Inevitável - Capitulo 116

- O que está fazendo aqui? - Lucas perguntou com uma expressão estranha.
- Mamãe! - Felipe saiu de perto de Lucas e foi abraçar a mãe.
- Meu filho mora aqui. - Ela respondeu sem dar muita ideia e se abaixou pra abraçar o filho. - Não que eu lhe deva satisfação.

- Desculpa. - Levantou as mãos em rendição. - Cadê o namoradinho? - Ele colocou as mãos no bolso da frente de seu short e caminhou lentamente pra mais perto de nós.
- Tem mais o que fazer. - Disse ainda sem nem olhar pro cara.
- Ele foi o medico que disse que você estava morta. - Branca o olhou com desprezo e ele sorriu pra ela.
- Oi, sogrinha. - Luiza revirou os olhos.
- Pelo amor de Deus, Lucas. - Pedi, ainda chateada do sofá.
- Ué, só disse oi. - Deu de ombros. - Eu vou indo embora. - Anunciou e eu suspirei aliviada.
- Não. - Felipe pediu. Droga, crianças gostam tão rápido. - A gente pode brincar mais.
- Sua mãe e sua tia estão me expulsando. - Eu bufei.
- Sem se fazer de vitima. - Ele me olhou rindo.
- Deixa ele ficar mais um pouco, titia. - Juntou as mãozinhas implorando.
- Tá amor, mais um pouco. - Ele deu pulinhos e saiu correndo puxando Lucas pela mão. Com toda certeza Micael odiaria aquilo.
- Como foi que isso aconteceu? - Lua perguntou olhando pra porta por onde aqueles dois passaram.
- Não sei. Vai ver Lucas no fundo é um bom pai. - Ela riu com deboche.
- Você não o conhece como eu conheço. Bom naquele ali só o sexo. - Ela caiu na gargalhada e nós a acompanhamos.
- Sinceramente não quero conhecer. - Fiz cara de nojo.
- Que ótimo. - Ela respondeu.
- Mamãe, eu tô dormindo aqui no colinho da vovó. - Minha voz afinou a voz e eu sorri pra minha bebê adormecida.
- Coisa mais linda! - Fui até ela e a peguei. Ninando enquanto a levava para o berço. Demorei um pouco porque ela tinha acordado e eu precisei amamenta-la. Quando voltei a sala. Branca, Luiza, Lucas e Felipe estavam brincando de algo que parecia ser mimica.
- De volta para o futuro, gente. - Eu cheguei revelando o que Lucas tentava mostrar.
- Ah, você nem tá na brincadeira, Sophia. - Luiza jogou uma almofada do meu sofá em mim.
- Só porque vai perder, sabe que sou melhor nisso! - Mandei língua, mas ela não respondeu. Sabia que eu era melhor mesmo. - Quem vai agora?
- Você, já que acabou de chegar na brincadeira. - Eu levantei, peguei um card e fiquei olhando tentando imaginar como eu ia fazer "a fuga das galinhas". A brincadeira era prazerosa, nós riamos e até parecíamos pessoas normais ali brincando. Ao pensar que tudo era pela felicidade de uma criança. Ninguém adivinhou o meu filme e nós fomos pra outra rodada.
- Divertidamente. - Felipe falou depois que Lucas soprou a resposta em seu ouvido.
- Aeee, meu menino inteligente. - Luiza deu um beijo nele e foi se sentar.
- Ok, minha vez de novo. - Eu levante e agora teria que fazer "50 tons mais escuros".
Abafado por nossas risadas, ouvi a porta da frente bater e levantei a cabeça a tempo de ver Micael passar rápido e sem falar nada rumo ao nosso quarto. Eu parei de rir na hora e logico que todos ali olhavam pra minha cara.
- Aconteceu alguma coisa com o casal feliz? - Lucas perguntou debochado. Incrível como em algumas horas ele conseguia ser sociável e outras um perturbador.
- Coisa deles, Lucas. - Luiza falou.
- Vai falar com ele filha. - Eu encarei minha mãe.
- Não tô muito afim de brigar. - Dei de ombros e ela me olhou como se fosse estrangular. - Eu sei que ele vai falar alto, ai eu vou querer falar mais e dai todos os vizinhos vão saber da nossa briga.
- Nós vamos embora e você vai conversar com ele. - Minha mãe repetiu.
- Nós vamos? - Lucas perguntou rindo. - Agora que vai ficar bom?
- Deixa de ser ridículo, Lucas. - Luiza o repreendeu e ele calou a boca. - Vou levar o Felipe lá pra casa do Jorge pra vocês ficarem a sós. Eu e Marlon ficamos com ele. - Vi a careta na cara de Lucas e me deu vontade de alfinetar mais.
- Tá bom. Manda um beijo pro meu cunhado favorito e diz que senti falta dele aqui hoje. - Vi pelo canto do olho ele revirando seus olhos.
- Vamos logo. - Abaixei e dei um beijo no meu sobrinho e fiquei ali parada olhando enquanto eles saiam pela porta. Não pegaram roupas pra Felipe, porque algumas coisinhas tinham ficado na casa do meu sogro. Eu respirei fundo e subi os degraus, indo encontrar com a fera que estaria no meu quarto. O pior de tudo é que eu sei que peguei pesado, a culpa está pesando nos meus ombros.