Eu já volto.
E então eu caminhei lentamente e me sentei no sofá. Observei enquanto a mulher ia para a sala. Será que eles iriam me querer aqui? Na maior rival de empresas do meu pai?  São perguntas que eu deveria esperar para ter a resposta. Levei minha mão esquerda a boca e comecei a roer a unha do dedo mínimo sem perceber, quanto notei retirei a mão e voltei a olhar a porta que ainda estava fechada.
Os minutos estavam parecendo horas, minhas pernas estavam cruzadas e eu balançava meu pé de acordo com a minha ansiedade. E enfim, a porta se abriu e a secretaria saiu dela. Vem um sinal para que eu me aproximasse.
- E então? – Perguntei, mais ansioso do que nunca.
- O Dr. Lima vai receber você, por favor, pode entrar.
E então eu sorri e fui passar pela porta de entrada do escritório desse tal doutor Lima. A primeira imagem que eu vi foi a de um homem com cabelos grisalhos, sentado atrás da mesa e sorrindo alegremente para mim. Sorri de volta e me sentei em uma cadeira que tinha de frente a ele.
- Então quer dizer que o filho do Sr. Borges veio pedir emprego da minha empresa?!
- Sim, eu tive uns desentendimentos com o meu pai, pedi demissão e preciso de um novo emprego para sustentar meu filho.
- Olha só, então vamos chegar a algum lugar.
- Preciso de um horário flexível, por causa do Felipe, mas isso não impedirá que eu termine meus casos com perfeição, minha profissionalidade não será atingida. – Eu disse, certo que eu tinha aquele emprego.
- Olha, só o seu sobrenome já é de peso. Só o fato de termos um Borges aqui conosco já faz uma diferença e tanta.

- Então senhor, eu posso me considerar contratado? – Perguntei um pouco apreensivo, não queria levar um não.

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