Inevitável - Capitulo 7

- Graças a Deus – Ouvi uma voz de homem, tentei virar a cabeça para ver quem era, mas não conseguia, todo meu corpo doía. – Você esta bem?
- só não consigo virar a cabeça. – Respondi e reconheci, era meu pai que estava ali.
- Você deu o maior susto na gente hein. – Dessa vez era meu irmão.

- o que aconteceu? Não me lembro de quase nada!
- Você, Luiza e Felipe sofreram um acidente de carro. Algumas pessoas dizem que o carro capotou algumas vezes.
- E o Felipe como está? E a Luiza? – Me desesperei.
- Calma Micael, Felipe quebrou o bracinho, mas não corre nenhum perigo – Meu irmão me tranquilizou.
- ufa ainda bem, mas e a Luiza?
- Ela... ela... – Ele não conseguiu completar, o que havia acontecido de tão ruim assim?
- Fala Marlon – Olhei pro meu pai – Ou então me fala o senhor, como a Luiza está?
- Ela não resistiu filho.
Eu não conseguia acreditar naquelas palavras. A mulher da minha vida estava morta? A ficha não me caia, já estava ficando com mais dor de cabeça.
- Não é possível. Ela esta bem, eu sei que está.
- Filho você vai ter que ser forte, seu filho vai precisar muito de você.
Meu filho, ainda tinha o Felipe, ele tinha apenas 8 meses e já não tinha mais mãe.
Comecei a chorar, me desesperei, precisava levantar e ir ver ele.
- Calma Micael, você não tem condição nenhuma de levantar – Meu irmão falou e era verdade. Me analisei e vi que eu tinha a perna esquerda quebrada, o tórax estava enfaixado e tinha uma faixa que passava pela minha testa envolvendo minha cabeça. É realmente eu não tinha condições de levantar, então mais uma vez e mais forte eu chorei.
Acho que apertaram um botão durante a minha crise, por que do nada entraram alguns enfermeiros no meu quarto e aplicaram uma dose de calmante no meu soro. Aos poucos os olhos foram pesando e eu apaguei de novo.
Quando acordei novamente eles ainda conversavam.
- Minha cabeça toda hora dói mais. – Eu disse levando uma mão que não estava presa ao soro até a testa.
Marlon e meu pai me olharam.
- Vai passar meu filho, como você está? – Meu pai estava muito preocupado.
- Fora a cabeça e a tristeza? Tô levando.
E foi só lembrar da minha amada mais uma vez pra eu ficar desnorteado e lagrimas escaparem involuntariamente pelos meus olhos.
- Como vou viver sem ela? Como vou cuidar do Felipe? – Eu dizia em meio a lagrimas.
- Calma irmão, todo mundo te ajuda, ninguém vai te deixar sozinho agora e em nenhum momento. – Ele tentava me confortar mais não adiantava, eu não precisava de palavras ali, mesmo que fosse as mais belas, eu precisava dela e só dela.
- Quanto tempo eu fiquei apagado?
-Eles te doparam desde ontem na hora do acidente ate a ultima vez que você acordou que devia ser umas 17 horas.  – Disse meu pai

- Sério que eu fiquei isso tudo apagado? Quando será o velório da Luiza?

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