Inevitável - Capitulo 121

- Só passar um tempinho antes de ir pra casa de novo. - Minha voz era baixa e eu estava realmente tentando me controlar pra não começar a chorar.
- A conversa com o Micael não foi boa? - Perguntou solidaria e pegou minha filha de mim. Eu me sentei no sofá.

- Até foi, nós nos entendemos, mas ai brigamos de novo. - Eu resmunguei pra ela.
- Cadê a bolsa da Emily? - Eu apenas neguei com a cabeça. - Tá me dizendo que saiu com um bebê de quatro meses sem uma fralda, mamadeira ou manta?
- Eu sai com pressa, ok? Não tive tempo de pegar.
- Você é mãe, Sophia, não se trata mais só de você. - Brigou comigo. - Você agora tem que pôr as necessidades da sua filha a frente da birra com o Micael. A fralda da sua filha está com xixi, e agora?
- Tem uma farmacia aqui perto mãe, eu vou lá comprar. - Levantei e ela rolou os olhos.
- Fica ai, vou pedir ao seu pai pra comprar. - Ela entrou com minha filha e eu fiquei ali, pensando na vida. Não ouvi quando a Luiza chegou, então eu apenas estranhei quando a vi.
- Titia. - Felipe veio a frente e me deu um abraço.
- Oi, meu amor. - Retribui.
- Papai está aqui? - Ele perguntou e eu neguei com a cabeça.
- Só eu e a Emily! - Ele sorriu. - Ela tá com sua vó lá no quarto. - E ele foi correndo atras da irmãzinha.
- Se você está aqui quer dizer que a DR foi horrivel né? - Ela perguntou e eu neguei.
- Horrível é pouco! - Dessa vez não consegui conter as lagrimas. - Eu não sei o que fazer.
- Soph, vai dar tudo certo, vocês são teimosos, mas se amam. - Ela se sentou ao meu lado e eu a abracei.
- Não sei dessa vez, a gente não fica sem brigar nenhum minuto.
- Normal né, vocês estão juntos há anos, se não rolasse brigas que eu ia estranhar. - Eu dei um risinho. - Avisou a ele onde iria?
- Não, não quero mais brigas. - Dei de ombros e ela rolou os olhos.
- Da ultima vez que ele isso, você entrou em trabalho de parto.
- Não acho que ele está gravido. - Debochei e ela riu. Meu celular tocou.
- Viu, já tá te procurando. - Eu me afastei e pensei em atender, mas movi pra caixa de mensagem. - Tá louca?
- Deixa ele achar que eu sumi. - Ela riu. - Ele precisa de um susto.
- Você tá com a filha dele e eu tô com o filho. Ele deve estar desesperado. - Nós rimos.
- Espero que esteja mesmo, Luiza. Ele merece. - Disse com raiva. Meus pais apareceram em seguida e Felipe e Emily estavam juntos. Meu pai disse um "oi" rápido e saiu.
- Onde ele vai? - Luiza perguntou a minha mãe.
- Sophia saiu de casa sem uma fralda pra Emily. - Me fuzilou com os olhos. - Seu pai vai comprar.
- Tem que ter juízo também né, Soph! - Luiza brigou comigo. - Essa neném linda da titia não pode ficar assada. - Ela se levantou e pegou minha filha do colo da avó. Felipe veio e se sentou ao meu lado.
- Quando vamos pra casa? - Perguntou impaciente.
- Quer ir pra casa? - Perguntei baixinho e ele apenas assentiu. - O que foi, amor? Você adora a casa da sua avó.
- Não quando elas só dão atenção pra Emily. - Falou chateado e eu o abracei. Meu celular tocou de novo. - É o papai? Não vai atender? - Eu respirei fundo e ia ignorar novamente, mas dei pro Felipe atender.

Micael Narrando

- Finalmente Sophia. - Disse assim que ela atendeu.
- Oi, papai. - Ouvi a voz de Felipe e respirei fundo. Eu estava dentro do ônibus pra casa do meu pai agora.
- Ei, filho. Você tá com a tia Sophia? - Forcei a voz a ficar calma.
- Sim, papai. Mas quero ir pra casa. - Ela falou triste. - Aqui vovó e a mamãe só dão atenção pra Emily.
- Vovô? - Perguntei confuso.
- Sim, estamos na casa da... - E ouvi um barulho como se a Sophia tivesse tomado o telefone do menino. E foi o que aconteceu.
- O que você quer? - Sua voz seca partiu meu coração.
- Saber onde você está, claro. - Respondi no mesmo tom.
- Se eu sai de casa, deve ser pra te dar privacidade com a sua amiga. - Ela debochou e eu bufei.
- Sophia, facilita. Tá na casa da sua mãe? - Ela respirou fundo antes de responder.
- Sim.
- Tô indo te buscar. - Ela riu.
- O carro tá comigo.
- Estou indo de ônibus ué. - Respondi e ela parou de rir.
- Vai chegar aqui meia noite. - Falou séria e eu bufei.
- Não seja exagerada. Estou a caminho.
- Não, você vai pra casa e repensa suas atitudes, suas amizades. Daqui a pouco eu saio daqui.
- Olha, Sophia...
- Quando eu chegar a gente tenta conversar e ver no que dá. - Disse novamente e eu engoli em seco.
- Ok, quando você chegar. - Então eu desliguei o celular, desci no próximo ponto e peguei um ônibus voltando pra esperar minha mulher em casa...

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