Inevitável - Capitulo 81

Dois dias tinham se passado e aparentemente nossa vida estava normal de novo, mas eu sabia que não duraria muito tempo.


- Vamos logo amor. - Ele gritou da sala e me fez rir. - A gente vai chegar atrasado.
- Estou descendo homem. - Peguei a minha bolsa, calcei minhas sapatilhas e desci.
- A babá chegou há vinte minutos e a gente aqui ainda. - Eu rolei os olhos.
- Felipe já está com ela? - Perguntei procurando em algum luga á vista, mas não o encontrei.
- Sim, estão na cozinha, ela foi fazer almoço pra ele. Vamos. - Segurou minha mão e me puxou porta a fora.
- Que pressa. - Dei de ombros. - Nem me despedi do garoto.
- Quero saber se está tudo bem com ele... - Colocou a mão na minha barriga e toda irritação passou.
- Vamos. - Sorri e ele arrancou com o carro. Chegamos em cima da hora e ficamos por 10 minutos sentados na sala de espera.
- Sophia Abrahão. - Meu nome foi chamado e eu entrei no consultório com Micael logo atrás de mim.
- Olá, Sophia. - A medica disse simpática. - Olá, papai.
- Oi. - Eu e Mica falamos juntos. - Papai, preciso que você nos dê uma licença, só a mamãe pode estar aqui para esse exame. Se formos fazer o segundo, vou mandar chamar o senhor. - Me olhou hesitante, eu assenti e ele saiu. - Sophia, preciso que você tire a bermuda e a calcinha e se deite naquela maca ali, com os pés nos apoios.

Fiquei incrivelmente nervosa e exposta enquanto tirava a roupa e me deitada. Já tinha feito aquele exame antes com o meu ginecologista há alguns anos, mas não me sentia nem um pouco a vontade para repetir a experiencia. Ela colocou o preservativo e o gel na  sonda e eu suspirei e abri as pernas. O exame em si não doía, mas era um incomodo horrível. Ela não falava nada enquanto ficava mexendo aquele troço dentro de mim e eu já estava agoniada.

- Tá tudo bem aí? - Perguntei sem graça.
- A gente vai descobrir em 10 minutinhos, o tempo que vai levar pro seu resultado sair, mas sim, aparentemente está tudo bem. - Respirei fundo e agradeci mentalmente, esse bebê é a unica coisa que faz com que eu e o Micael tenhamos forças pra segurar essa barra. - Pode se vestir, mãezinha. - Ela tirou o aparelho de mim e em seguida me deu um papel para que eu pudesse me limpar, me vesti e fiquei ali ainda sentada na maca. - Pode chamar o seu marido se quiser. - Ela sorriu e eu caminhei até a porta.
- Amor, vem! - Disse assim que avistei Micael roendo as unhas em uma cadeira.
- Tá tudo bem? - Perguntou ao se aproximar.
- Resultado sai em cinco minutos. - Dei de ombros e me sentei na cadeira em frente a medica e com Micael ao seu lado. Então, uma enfermeira ou sei lá o que bateu na porta e entregou um papel.
- Aqui está seu resultado, Sophia. - Sorriu e olhou para o papel, seus olhos se arregalaram e eu fiquei preocupada, assim como Micael.
- O que foi? - Um tom de desespero assolava a minha voz.
- Você está entrando na sua decima terceira semana, Sophia. Não está gravida de dois meses como pensa e sim de quatro.
- Como isso é possível, eu nem sentia nada há quatro meses! Tem uns dois que eu comecei a enjoar. - Dei de ombros.
- Acontece, só que sua gravidez já está avançada né, começou esse pré-natal muito tarde. - Brigou. - Vamos fazer a ultra? - Eu assenti nervosa. - Preciso que você se deite na outra maca e levante ou tire a camisa. - Eu estava tão nervosa que tirei logo e fiquei de sutiã. Como a bermuda que eu estava era cós alto, tive que abrir e abaixa um pouco. Ela colocou gelzinho que arrepiou a minha pele por estar gelado e então eu sorri pra Micael que segurou minha mão.
- O bebê de vocês está saudável e crescendo normalmente. Ali está a cabecinha dele. - Apontou na tela e eu olhava aquele borrão com paixão nos olhos. - Ele já está todo formado e quase dá pra ver o sexo, acontece que dizer agora é meio incerto. E olha... - Ela parou de falar e por um momento eu me desesperei, mas então, um som acelerado e frequente encheu a sala, me fez sorrir e encher meus olhos de lagrimas. Era o coraçãozinho do meu bebê.
- É ele? - Micael perguntou todo bobo.
- Sim, é o coração do bebê de vocês. - Ele deu um beijo em minha testa e não tirou o sorriso do rosto.
- É lindo! - Disse entre sorrisos.
- Tô vendo que essa criança tem pais babões hein? Vai ser mimada. - Ela brincou e eu assenti.
- Muito mimada. - Ela então tirou o aparelho de mim e me deu um lenço pra limpar a barriga. - Você disse que ainda não dava pra ver direito, mas dava pra especular. O que você viu, qual o sexo? - Ela sorriu.
- Eu vi um menino, mas não foi uma visão muito nítida, então temos que esperar pra ver nas próximas consultas se é mesmo.
- Entendi, obrigada doutora. - Ela assentiu e nós saímos de mãos dadas do consultório.
- Mais um menino. - Sorriu todo bobo.
- Não comemore antes da hora. - Ele gargalhou.
- Já era Sophia, menina agora só na próxima. - Mandei língua e fomos caminhando para o carro conversando animadamente sobre nosso bebê.

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