Inevitável - Capitulo 22

Desligamos o telefone e eu neguei com a cabeça, sabia que tinha feito merda, mas enfim... Suspirei. Peguei as chaves do carro e fui em direção a casa da minha ex sogra. Coloquei o rádio ligado baixinho e fui pensando nessa minha louca vida. Era tudo tão normal, de repente eu fico viúvo e me vejo pegando minha cunhada que me odiava. Aiaiai. Sacudi a cabeça e tentei não pensar muito. Quando dei por mim já estava chegando.

Buzinei três vezes até que vi a porta da frente se abrir. Sai do carro e fui ajudar ela, peguei uma mala maior que deveria ser a dela e uma pequena, coloquei-as no porta-malas. Sophia por sua vez, foi prender Felipe na cadeirinha e logo se sentou ao meu lado no banco do carona.
- Oi de novo. – Eu disse e sorri.
- Oi garanhão. – Ela disse e sorriu também.
- Por que garanhão? – Perguntei confuso.
- Todo dia uma mulher diferente. – Ela riu. – Só não deixa eu ver isso tá. Eca. – Sacudiu a cabeça e eu nem me dei o trabalho de responder e dei partida no carro.
Ela cantava uma musica junto com o rádio e eu fiquei admirado, ela cantava super bem, seus olhos brilhavam, estava olhando disfarçadamente pra ela.
- Por que você não investe em cantar? – Iniciei um dialogo assim que a musica acabou.
- Hã? Eu? Porque eu não canto. Alias cantar eu canto, só não bem. – Ela riu.
- Claro que canta, muito bem. – Ela ficou com as bochechas rosadas e eu me distrai olhando. – E é linda.
- Micael, você ta me deixando sem graça. – Ela olhou pro celular e então o atendeu.
- Oi amor... Tô indo já... É não deu tempo de despedir, mas eu te amo. Final de semana tô de volta... Tá bom, sim entendi. Também te amo! Beijos tchau. – Ela desligou e ficou olhando pra frente sem dizer mais nenhuma palavra.
- Contou pra ele que a gente... – Parei a frase na metade.
- Ah claro, vou chegar pro meu namorado e dizer que eu transei com outro homem, e que não foi um homem qualquer que foi meu ex-cunhado. Ele vai achar super normal. – Disse irritada.
- Se você o amasse não esconderia uma coisa dessa. – Soltei meio sem querer. Mas era verdade.
- Não quero discutir minha relação com o Marco agora ta! – Ela disse e virou pra frente.
O silêncio durou pelo caminho todo, mais de uma hora. Assim que chegamos ela foi tirar o Felipe do banco e eu entrei com as malas.
- Vou tomar um banho. – Ela me disse.
- Eu já levo a sua mala lá para o quarto, só vou beber uma água. – Disse e a vi se afastar com Felipe no colo.
Fui até a cozinha e bebi água tranquilamente pensando se ia dar certo, nós morando sobre o mesmo teto. Eu sentia uma atração incontrolável por aquela menina, o que já era uma coisa difícil de segurar vendo de longe, imagina de perto.

Suspirei e resolvi levar as malas de Sophia antes que ela saísse do quarto e não tivesse nada pra vestir, não que fosse má ideia. Seria uma ótima ideia, ótima mesmo, então seria melhor evitar que acontecesse. Subi e entrei direto no quarto, supondo que ela estava no banheiro do corredor, mas logo dei de cara com ela de toalha mexendo no celular. Fiquei de boca aberta e soltei a mala no chão, quer dizer, não exatamente no chão, caíram no meu pé. Eu me abaixei pra olhar os meus dedos e ela veio pra perto olhar também, as vezes eu acreditava que essa garota fazia de propósito. 

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