Medo de Amor - Capitulo 188

 - Eu estou completamente apaixonada. – Sophia olhava atenta cada cômodo do apartamento. – Olha que vista maravilhosa. – Parou na sacada do apartamento situado no decimo quarto andar, do prédio de frente pra praia.

- Eu sabia que você ia gostar daqui. – Deu um sorriso. – Só pelas fotos eu já adorei.

- Amor, é perfeito. – Ele se aproximou e abraçou a noiva por trás. O vento batia e jogava os cabelos dela pra trás. A corretora tinha dado um momento a sós pra eles. – Todos os nossos sonhos estão finalmente se realizando. Mal posso esperar para ser tudo real.

- Já é real. – Apertou um pouco os braços ao redor da loira. - Acha que devo fechar negócio?

- Claro que sim, eu amei cada detalhe e sei que seremos muito felizes aqui. – Se virou e deu um beijo apaixonado em Micael. – Já vem com a mobília? – Ela perguntou ao moreno quando entraram de volta para a sala. Passou a mão no sofá e sorriu com o toque aveludado do tecido.

- Eu não quero me preocupar com a mobília da minha casa. – Deu de ombros e se sentou no sofá. – Só de pensar no trabalho que vai dar desmontar os móveis pra trazer pra cá. É melhor vender a casa mobiliada e comprar essa daqui assim. A não ser que você prefira escolher as peças do seu gosto.

- Não, está tudo tão lindo que eu não tenho coragem de mexer numa almoçada. – Se sentou junto a ele no sofá marrom. – Eu amei assim.

- Então está mais que decidido, a gente compra o apartamento. Vou vender a minha casa e você vai ter que vender os seus móveis.

- Sabe que você que vai ficar encarregado disso também, né? – Ele assentiu. – Menos um trabalho pra mim.

- Ou eu vou doar tudo. – Deu de ombros. – Não é como se a gente precisasse de dinheiro.

- Não? – Ergueu uma sobrancelha. – Não sabia que a gente tinha acertado na loteria.

- Ah, Sophia. – Bufou. – Você não vai meter esse louco, a essa altura do campeonato.

- Ter uma condição boa não significa que somos milionários. – Ela ficou de pé. – Você sabe disso.

- Mas temos uma condição muito boa. – Deu de ombros. – Não vão ser os móveis do seu apartamento que vão deixar a gente mais rico ou mais pobre.

- A gente nem conversou sobre o preço desse apartamento aqui, na Barra e ainda por cima de frente pra praia. – Cruzou os braços. – Você me trouxe aqui pra ver, mas não falou o preço pra saber se eu vou aprovar.

- Não falei porque você não tem que se preocupar com o preço. – Se levantou também. – Eu vou comprar.

- Você quer pagar a festa, você quer pagar a casa, se deixar você paga tudo! – Ele achou graça.

- Se eu fosse pão duro eu aposto que estava reclamando. – Tinha um olhar debochado. – O seu vestido foi você que pagou.

- Porque fui mais rápida que você.

- Eu quero te dar o mundo. – Colocou as mãos no rosto da mulher. – Eu trabalho pra isso.

- Você é chef, não é como se ganhasse vinte mil por mês. – Arrancou risadas de Micael. – Nem o seu pai mora de frente pra praia.

- Mas mora aqui na Barra. – Deu de ombros. – Eu falei com ele antes de pensar em comprar esse apartamento, se é o que está te preocupando. E, como um bom puxa saco, é logico que ele super apoiou e me deu permissão pra mexer na nossa conta. Você não precisa fazer drama. É o nosso sonho, tudo tem que ser perfeito. – Antes que Sophia respondesse, a corretora voltou para perto dos dois. – Nós vamos ficar com o apartamento.

- Que ótimo, nós podemos então fazer uma reunião com o proprietário atual, para assinar o contrato e passar a escritura para seu nome. Na ocasião, o senhor realiza o pagamento.

- Pode ser por cheque? – A simpática corretora balançou a cabeça com um belo sorriso ao perceber que seria a vista e que sua comissão seria boa. – Então é só ligar quando já estiver tudo certo. – Apertaram as mãos.

 

Micael e Sophia saíram do prédio com um sorriso que não cabia no rosto deles. Tudo parecia caminhar maravilhosamente bem. Os dois entraram no carro e ao invés de ir pra casa, Micael decidiu passar na casa de Jorge para visitar a mãe, que já tinha tempo que não via.

- Que milagre! – Jorge brincou ao abrir a porta. – Pensei que tinha esquecido o caminho pra cá.

- Mas eu nem cheguei e meu pai já está querendo resposta. – Ele falou olhando pra noiva.

- Eu não estou querendo nada. – Abraçou o filho, estava bem humorado. – Como está a minha nora preferida? – Perguntou ao abraçar Sophia.

- Eu estou ótima. – Estava sorridente.

- Vejo que está bem humorado, milagre! – Micael alfinetou. – Alias, o mau humor é só no trabalho, tinha esquecido disso.

- Ah, não. – Sophia o encarou brava. – Por favor, não. – Ele ergueu as mãos em rendição. – Obrigada!

- Onde está minha mãe? – Jorge apontou pra sala, logo os três caminharam pra lá.

- Olha só quem lembrou que tem pais. – Jorge brincou outra vez. – Seu filho desnaturado, Antônia.

- Como está, mãe? – Analisou o rosto dela e ficou feliz ao ver que estava aparentemente bem. – Tem um tempo que a gente não se vê.

- Eu estou cada dia melhor. – Balançou a cabeça passando confiança. – Recebemos a notícia de que meu tratamento está no fim. – Ela parecia explodir de felicidade. – Meu nódulo praticamente sumiu, eu não precisei nem operar e muito menos tirar a mama, que era minha preocupação.

- Que boa notícia. – O moreno abraçou a mãe. – Como que você não me liga pra contar essa novidade incrível?!

- Eu estava tão extasiada. – Micael se sentou no sofá. – Eu vim pra cá achando que ia morrer e estou praticamente curada.

- Que morrer o quê! – Jorge se manifestou. – Você está na casa do melhor enfermeiro que existe.

- Eu acho que já passou da hora de eu caçar um rumo, né?! – Sophia e Micael repararam na hora a careta que se formou no rosto de Jorge. – Já estou a meses aboletada nesse sofá.

- Para de palhaçada, nunca reclamei de você aqui. – Ele se intrometeu no papo. – E até onde eu sei, você vai precisar fazer exames periódicos pra ter certeza que o câncer não voltou. Ai agora vai inventar de morar sozinha?

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