Inevitável - Capitulo 71

- Vamos buscar o Felipe! - Ele disse assim que saiu do banho só enrolado numa toalha e sacudindo os cabelos molhados.
- Ai, Micael. - Pus as mãos na frente do rosto e ele riu. - Parece um cachorro fazendo isso!
- Ué, agora eu sou um cachorro? - Fingiu um tom de voz magoado e me fez rir.

- Olha, tem umas mordidinhas que você me dá que diz isso! - Eu falei isso e corei na mesma hora. Ele veio e me abraçou, ainda rindo.
- Olha, se quiser eu paro. - Falou com um sorriso malicioso.
- Não, de jeito nenhum. - Minha voz soou desesperada e seu sorriso se abriu ainda mais.
- Se que você gosta. - Falou bem no meu ouvido e no final começou a dar mordidinhas no lóbulo da minha orelha. Eu já estava fora de mim, mas quando senti que ele já estava duro de novo, me afastei com uma risada.
- Você não cansa? - Entrei no banheiro sem dar chance dele responder e rindo.

Tudo estava muito bem por enquanto. Eu amava esse clima descontraído que tem entre a gente, as brincadeiras, as safadezas e tudo que a gente faz. Tomei banho sem tirar em nenhum momento o sorriso do rosto e acho que fui bem rápida. Quando sai, ainda enrolada na toalha, como ele, sabia que seria um problema, mas surpreendentemente não encontrei Micael no quarto. Então comecei a me vestir, coloquei minha calcinha e meu sutiã vermelhos de renda e estava escolhendo um vestido, quando a porta se abriu e Micael entrou.

- Ai, meu Deus. - Me virei e ele me olhava de olhos arregalados e uma expressão de desejo. - Se você não quer que eu te agarre agora mesmo, vista uma roupa mulher.
- Eu estava escolhendo uma. - Abaixei pra abrir uma das ultimas gavetas, isso deixou minha bunda pro alto, nem tinha nada naquelas gavetas, apenas papeis. Senti um beijo na bunda e levantei no susto. - Que susto menino.
- Tu devia parar de me provocar. - Arqueou uma sobrancelha pra mim e eu ri. - Está procurando roupa na gaveta de documentos?
- Tinha esquecido que só tinha papeis aqui! - Sorri maliciosa e ele revirou os olhos.
- Sophia, pelo amor de Deus, se veste logo ou te arrasto pra cama. - Uma ameaça sedutora, mas precisávamos sair, já era noite.
- Ok, estressadinho. - Levantei as mãos em sinal de rendição e ele se sentou na cama me observando o tempo todo. Percebi que ele estava com a minha mala ali, mas dentro dela realmente não tinha nada que eu queria usar hoje. Acabei com um vestido preto justo, que mostrava bem as minhas curvas e batia no meio das coxas. O decote era bem comportado e era muito bom, já que não gosto muito de decotes. Sentei em frente ao espelho pra fazer uma maquiagem simples, mas acabei passando só um batom. Calcei minhas sapatilhas e olhei para Micael. - Estou pronto, melhor?
- Prefiro você sem roupa. - Disse e me fez ficar sem graça.
- Vamos logo. - Ele segurou minha mão, eu peguei minha bolsa e fomos para o carro em direção a casa do pai de Micael. A viagem não é longa, mas estou nervosa, uma vez que sei que eles não aprovam meu relacionamento com Micael.
Tocamos a campainha e depois de minutos Jorge atendeu, estava sorrindo.
- Olá, entrem. - Nós entramos e quando Felipe me viu, fez o que sempre faz, veio correndo me abraçar.
- Titia! - Eu o peguei no colo sob o olhar repreendedor de Micael.
- Oi, meu amor! - Sorri pra ele e então o coloquei no chão antes que Micael surtasse. - Titia veio levar você pra casa.
- Eba! Então você voltou né? - Tinha um lindo sorriso e eu assenti. - Que bom, eu gosto da minha mamãe, mas ela lá em casa é chata demais, nem brinca comigo. - Meu sorriso se fechou um pouco e eu sabia que estava sendo observada por todos ali, ouvi Micael suspirar e o clima ficou estranho.
- Vocês ficam pra jantar? - Jorge perguntou numa clara tentativa de mudar de assunto.
- Na verdade só viemos buscar o Felipe. - Mica disse, mas eu logo acrescentei.
- Adoraria. - Ele me olhou estranho, mas seu pai sorriu e foi pra cozinha enquanto nós nos ajeitávamos na sala. Eu sinceramente não queria ir pra casa e ficar imaginando o que Luiza queria fazer quando estava na minha casa, já que brincar com o filho não era.
- Desde quando você quer jantar aqui? - Micael sussurrou pra mim.
- Desde agora. - Respondi seca e ele não tentou mais falar. Fiquei brincando com Felipe com uns bonecos ali até a hora que Jorge nos chamou.

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