Inevitável - Capitulo 122

Eu demorei muito pra ir pra casa, enrolei o máximo que eu podia até que minha mãe e minha irmã começaram a me expulsar.
- Você tem que resolver a sua vida, Sophia. - Minha mãe disse enquanto ninava minha filha adormecida em seus braços.

- Eu não quero ir. Tô cansada das brigas com o Micael. - Fechei os olhos e me joguei no sofá.
- Então pare de brigar com ele. - Luiza bufou. Felipe também estava dormindo no outro sofá, devido ser tão tarde.
- Não é fácil, ele prefere conversar com a amiga psicologa do que o nosso casamento. - Abri os olhos. - Tô cansada de ficar chorando como se eu não tivesse nenhum valor.
- Logico que você tem valor. - Minha mãe rolou os olhos. - Para de drama. Pode acabar perdendo o homem por causa de besteira.
- Não sou só eu que tenho que lutar pelo nosso casamento.
- Ele já te ligou um monte de vezes e você está ignorando. - Luiza também o defendeu.
- Vocês são team Micael desde quando? - Perguntei irritada. - São minha familia, deveriam estar do meu lado.
- Ou a gente passa a mão na sua cabeça e deixa você se ferrar, ou tenta te trazer pra realidade. - Minha mãe concordou apenas com a cabeça. - Não estou dizendo pra você deixar de se impor. Apenas procura um meio termo pra não desgastar a relação.
- Vou tentar, mas amanhã. - Fechei os olhos de novo.
- Não, a senhora vai agora pra casa. - Minha mãe disse irritada. - Chega de fugir.
- Me expulsa mesmo, por isso que demoro a vir aqui. - Disse com raiva.
- Quero que venha aqui me visitar, não quando tem problemas. - Respondeu no mesmo tom e então eu me levantei e peguei minhas coisas e minha filha.
- Felipe? - Eu chamei e ele nem se mexeu. Olhei pra Luiza e ela foi acordar ele. - Vamos pra casa, amor. - Eu disse e ele coçou os olhinhos. - Obrigada, mãe. - Disse seca e sai pela porta com Felipe me seguindo. Prendi minha filha resmungona na cadeirinha e amarrei o Felipe em seu assento, e então finalmente dei partida no carro.
Cheguei em casa e já passava de meia noite, mas Micael estava sentado no sofá me esperando. Assim que ouviu o barulho da porta se levantou e veio até mim.
- Que demora, Sophia. - Disse enquanto pegava o filho no colo. Eu apenas rolei os olhos e subi pra colocar Emily no berço. Não voltei pra sala, fui para o quarto e pra minha surpresa lá estava o Micael. - Será que pode parar de fingir que não estou aqui?
- Não estou fingindo isso, vou colocar o Felipe na cama. - Me virei pra porta e já ia saindo.
- Já fiz isso. - Ele falou e eu ainda de costas, suspirei. - Sei que está chateada comigo, mas precisamos ficar bem.
- Por meia hora? Pelo tempo do sexo? - Debochei. - Micael, a gente vem brigando como cão e gato nos últimos dias. Nunca fomos assim, não aguento isso.
- Eu sei que fui estupido, te peço perdão por isso. - Eu rolei os olhos e ele pareceu irritado. - Sophia, fica difícil se você não facilitar.
- Não estou dificultando, só tenho direito de estar chateada. - Ele assentiu.
- Sim, você tem. Mas você sumiu com a minha filha e com meu carro sem nem avisar pra onde. Fiquei super preocupado.
- Eu nem ia voltar hoje. - Me olhou com certa raiva. - Minha mãe que me obrigou.
- Sophia, eu amo você mais que tudo no mundo, não quero que a nossa relação acabe. - Me pareceu sincero. - Se você acha que a doutora Cristiane é uma ameaça, não falo mais com ela.
- Não fala? Bloqueia de tudo e cancela as sessões? - Perguntei com a sobrancelha arqueada.
- Sim, o que você quiser. - Sorri.
- Ótimo, então deixa que eu faço isso. - Ele me estendeu o celular, antes de desligar claro que eu li algumas conversas. - Micael você tava falando putaria com essa mulher! - Disse mais brava do que já estive em qualquer ocasião.
- Não é putaria, era uma consulta por telefone. Ela perguntou como estava a minha vida sexual.
- O que diabos essa mulher tem a ver com a sua vida sexual? - Praticamente gritei. - E você ainda tem coragem de dizer que ela não quer você? Ah, Micael, dá um tempo.
- Para de gritar, vai acordar as crianças. - Me repreendeu e eu fiquei ainda com mais raiva.
- Não existe isso de consulta virtual. - Ignorei seu pedido. - Essa droga de mulher quer é foder com você. Pare de ser idiota.
- Ok, Soph. - Disse com toda calma. - Ela pode querer isso, mas eu não quero. - Bufei. - Acha mesmo que se eu estivesse pensando em fazer qualquer coisa eu ia entregar o celular na sua mão? - Eu considerei por um instante.
- Quero dar uma surra nessa mulher. - Ele riu. - Não é piada não. - Eu olhei pro celular de novo e bloqueei aquela vadia.
- Micael, se essa vaca louca falar com você de novo, eu vou atrás dela. - Ele me encarou sério.
- Pensei que você não ia mais brigar por mim. - Ele não conseguiu conter o sorriso e eu dei um tapinha em seu ombro.
- Eu tento, mas eu te amo é mais forte que eu. - Eu ri e ele se aproximou me dando um selinho.

6 comentários: