Medo de Amar - Capitulo 91


- Safada! – Arthur deu risada junto com Lua. Os três seguiram pra cozinha. – E ai, viado?

- Vocês não chegaram cedo não? – Ele ergueu a sobrancelha e foi abraçar os dois.

- A gente mal chegou e já estamos sendo expulsos. – Arthur resmungou. – Não somos mais bem vindos.

- Para de drama ai. – Sophia respondeu. – Vocês que chegaram cedo mesmo, pato não está nem no forno.

- Eu quis chegar antes da Mel e do Chay pra que vocês duas pudessem se acertar. – Arthur falou encarando as duas. – E ai a gente ter um jantar em paz.

- A gente já se acertou, Micael fez a gente até dar um abraço. – Lua fez uma careta e Micael riu. – Está tudo bem.

- Dá pra ver na cara de vocês que não está. – Ele insistiu. – Então eu vou pedir encarecidamente que vocês conversem pra não rolar climão nesse jantar e nem voar comida.

- Ai de vocês duas se jogarem a minha comida uma na outra. – Micael disse bravo. – Eu mato as duas.

- A gente já está de boa. – Sophia deu de ombros. – Não vai ter climão nenhum.

- Ou vocês vão conversar e se entender por bem, ou eu vou dar um jeito de trancar as duas num cômodo dessa casa e só vou soltar quando já tiverem se acertado. – Arthur repetiu as palavras de Lua. A mulher arregalou os olhos.

- Ei, fui eu que disse isso pra Sophia. – A loira sorria escorada no balcão olhando os amigos. – Não é pra usar isso contra mim.

- Você disse? -  Micael ergueu uma sobrancelha, afinal, era o único que não estava presente na hora. – Quando?

- No dia da piscina. – Sophia respondeu sorriso. – Quando você deu chilique e saiu de perto da gente. – Micael deu uma risada.

- Eu não dei chilique. – Se defendeu. – Era só um charme, você tinha dito que ia embora.

- Se você tivesse dito que queria que eu ficasse, eu ficaria ué.

- Mas eu disse, olha você aqui. – Ele riu preparando o molho.

- Ah, mas você só fez isso depois que deu chilique e saiu de perto e depois que a Lua praticamente me obrigou a ir atrás de você. – Micael encarou a amiga. – Não estou exagerando, ela literalmente me obrigou. “Se você não for atrás dele agora eu vou dar um jeito de trancar vocês dois num cômodo dessa casa e só vou soltar quando se entenderem” – Micael soltou uma gargalhada, principalmente da voz fina que Sophia usava pra remendar a amiga.

- Eu não falei desse jeito ai não. – Lua resmungou, mas seu tom também era brincalhão. – Eu falei com raiva.

- Pois é, me assustou. – Ela soltou um risinho.

- Assustou a todos nós. – Arthur completou. – Pena eu tenho do nosso bebê.

- Ei, eles estavam sendo teimosos, precisavam de um empurrão. Senão essa hora ela estaria lá em São Paulo chorando pra mim pelo telefone. – Ela mais uma vez fez os amigos rirem.

- Ei, também não é assim. – Disse emburrada. – Quem sabe o que aconteceria... Como era de se imaginar o meu emprego já foi pro ralo.

- Mas é claro que você, você destruiu a cara da Fernanda. – O sorriso de Sophia se abriu instantaneamente. – Você deu socos na cara dela, você arrancou a pele da cara dela. Eu a vi esses dias, ela foi lá falar com a Elizabeth, cheia de curativo na cara. – Lua terminou de contar rindo.

- Nós sabemos, essa vagabunda teve a cara de pau de vir aqui mandar o Micael pagar a plástica das cicatrizes que vão ficar. – A mulher rolou os olhos. – Se eu tivesse sozinha tinha é acabado de foder com a cara dela.

- Eu não acredito... – Arthur bufou. – Ela não tem medo não?

- Ela nem sabia que a Sophia estava aqui. – Micael respondeu calmo, ainda concentrado em suas panelas. – Mas ela não parece ter medo não, ameaçou a Sophia o tempo todo de processo.

- Mais vontade de encher a cara dela de porrada, isso sim. – Rangeu os dentes, mas logo depois soltou um suspiro e encarou Lua. Saiu de trás da bancada e pegou na mão da amiga. – Vem, Lua. – Saiu puxando ela para o quarto e fechou a porta.

- Ai, Sophia. – Reclamou quando já estavam dentro do quarto. – Não precisa disso tudo. – A mulher se sentou na cama e logo Sophia foi pra lá também. – O que é tão importante? – Se fingia de desinteressada.

- Eu queria pedir desculpas a você... – Começou a falar e a expressão de Lua deixava na cara o quão surpresa estava. – Eu sei que eu já pedi lá na agência mais cedo, mas não foi tão sincero quanto eu gostaria.

- Viu só, eu disse que é falsa. – Sophia fez uma careta, mas logo percebeu que Lua estava brincando. – Me desculpa também, não devia ter falado com você do jeito que eu falei, mas é que eu não ia suportar tudo de novo, Sophia.

- Só que não vai acontecer nada de novo. – Soltou um longo suspiro. – Você acompanhou todo o meu sofrimento, você acha que eu ia querer tudo aquilo de novo?

- Justamente porque eu acompanhei tudo que fiquei preocupada quanto te vi abraçadinha com o Douglas de novo. Eu não podia deixar você estragar tudo de novo. Quase acabou com você uma vez, você quase entrou em depressão profunda, você se jogou na droga da frente de um carro. Nunca vou deixar acontecer nada com você de novo, mesmo que seja por uma escolha sua, está me entendendo?

- Eu estou entendendo, mãe. – Ela brincou e Lua fez uma careta sem entender. – Micael disse outro dia que você parece minha mãe e não é que parece mesmo. – As duas riram. – Mas é sério, me desculpa pelas coisas que te disse e pelo jeito que te tratei na rua, semana passada.

- Ok, me desculpa por não ter confiado em você, afinal você estava nervosa e eu piorei toda a situação ao invés de te apoiar. E desculpe também por ter te chamado de falsa. – Sophia fez uma careta se lembrando e arrancou mais risos de Lua.

- É verdade, você me chamou de falsa! – Falou com raiva. – E ainda contou pro Micael que eu não lia os cartões. – Lua gargalhava. – Isso não foi engraçado.

- Claro que foi. – Se deitou na cama rindo. – A sua cara foi a melhor.

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