Inevitável - Capitulo 26

Dias se passaram e meu relacionamento com a Sophia nunca ficava mais fácil, só parecia piorar. Mal nos falávamos, nós tínhamos decidido que seria melhor assim, mas ela ainda morava na minha casa e a ver todos os dias era uma tortura. Por mais que eu odiasse admitir, eu estava apaixonado por ela, o que eu não contaria, simplesmente por ser loucura.

Naquela tarde, eu estava na sala com Felipe, era domingo. Ela não tinha descido ainda então a campainha tocou. Olhei Felipe no chão e ele estava distraído, então levantei pra atender.
Quando abri a porta, uma onda de surpresa seguida por uma de decepção bateu em mim.
- Olá Micael! - Marco, namorado da Sophia estava a minha porta.
- Oi Marco. - Não tinha reação.
- Bom, eu vim encontrar a Sophia. Será que posso entrar? - Sorriu sem graça após o tempo que ficamos em silencio.
- Ah, claro. Desculpa. Tô meio distraído hoje. - Ele se sentou e fui pra sala fazer companhia a ela. Sophia, demorava décadas pra descer.
- Bom, vou lá em cima chamar a Sophia, pelo visto ela deve estar fabricando roupa. - Revirei os olhos, ele riu e eu fiquei feliz de sair dali. Subi as escadas devagar e olhei pra trás, precisava me certificar de que ele estava de olho em Felipe.
Ao chegar, dei duas batidas na porta de Sophia, a mesma me atendeu enrolada na toalha, já tinha visto aquele filme.

- O que quer? - Perguntou enquanto eu ficava parada que nem um idiota olhando para seu corpo coberto apenas por aquela maldita toalha.
- Você vai demorar muito pra descer? - Disse quando finalmente consegui me libertar do transe.
- Estou me arrumando. Vou sair hoje com o Marco. - Pareceu sem graça. - Desculpe por não avisar antes.
- Tudo bem, hoje é domingo né. - Acho que minha cara de decepção era aparente. - E eu já sabia.
- Como? - Parecia surpresa.
- Seu namorado está no meu sofá agora e eu não tenho ideia de como eu faço pra ser simpático com ele. - Disse sem graça e ela riu. - Você realmente acha a situação engraçada? Soph, nós enganamos ele.
- Não me sinto bem com isso.  Vou contar a ele. - Ela deu de ombros e eu fiquei espantado
- Você não pode fazer isso. - Falei rápido.
- E por que não? Não é justo ficar enganando ele. - Ela me analisou. - Está com medo? - Caiu na gargalhada.
- Estou. - Falei sério. - Já é praticamente impossível resistir a você namorando, se você estiver solteira então...
- Não sei porque você resiste. - Ela revirou os olhos.
- Sophia, um amor impossível. - Um disse sem a encarar.
- Depende da gente. Eu não posso tentar sozinha e você também não. - Ela deu de ombros. - Esses dias que a gente decidiu se afastar foram horríveis.
- Eu também achei, mas... - Não conseguia completar.
- Quem complica a sua vida é você. - Ela completou por mim. - Eu sei que meus pais, sua familia e ninguém vai aceitar isso tão fácil, mas seria uma coisa bonita. Eu tenho um sentimento muito especial por você...
- Sophia, eu... - Ela colocou dois dedos na minha boca.
- Não precisa me dizer nada, entendo como você pensa. - Sorriu - Ainda tem fotos da Luiza por toda a casa, Você ainda a ama apesar de tudo que ela possa ter feito.
- Ela não fez nada, ela faleceu. - Me deu um pouco de raiva e ela revirou os olhos.
- Quando ela voltar contando uma historia triste e você que nem um idiota voltar pra ela, estarei aqui pra dizer eu te disse. - Bateu a porta na minha cara e eu desci, pensativo.
- E então, cadê a Sophia? - Marco estava com Felipe no colo, parecia impaciente.
- Terminando de se vestir, ao que parece. - Falei meio aéreo, ainda pensando naquela conversa toda.
-  Você parece diferente. - Ele me analisou. - O que a Sophia te disse.
- Nada demais, algo sobre a Luiza que outra vez me deixou pensativo.


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Gente, desculpa a sumidinha. Essa semana do natal foi meio corrida. Mas enfim, tá ai o capitulo.
Feliz natal Atrasado pra vocês!!!

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