Amor Demais - Capítulo 86

- Não. – Ela fungou. Eu não sabia o que pensar, eu sempre amei muito meu pai e minha mãe. Até que ela me expulsou de casa e ele não falou nada. – Ele está doente, Sophia.
- Como assim doente? – Eu me recusava a acreditar naquelas palavras.

- Seu pai está com um câncer, ele está morrendo. – Ela pronunciava as palavras de forma tão dolorosa.
- Há quanto tempo? Por que não me avisou antes?
- Eu sempre achei que ele fosse melhorar. Estava internado, foi pra casa ontem.
- Você tinha que ter me avisado isso faz tempo, mãe. – Eu entrei em casa e ela me seguiu. – Ele é meu pai, eu merecia saber.
- As coisas entre nós duas nunca foram fáceis. – Ela deu de ombros – Não depois que você fez quatorze anos. – Ela entrou atrás de mim.
- Independente se a gente se deu bem ou não, vocês sãos meus pais! – Eu explodi, falando alto e com mais lagrimas. Então Micael finalmente saiu de onde estava.
- Acho que elas já estão há bastante tempo lá... – Eu nervoso andando de um lado para o outro no quarto. Embora eu tenho puxado Laura e Jessica pra deixar Soph a sós com a mãe, eu agora estava arrependido. Eu sabia que elas estavam conversando baixo agora e isso me preocupava.
- Micael, é a mãe dela. – Jéssica deu de ombros sentada na cama.
- A mãe dela é detestável, Jéssica. – Falei com desdém.
- Eu sei, já falei com essa mulher antes, mas acredito que a Sophia saiba se defender. – Rolou os olhos, até que ouvimos o ultimo grito e eu bufei, saindo pra sala com pressa pra abraçar minha menina.
As lagrimas em seus olhos eram tantas que eu a segurei com força e fiquei fazendo cafuné em sua cabeça. Olhei com desprezo pra Branca que pra minha surpresa também estava chorando. Jéssica e Laura tinham vindo atrás de mim e ficaram olhando a confusão de um ponto mais longe da sala. Sophia se separou de mim e encarou a mãe.
- Eu vou até lá. – Minha sogra apenas assentiu e Sophia correu em disparada para o quarto, pra pegar a bolsa e trocar de roupa, acredito eu.
- O que aconteceu? – Perguntei aquela mulher que me olhava com o mesmo ódio no olhar que eu a olhava.
- Acho que não é da sua conta! – Disse áspera e bufou.
- É da Sophia que estamos falando. Quero saber onde ela vai? – Disse me irritando, que mulherzinha detestável. Ela apenas deu de ombros. Sophia apareceu já pronta e me deu um selinho, eu segurei seu braço, ela ainda estava chorando. – Eu vou com você! – Afirmei e ela mexeu a cabeça.
- Acho melhor não. – Soluçou.
- Vou te explicar uma coisa, você é a minha mulher, eu amo você. – Ela abriu mais o berreiro. – Se alguma coisa te machuca, me machuca também. Eu não sei o que aconteceu, mas se deixou você nesse estado, eu quero estar perto de você pra qualquer coisa que aconteça. – Então ela assentiu e fungou. – Aguenta um minutinho enquanto eu boto uma roupa decente pra ir à rua. – A abracei novamente e olhei pra Laura e Jéssica no canto. Jéssica tentou disfarçar, mas eu sabia que estava chorando. – Laura, vá colocar uma roupa também.
- Por que não a deixa comigo aqui? – Jéssica perguntou e eu senti Sophia bufar no meu peito.
- Porque a Sophia precisa da família dela. – Olhei pra Laura. – Vai! – Ela assentiu e saiu correndo.  Me soltei de Soph e fui me vestir também.
- Vou embora. – Jéssica falou depois que Laura e Micael saíram da sala.
- Nem devia estar aqui. – Minha mãe respondeu com desprezo e eu sorri.
- Não precisa me tratar assim. – Eu senti que ela ia começar a chorar.
- Você me tratou de forma parecida quando vim aqui no ano passado. – Eu fiquei só olhando.
- Você veio aqui pra levar a Laura, a menina nem conhece você! Pra piorar disse que o Micael não sabia ser pai.
- Jéssica, não vale o estresse. – Eu me meti e ela assentiu.
- Depois eu mando noticias. - Ela sorriu pra mim e saiu apressada pela porta.
- Porque você trata a ex do seu marido tão bem assim? – Minha mãe perguntou incrédula.
- Ela me ajudou a ficar perto da minha filha quando eu voltei, vou ser grata pra sempre. Mesmo ela sendo uma entrona de vez em quando. – Dei de ombros. Micael finalmente apareceu com Laura e nós saímos.
- Vamos no meu carro. – Ele falou firme e eu assenti. Laura entrou atrás e já foi colocando o cinto e eu ao lado dele, eu estava tão nervosa. Minha mãe foi na frente com o carro dela. No caminho as lagrimas recomeçaram, vez ou outra Micael me olhava e colocava a mão na minha perna. – Soph, o que foi que aconteceu? – Sua voz era tão tranquila que conseguia acalmar um pouco esse turbilhão de emoções que estava dentro de mim.
- Meu pai está muito doente. – Eu falei com a voz sofrida. – Eu estou me sentindo tão culpada por não procurado eles.
- Amor, você procurou eles. – Tirou a mão do volante e fez carinho em minha cabeça.
- Eu estava gravida quando procurei eles, Laura já vai fazer oito anos.
- Não era obrigação só sua procurar. – Eu fechei os olhos e deixei que escorressem mais lagrimas.

4 comentários: