Inevitável - Capitulo 90

Eu tinha saído pra andar, esfriar um pouco a cabeça depois daquela briga toda. Eu não tinha um rumo, ou algo do tipo. O que eu sei, é que a louca da Luiza me alcançou depois de um tempo.


- O que está fazendo aqui? - Perguntei ignorante.
- O mesmo que você. - Ela deu de ombros.
- Luiza, eu não gosto de você e você não gosta de mim, então, segue pro outro lado. Por favor. - Apressei o passo.
- Para de ser ogro. Não fiz nada pra você. - Tinha uma pontada de decepção na voz.
- Não fez nada no ultimo mês né? - Debochei e ela rolou os olhos.
- Eu estava revoltada, tinha todo o direito. - Dei de ombros.
- Você fez eu ser preso. Passei um dia inteiro na cadeira, Luiza. - Ela se afastou um pouco. - Minha filha vai nascer e eu tô morando na casa do meu pai. Por causa de um dinheiro que você não precisava. - Gritei no meio da rua.
- Olha o escândalo. - Ela se aproximou de mim, mas continuei andando. - Fiz o que tinha que ser feito, você quase me matou, Micael.
- Luiza, não estou a fim de ficar discutindo isso. Se eu quisesse alguém pra conversar, tinha entrado no quarto, onde com certeza alguém ia me perturbar.
- Para de ser assim. Eu hein. - Chegamos a uma pracinha, não tinha praticamente ninguém. Provavelmente pela hora. Eu sentei e ela se sentou ao meu lado.
- Eu sou assim, fofa. - Ri debochado.
- Não, você não é. - Rolei os olhos.
- Você não me conhece! - Rebati.
- Claro que conheço. Ficamos juntos por anos. - Deu de ombros.
- Claro, só que ao invés de me conhecer, você estava conhecendo outros por aí. Só Deus sabe quem é o pai do Felipe. - Essa ideia me dava vontade de apertar o pescoço dela de novo.
- Você é o pai dele. Eu disse isso num momento de raiva. Meu Deus, você estava namorando a minha irmã. - Jogou as mãos pro alto num gesto de revolta.
- Olha, eu acho que essa nossa conversa já deu. - Ela negou.
- Agora pelo menos você sabe quão ruim é né. - Eu não entendi, então a olhei confuso. - Esse lance de irmão. Como é quando você chega em casa e vê a pessoa que você gosta junto com seu irmão.
- Ah, não venha comparar isso, Luiza. - Me levantei.
- Ué, qual a diferença? - Ela deu de ombros e eu só queria sumir. Meu telefone tocou, mas era Sophia, então desliguei a chamada.
- A diferença é que você morreu e sumiu por quatro anos. Queria que eu estivesse de luto ainda? - Debochei.
- Queria que estivesse namorando qualquer pessoa que não fosse minha irmã que você sempre disse que odiou. - Ela parecia triste com o assunto e esse era de fato a primeira vez que conversávamos sobre isso ou qualquer outra coisa, sem de fato brigar e gritar.
- Eu já te expliquei essa historia. - Passei as mãos pelo cabelo e me sentei de novo.
- Eu sei. - Ficamos em silencio. Meu celular tocou outra vez, eu desliguei de novo.
- Por que não atende?
- Porque não quero brigar com ela. - Dei de ombros. - Estou irritado pra isso. - E eu acho melhor você ir. Me deixa sozinho! - Pedi gentilmente, por incrivel que pareça. Celular tocou mais uma vez. Dessa vez eu só ignorei.
- Não vou te deixar sozinho. - Ela negou com a cabeça e eu bufei.
- Tem uma medida protetiva dizendo que eu não posso ficar perto de você. Colabora. - Ela rolou os olhos, mas se levantou.
- Tá, só tenha juízo. - E foi andando o caminho de volta. Eu quase joguei o telefone longe quando tocou outra vez, mas apenas desliguei. Fiquei ali pensando em como tinha sido idiota. Sophia nunca na vida me trairia, ainda mais com o Marlon, mas o ciume fala mais alto quando o assunto é ele. Porque algumas vezes ele já  tinha comentado comigo que achava a minha cunhada uma gata e queria que eu desenrolasse. Sei que isso faz muitos anos, eu nem me importava na época, mas ver os dois abraçados me lembrou daquilo tudo.

- Micael. - Luiza voltou correndo e eu respirei fundo. - Micael.
- O que é, Luiza. - Ela tinha um sorriso nos lábios, o que eu estranhei.
- Ó, fala direito comigo, senão eu não conto. - Ela rolou os olhos.
- Então não conta. - Fui grosso e ela bufou.
- Ótimo, porque sei que você adoraria perder o nascimento da Emily mesmo. - E então eu gelei. Era por isso que ela estava me ligando tanto e eu ignorando. Ai meu Deus, será que dava tempo de chegar.
- Onde a Sophia está? - Disse levantando e saindo correndo de volta pra casa, tinha que pegar meu carro. Droga, por que eu não sai de carro logo?
- Está no hospital com Marlon. Não ouse ficar com raiva. - Ela defendeu, então pude ver que já tinham se acertado.
- Vamos logo. - Eu tinha andado bastante, mas correndo de volta, chegamos em casa em 25 minutos. Tempo demais, minha filha já poderia ter nascido. - Eu não acredito que não vou estar lá com ela. - Me martirizava.
- Talvez quando tiver uma esposa gravida em casa, você devesse atender o telefone. - Ela riu.
- Haha, cala a boca, Luiza. - Peguei meu carro e dirigi o mais rápido possível para o hospital, que não era muito longe dali. Só esperava que chegasse a tempo.

8 comentários:

  1. Aaaaaaa mica tu devia ter atendido agora corre kkk 🙏🙏

    ResponderExcluir
  2. que ele chegue a tempo amem kkkk continua pff

    ResponderExcluir
  3. acho bom chegar a tempo

    ResponderExcluir
  4. Ele precisa chegar a Tempo

    ResponderExcluir
  5. Caaaaah do coração, que agonia. Queremos o nascimento dessa menina logo kkkkkk Posta mais, amore. Ta linda.

    ResponderExcluir
  6. Ahhhhh continue muié morrendo aqui 😱😱😱😱😱 Tá muito incrível 😍

    ResponderExcluir