Inevitável - Capitulo 113

- Não tem nada acontecendo aqui. - Luiza deu de ombros.
- Aham, e eu agora sou cega pra não perceber o Micael irritado com você Luiza. - Falei brava e Micael suspirou.

- Não é nada demais, amor. - Se aproximou e deu um beijo na minha testa.
- Eu continuo querendo saber. - Cruzei os braços.
- Micael tá com raivinha porque eu falei pro juiz que queria separar quando descobri estar gravida. - Ela rolou os olhos e eu olhei pra Micael.
- Não. Você disse que queria me largar e só não fez isso porque aquele imbecil não deixou. - Sua voz era grave e eu estava realmente me irritando com aquela briga idiota.
- Ué, eu não ia criar um filho sem pai, desculpa. - Deu de ombros e eu vi nos olhos do Micael a ira.
- Não consigo acreditar que fiquei quase um ano sofrendo por você. - Se levantou e saiu da mesa bravo. Eu encarei Luiza e ela deu uma mordida no pão.
- Que foi? - Disse cínica.
- Você podia pegar leve com ele né? - Pedi e ela rolou os olhos em resposta.
- Micael tem que parar de se doer pelas coisas que passaram. Isso não é normal. - Ela deu de ombros. - Tem que superar, ele agora ama você.
- Mas é o filho dele, se essa historia toda envolvesse só vocês dois tudo bem. Agora o filho que ele tanto ama é golpe baixo. - Ela deu de ombros.
- Eu já tentei de me desculpar por todo mal que eu causei, mas acontece que não tem desculpa. Sophia, não vou me martirizar pra sempre. - Suspirei.
- Vou lá em cima ver como ele está. Passam o olho na Emily? - Eles assentiram.

Eu subi e quando cheguei no quarto encontrei Micael mexendo no celular. Ele guardou imediatamente assim que me viu e eu estranhei aquilo, mas resolvi que não era a hora de saber o que era.
- Você tá bem? - Ele deu de ombros.
- Minha vida toda foi uma mentira e agora tenho que aturar as duas pessoas que mais me enganaram aqui na minha casa. - Eu respirei fundo.
- Não pode deixar isso te irritar sempre. Já aconteceu, é a vida. - Ele desviou o olhar.
- Não foi com você que aconteceu, você não tem como saber o que eu senti.
- Não precisa ser grosso comigo. - Eu me sentei na cama e ele me abraçou.
- Desculpa. É que toda essa historia me irrita a cada dia mais. - Passou uma das mãos pelo cabelo. - Você não tem culpa. Eu te amo.
- Aham. O que era no celular, Micael? - Eu tinha decidido não falar, mas a minha curiosidade era mais.
- Nada, eu tava jogando. - Deu de ombros.
- E guardou o celular quando eu cheguei? - Ergui uma sobrancelha e ele me olhou indignado.
- Você tá achando que eu tô mentindo pra você? - Parecia ofendido.
- Eu espero que não. - Levantei e sai do quarto voltando pra perto da minha filha que estava chorando no colo da minha irmã. - Tá com saudade da mamãe né amor? - Ela sorriu quando eu a peguei em meus braços.
- Muito mimada essa Emily hein. - Luiza brincou e eu sorri pra ela.
- E vai ser ainda mais.

Nove dias se passaram desde a audiência e esse era o primeiro final de semana de Lucas na nossa casa. Ninguém queria aquele mala ali e eu sabia que ia dar problema, mas não tinha como evitar. Ele ia aparecer só pra criar problemas, isso era fato.
- Ele podia desistir e sumir de vez. - Micael disse enquanto almoçávamos.
- Até parece. - Dei de ombros e comi mais uma garfada.
- O cara quer pegar a Luiza de novo e inferniza a vida da gente. Como isso é possível?
- Micael, Felipe está aqui. Não precisamos falar disso agora. - Ele assentiu e sua expressão era triste. Partiu meu coração vê-lo daquele jeito.
Terminamos de almoçar e eu estava com a minha menina sentada no chão da sala e Felipe estava junto comigo. Micael tinha ido tomar um banho.
- Tia Soph, eu vou ter que chamar aquele cara de pai? - Felipe parecia com medo. - Não gosto dele.
- Não amor, só se você quiser.
- Não quero ver ele. - Eu suspirei.
- Nem a gente amor. Mas tem que acontecer. - Ele olhou pra baixo e pegou a mãozinha da irmã.
- Eu queria que você e o Micael fossem meus pais igual são da Emily. - Ele estava chorando.
- Ei, nunca mais repita isso perto do seu pai. Micael vai ficar chateado se ouvir você dizer que ele não é seu pai. - Ele assentiu. - Ele sempre vai ser seu pai. Independente de qualquer coisa. Entendeu?
- Sim, tia. - Dei um beijo na sua testa e ouvi a campainha tocar.
- Vou atender, fica aqui com a sua irmã. - Emily estava deitada de bruços no tapete. Então eu levantei e fui abrir a porta pra aquele imbecil de uma vez.

6 comentários: