Medo de Amar - Capitulo 113


- Ei! – Sophia sorriu ao ver o namorado passar pela porta. – Chegou tarde hein.

- Pois é, o Adriano hoje precisou se atrasar e eu cobri até que ele chegasse. – Se jogou no sofá.

- E você, como foi seu dia? – Puxou Sophia pela mão e ela caiu em cima dele no sofá. – Fez vários nada?

- Uhum, um tédio só. – Se aconchegou em Micael. – Sinto dizer que você não vai ter muito tempo pra descansar, eu marquei o jantar com os seus pais.

- Você é bem rapidinha quando quer. – Fez uma careta.

- Foi você que pediu pra marcar o quanto antes pra se livrar dela. – Se afastou um pouco e encarou o namorado. – Quer desistir? Eu ligo e aviso para marcarmos outro dia.

- Não, está tudo bem. – Suspirou. – É melhor acabar logo com isso!

- Também não precisa dessa cara de quem está indo para um velório. – Ela brincou, mas não melhorou em nada o ânimo do namorado.

- É quase isso. – Bufou. – Vou tomar banho. Eles chegam que horas? Você pediu comida né?

- Então, na verdade, o jantar vai ser na casa do seu pai. – Deu de ombros como se pouco importasse. – Ele sugeriu e eu achei legal.

- Menos trabalho pra gente. – Foi só o que disse antes de levantar e ir tomar um banho relaxante. Foi para o quarto pelado e vasculhou o armário a procura de uma bermuda jeans e uma camiseta polo pra vestir naquela noite quente.

- Mas tem que procurar roupa pelado? – Sophia perguntou sem tirar os olhos dele e o moreno finalmente riu. – Não dá pra colocar nem uma cuequinha? Amarrar a toalha na cintura, sei lá.

- Está te incomodando? – Ergueu uma sobrancelha. – Eu gosto de ficar assim, livre. – Começou a remexer o quadril e arrancou risadas de Sophia.

- Para de palhaçada. – Ela foi para o banheiro ainda rindo, quando voltou, Micael já estava pronto sentado na cama. – Gostoso.

- Era pra ter falado isso quando eu estava pelado. – Ele seguiu brincando. – Agora dá muito trabalho tirar toda essa roupa que eu coloquei.

- Ainda bem né, senão a gente ia chegar lá as dez. – Vestiu uma lingerie e riu enquanto via o namorado não tirar os olhos de seu corpo. – Você é bem tarado!

- Você fez a mesma coisa. – Ela deu de ombros, tirou um vestido azul escuro do cabide e o vestiu com agilidade.

- Eu vou só fazer uma maquiagem básica e a gente sai. – Micael rolou os olhos, já prevendo o quanto tempo demoraria aquela maquiagem básica. Mais de meia hora depois ela se levantou da penteadeira. – Estou pronta, vamos?

- Finalmente. – Implicou. – Você já é maravilhosa, não precisa disso tudo.

- E você é um puxa saco. – Mandou língua e ele riu. Pegou sua bolsa e os dois saíram de casa rumo aquele jantar.

Sophia tentou manter Micael descontraído por todo caminho, conversava sobre coisas inúteis de seu dia e como andava a distribuição de books online que Mel andava fazendo. Micael até falou um pouco sobre o dia tranquilo que teve no restaurante.

Chegaram na casa de Jorge pouco depois das sete, ele os recebeu com um sorriso no rosto e tratou de dar um abraço nos dois. Micael seguia desconfortável com a situação. Caminharam para a sala e Antônia não estava em nenhum lugar à vista.

- Onde está Antônia? – Sophia perguntou curiosa, afinal ela era o motivo daquele jantar.

- Na cozinha. – Jorge rolou os olhos como se fosse obvio e Micael fez uma expressão levemente surpresa. – Ela não me deixou nem chegar perto de lá desde que entrou, acho que já sei de quem o Micael puxou toda aquela marra.

- É claro, você não sabe cozinhar pai. – Rolou os olhos. – Fica na cozinha dando palpite e opinião em coisa que nem sabe fazer, tem que ser expulso mesmo.

- Viu só, igualzinhos. – Fez com que Sophia risse.

- Isso não tem nada a ver, qualquer chef que se preze não gosta de ter ninguém atrapalhando. Entra na cozinha e dá palpite nas coisas do Adriano pra você ver.

- Ele não vai dizer nada, sou eu que pago o salário dele. – Jorge completou rindo.

- Assim é fácil. – Resmungou.

- Gente, dá licença um momentinho que eu vou ao banheiro e já volto. – Se levantou e saiu da sala.

- Por que você não vai falar com a sua mãe agora? – Sophia sugeriu e Micael franziu a testa. – Ela está na cozinha e ao que parece esse é um ponto que vocês tem em comum. Pode ser um facilitador.

- Não sei se é uma boa ideia fazer isso na cozinha. – Suspirou.

- Você precisa de um momento sozinho com ela, cozinhar junto pode ser uma interação legal.

- Meu amor, você sabe que eu não suporto ninguém na minha cozinha. – Ele franziu a testa. – Eu vou é me irritar com ela fazendo as coisas diferente de mim.

- Vai logo. – Bufou. – Se você se irritar, pede licença e sai antes de arrumar briga. – Decretou. – Agora vai.

- Tá bom. – Resmungou, mas logo se levantou e caminhou até a cozinha de Jorge.

- Ué, onde está o Micael? – Perguntou a nora assim que voltou pra sala, pouco antes de Micael sair. – Te deixou sozinha aqui?

- Eu pedi a ele que fosse falar com a Antônia na cozinha. – Deu de ombros. – É um lugar que os dois amam, vai que facilita a reconciliação.

- E ele foi? Assim fácil? – O pai de Micael gargalhou. – Eu acho incrível como você consegue dele tudo o que quer.

- Consigo nada. – Cruzou os braços. – Eu faço ele ver a razão.

- Faz nada, Micael que é um pau mandado pra você. – Zoou mais um pouco, mas logo ficou sério. – Obrigado, eu sei que sem você mediando ele nunca toparia falar com Antônia novamente.

- Ele toparia, só acredito que levaria um pouco mais de tempo. – Sophia deu de ombros e observou a careta no rosto do sogro.

- Só que tempo é algo que ela não tem... – Deixou escapar, mas não completou a frase.

- Como assim? Ela vai voltar pra Londres? – A loira perguntou curiosa, mas observou Jorge ficar sem graça.

- Não é isso, mas eu também não posso contar. – Pra encerrar o assunto, ele começou a falar de coisas aleatórias e distraiu Sophia.

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