Inevitável - Capitulo 82

Se passaram três meses. Sophia estava com uma linda barriga de sete meses. Esperávamos Emily, nossa menininha. Sim, a medica tinha errado daquela vez e Sophia estava radiante com esse fato. Luiza também não estava enchendo muito a paciência, só insistia em visitar o Felipe, acho que só pra me tirar do sério. Nosso divorcio ainda não tinha saído, assim como a guarda do Felipe ainda não tinha sido decidida definitivamente.

Agora, estou sentado no fórum, esperando a hora da minha audiência de conciliação com Luiza, que já está meia hora atrasada. Tinha deixado Sophia em casa, justamente pra não se irritar. Marlon estava me representando e eu já não tinha mais unhas pra roer.
- Para com isso! - Ele deu um tapa na minha mão.
- Não sei pra que essa demora toda. - Dei de ombros e ele rolou os olhos.
- Com certeza tem um casal lá dentro mais complicado que você e a Luiza. - Ele riu.
- Haha. - Debochei. - Como se isso fosse a coisa mais fácil de encontrar. Já reparou que a Luiza não para de olhar pra cá? - Disse desconfiado.
- Mil anos que não te vê. - Parecia nervoso. - Deve estar com saudades.
- Ah, para Marlon. - Bufei. - Vocês tem conversado, o que tá rolando? - Perguntei, mas não tive tempo de obter respostas, nossos nomes foram chamados e então entramos.
Eu fui na frente e me sentei de um lado da mesa e Luiza com um sorriso debochado sentou exatamente a minha frente.
- Vamos dar inicio a sessão. - O Juiz disse e eu suspirei. - Alguma das partes já tem um acordo? - Então quando olhei, Luiza sorria ainda mais.
- Sim, nós temos um. - O advogado dela falou e então passou uma folha com a tal proposta. Assim que bati o olho me assustei.
- De jeito nenhum. - Disse sem titubear. Ela queria três mil reais de pensão e a casa pra ela morar com Felipe. - Isso não vai acontecer.
- Micael, calma. - Marlon sussurrou ao meu ouvido.
- Por que eu pagaria pensão se ela é totalmente capaz de trabalhar? E outra, Felipe não vai ficar com você, vai continuar comigo. A casa a gente vende e divide o dinheiro.
- Sem chance, eu quero a pensão. - Colocou as mãos espalmadas sobre a mesa.
- Luiza, eu não sou rico e se vender a casa, vou precisar comprar uma nova, porque a minha atual esposa está gravida. - Terminei olhando pro Juiz que assentiu. - Você é jovem e saudável, completamente capaz de trabalhar.
- Vocês precisam chegar a um acordo, ou esse divorcio vai se estender por muito tempo ainda. - Marlon interveio e Luiza sorriu pra ele.
- Ok, pelo menos a pensão do menino. - Ela olhou pra mim e eu respirei fundo.
- Felipe não vai ficar com você. - Disse sério.
- Não abro mão do meu filho. - Repetiu.
- Temos outra audiência já marcada pra resolver isso. Aqui é o divorcio, pelo amor de Deus, vamos resolver isso. -  Eu supliquei.
- Ok, você vende a casa e nós partilhamos o dinheiro. Os móveis...
- Eu vendo a casa mobiliada, Luiza, isso é o de menos. - Rolei os olhos e ela sorriu.
- Ótimo então, temos um acordo.
- Vocês têm um acordo? - O juiz olhou atentamente para nós.
- Eles vão vender os bens e partilhar o dinheiro. O filho deles, como nenhum dos dois abre mão, vai ficar com Micael, até a próxima audiência que já é pra definir a guarda da criança. - O advogado dela falou e eu não sabia quem era aquele cara, mas eles tinham uma intimidade nojenta.

Dentro de minutos saiu as folhas para assinarmos. Eu não estava nem um pouco arrependido, mas esperava preocupado com o fato da Sophia estar gravida e nós termos que procurar e comprar uma casa nova. Quando eu assinei, me senti extremamente aliviado e livre. Ela hesitou por um instante, mas logo depois assinou.

- Bom, parece que você conseguiu o que queria... - Ela olhou pra mim após me entregar a caneta.
- Já era hora, você podia ter facilitado. - Respondi com certa ignorância.
- Não ia ter graça. - Ela riu.
- Você é doente. - Disse e sai dali, vi Marlon se despedindo e rolei os olhos. - O que tá rolando entre você e a Luiza? - Perguntei já com raiva.
- Não inventa, Micael.

Entramos no carro e eu nem fui trabalhar naquele dia, fui direto pra casa. Cheguei e encontrei, pra minha surpresa, minha sogra ali, com Sophia no sofá. De uns dias pra cá, elas estão se dando bem.

- Oi, amor. - Cheguei e dei um beijinho nela. - Fala, filhão. - Ele pulou no meu colo e eu o chacoalhei. - Oi, Branca. - Deixei no final e disse sério.
- Me conta como foi?! - Sophia parecia empolgada.
- Bom, agora sou um homem solteiro. - Eu ri e a cara de Branca foi de surpresa.
- Ué, Luiza assinou assim tão fácil? - Parecia desconfiada. - Ela tinha dito que não entraria em acordo nenhum.
- Ela claramente mudou de ideia. O lado ruim, é que temos que nos mudar. - Disse agora virado pra Sophia e ignorando sua mãe.
- O quê? Você deu nossa casa pra ela nesse acordo? - Disse brava.
- Não, vamos ter que vender e dividir o dinheiro.
- Micael, vamos ter um bebê, não podemos ficar sem casa. - Parecia desesperada.
- Vamos comprar uma nova. - Não sei como. -  Mas foi melhor do que ficar pagando 3 mil de pensão pra idiota da Luiza.

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