Inevitável - Capitulo 114

- Agora veja se não é a mais bela esposa do meu melhor amigo. - Aquele cara tinha um sorriso irritante nos lábios e eu bufei.
- Você é doente, só pode. - Virei as costas e fui andando pra sala. Ouvi a porta sendo fechada e ele atrás de mim.

- Não é assim que se trata as visitas. - Eu o encarei séria e ele se sentou no meu sofá. - E ai rapazinho?
- Oi. - Felipe disse emburrado.
- Ah, eu não sou tão ruim quanto dizem. - Lucas ficou olhando Felipe com cara de bobo, o que eu estranhei. Me sentei no outro sofá, depois de pegar a minha pequena do tapete.
- Eu vi você da outra vez. Depois que você saiu meu pai e minha mãe brigaram feio. Não gosto de você. - Ele veio correndo pra mim e eu o coloquei no meu colo.
- Ei, o que te ensinaram sobre mentir? - Eu queria tanto chutar aquele cara.
- Que mentir é feio. - Felipe me olhou e eu confirmei.
- Naquele dia, eu só disse a verdade. Sua mãe tinha mentido pra todo mundo. A culpa não foi minha.
- Pelo amor de Deus, Lucas. Dá um tempo. - Eu intervi. - O garoto tem cinco anos, não vou deixar você fazer a cabeça dele contra a mãe.
- E desde quando ela é sua melhor amiga? - Ele me respondeu no mesmo tom que eu tinha.
- Ela é minha irmã. Você gosta dela, beleza, mas não vai ser vindo aqui e mexendo com o Felipe que você vai conseguir ter ela de volta. Felipe não tem nada a ver com isso.
- Não quero me aproximar do Felipe por causa da Luiza. - Eu olhei em seus olhos. - Ele bem ou mal é só o que me restou daquele amor.
- Ele não é um objeto. É uma criança. - Praticamente gritei. - Ele já tem pai, e não vai ser de uma hora pra outra e tentando tirar ele do pai que você vai se aproximar.
- Sophia, não vim aqui pra brigar com ninguém. - Desviou o olhar e abaixou o tom da voz.
- Não estamos brigando. Só estou dizendo que se você quer a Luiza, deveria tentar reconquista-la de uma maneira honesta dessa vez. Embora eu acho que depois do escândalo que tu fez contando toda verdade pro Micael, ela não vá querer saber de você.
- Deixa ela com o advogado lá. Melhor assim. - Sorriu pra mim, mas um sorriso diferente. Eu não queria acreditar, mas ele parecia simpático agora e não um doente.
- Ei, o que estão fazendo ai sozinhos? - Micael vinha descendo a escada mexendo no celular novamente. Eu ainda não tinha descoberto o que era.
- Não estamos sozinhos, Felipe está aqui. - Lucas sorriu de lado pra ele e Micael o encarou sério, depois se virou pra mim.
- Sobe, Sophia. - Eu o olhei abismada.
- Eu hein, não. - Ele arregalou os olhos. - Não é assim que você tem que falar comigo.
- Sophia, colabora. - Suspirou.
- Já disse que não. Não sou sua filha. - Rebati e ele fechou os olhos e pousou os dedos na ponte do nariz. - Ótimo, então depois a gente conversa. - Olhou pra Lucas. - E a sua visita, já acabou?
- Eu cheguei agora, Micael. Não viaja.
- O menino nem quer conhecer você. - Disse ignorante, Micael estava muito alterado.
- Porque ele tem uma visão errada de mim.
- Qual? A de quem enganou o pai dele por anos? Acho que tá certa. - Debochou e Lucas riu.
- Como já disse a bela Soph, não vim aqui brigar.
- Disse a quem? - Ai senhor, agora eu sabia que ia dar merda. - Que merda de intimidade é essa?
- Micael, a gente sabia que ele ia te provocar, não caia nessa. - Eu me meti e ele assentiu pra mim.
- Será que posso passar um tempo com meu filho? - Felipe o olhou assustado. - A gente podia brincar.
- Não quero brincar com você. - Micael sorriu.
- Felipe, vamos fazer assim, a gente brinca agora e depois se você não gostar, eu não volto nunca mais. - Cruzou os dedos, Felipe me olhou e eu assenti.
- Jura? - Lucas assentiu. - Então tá. Pique esconde, você procura. - E saiu correndo rumo ao quintal, Lucas me olhou e piscou um olho antes de sair e ir atrás do meu menino.
- O que estavam conversando? - Micael se aproximou de mim e me assustou.
- Ai, menino. Que susto. - Reclamei.
- Diz Sophia. - Eu rolei os olhos.
- Não é justo desconfiar de mim, pelo menos não agora que você não larga mais esse celular. - Joguei na cara dele, eu sei que ele estava passando por muita coisa, mas eu merecia saber com quem ele tanto falava.
- Já te disse que é só um jogo. - Se irritou e eu levantei uma sobrancelha.
- Um jogo chamado whatsapp. Quer fazer o favor de me explicar?

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