- O que está acontecendo aqui? – Micael perguntou quando saiu do transe. Sua voz já era bem hostil. Sophia encarou Antônia e o menino abraçados, a mãe deu um beijo na cabeça da criança e se abaixou.
- Meu amor, preciso que você dê uma volta com a Sophia. – Antônia olhou pra loira que assentiu. – Depois a mamãe te explica tudo.
- Como assim seu filho? – Sophia levou alguns instantes pra se acostumar com a ideia. Tinha os olhos fixos na fotografia, reconhecendo traços de Micael na criança. – O Micael tem um irmão e você não contou nada?
- Soubemos que você passou mal na semana passada. – Sophia interveio também. – Não acho uma boa ideia ficar sozinha assim logo de cara.
- Ai ai, vocês acham que eu virei uma invalida né? – Ela alternou olhares entre os três. – Eu sou capaz de me cuidar sozinha.
- Eu estou completamente apaixonada. – Sophia olhava atenta cada cômodo do apartamento. – Olha que vista maravilhosa. – Parou na sacada do apartamento situado no decimo quarto andar, do prédio de frente pra praia.
Já passava das onze, Micael e Sophia estavam deitados na cama, pós banho e abraçados. Já tinham se amado como dois tarados quando todos os amigos foram embora.
- Eu não vejo a hora dessa ser a nossa realidade todos os dias. – Deu um beijo na cabeça da noiva que estava em seu peito. – Eu falei isso tantas vezes, não consigo evitar.
A semana passou com bastante compromissos pra jovem modelo. Ela andava tão atarefada que nem mesmo Douglas e Mel ela encontrava com frequência. Sua carreira tinha decolado tão rápido. Agora, depois de ter feito casting para um desfile, estava no aeroporto junto com os amigos a espera de Micael.
- Putz, tu sabe que eu não tinha pensado nisso? – Arregalou os olhos. – Micael jamais vai aceitar o Douglas de padrinho. É querer demais da boa vontade dele.
- Ah, quem sabe né? Ele já até brinca com o Douglas, no dia do churrasco estavam os três conversando na maior intimidade. – Lua deu risada. – Micael já superou o chifre.
- Micael, larga de ser besta que só tem uns trinta anos. – Sophia riu junto com o moreno. – Mentira, tem vinte seis.
- Eu tenho vinte seis. – Balançou a cabeça. Como sua mãe tinha abandonado os dois e o assunto era um tabu, não tinha conversado muito com o filho sobre aquilo.
- Devo presumir que pela ausência de gritos tudo ficou bem? – Sophia perguntou quando ouviu os passos vindo por detrás.
- Ai, Sophia... – Se sentou no sofá novamente ao lado da noiva. – Você é tão marrentinha.
Os dois estavam deitados no sofá assistindo a um filme quando ouviram o barulho da porta. Já passava das seis e os dois sabiam que Jorge tinha enrolado pra ir pra casa. O pai de Micael entrou em silêncio, não disse uma só palavra e entrou no pequeno apartamento. Embora fosse menor do que a casa de Micael, mas possuía dois quartos, Jorge tinha escolhido esse para que tivesse onde ficar quando viesse visitar o restaurante.
- Será que agora que você está mais calmo, a gente pode matar a saudade? – Ele sorriu pra careta que Sophia fez. – Não ri de mim, eu viajei horas pra poder te ver e até o momento não ganhei nem um beijinho.
- Você devia falar com ele. – Apontou para a porta. – Não deve estar muito bem. – Sophia assentiu e saiu rumo a casa de Micael e esperava que o moreno estivesse lá. Caminhou bem depressa e quando chegou ao apartamento, bateu muitas vezes na porta e nada dele abrir. Mas ela não desistiu e ele finalmente se deu por vencido.
Alguns momentos antes.
Sophia ainda sem dizer nenhuma palavra foi para o salão e se sentou numa mesa, não demorou até Aline se aproximar completamente sem graça. – Eu quero ficar sozinha. – Disse baixo, seu tom de voz era ríspido.
- Eu acho que esse restaurante podia ser num estado mais perto, não acha? – Sophia resmungou ao entrar no taxi, no aeroporto. – Minas gerais, quem sabe?
- Vou deixar anotado a sua sugestão. – Soltou uma risadinha. – Mas hoje tá tudo bem rápido, nada atrasou.
- Alô? – Sophia atendeu com um tom surpreso na voz, Jorge quase nunca ligava pra ela. – Está tudo bem?
- Oi, Soph. – Estava estranhamente animado. – Está tudo bem sim. – Fez uma pausa. – Eu estou ligando pra saber como você está e se você vai ter alguma folguinha essa semana.
- Que demora! – Atendeu irritada. – Pelo visto ela atendeu e vocês ficaram conversando enquanto a gente ficava aqui preocupado.
- Lua, você tem que começar a ser mais gentil comigo. – Micael disse rindo e isso fez com que Lua relaxasse quase que na mesma hora. Ele não estaria rindo se não soubesse que Sophia estava bem. – Eu consegui falar com ela sim.
- E ai gente, alguma notícia? – Lua disse ao se aproximar de Mel e Douglas na frente da casa de Micael.
- Não, ela não atende a droga do celular e eu não faço ideia de onde pode ter ido. – Mel andava de um lado para o outro. – Você tinha que ter sido grossa daquele jeito?!
- Ah pronto, só o que faltava mesmo era você pra jogar isso na minha cara também. – Se irritou. – Bela melhor amiga você é.
- Eu sei que essa resenha tá boa, mas eu tenho que ir embora. – Micael comunicou ao pessoal, estava os seis dentro da piscina. – Meu voo é ás cinco.
- Ah, não! – Sophia protestou e agarrou seu namorado. – Passou tão rápido.
- Ou seja, a resposta é não. – Lua debochou. – Você tomou uma decisão dessa e não comunicou a ele, não acha que devia ao menos conversar? É o sonho dele.
- Nunca foi o meu e todo mundo sabe, inclusive ele. – Se recostou na espreguiçadeira e ficou olhando para o afilhado com os olhos fechados. – Eu amei tanto o meu bebê durante o tempo em que ele esteve aqui. Só que agora a minha vida é outra. Eu trabalho com meu corpo, não quero filho nenhum.
- Eu estou exausta. – Sophia se jogou na cama de Micael assim que chegaram da festa. – Meus pés estão doendo demais.
- E você quer o quê? – Se sentou na beira da cama e tirou os saltos dos pés de Sophia. – Uma massagem? – Apertou delicadamente.
21 anos, cursando Ciências Contábeis e ainda levo comigo um amor por SoMic. Adoro escrever romances e meu tempo vago sempre é dedicado a isso e a assistir séries, que é realmente a minha paixão. Espero que sempre estejam aqui e que minhas historias sempre agradem vocês. :)
