Medo de Amar - Capitulo 185

 - Putz, tu sabe que eu não tinha pensado nisso? – Arregalou os olhos. – Micael jamais vai aceitar o Douglas de padrinho. É querer demais da boa vontade dele.

- Ah, quem sabe né? Ele já até brinca com o Douglas, no dia do churrasco estavam os três conversando na maior intimidade. – Lua deu risada. – Micael já superou o chifre.

- Larga de ser tosca, Lua. – Sophia pegou um chocalho que estava no sofá perto dela e começou a balançar pra entreter o afilhado. – Não fala chifre.

- E agora tem outro nome? – Riu descaradamente. – Para de graça, já tem mais de um ano, já passou. Essa história ficou no passado, mas vocês tem que pensar nos padrinhos.

- Você sabe que ele vai acabar convidado o Chay. – Deu de ombros. – Douglas no altar junto com a gente é querer demais.

- Eu quero ver é a Mel querer ficar no altar com o Chay depois dele ter chamado ela de vagabunda naquela resenha. – Seguia rindo.

- Eu vou deixar essa decisão nas mãos do Micael. – Suspirou. – Ele que cuide dos padrinhos.

- Isso ai, tira deu boi da roda mesmo.

- Meu boi, Lua? – Sophia fez uma careta, mas só conseguiu que Lua risse mais.

- Você está cismada, é só um ditado. – O bebê começou a chorar e deu um susto na Sophia. – Sua dinda é um saco, né meu amorzinho? Mamãe sabe.

- Lua, Lua. – Resmungou enquanto devolvia o bebê a mãe. – Você está muito bem humorada hoje, que milagre.

- Eu sou bem humorada sempre, vocês é que me irritam. – Continuou rindo. – Mas me conta, já escolheram a data?

- Sim, dia dezesseis de junho. – Contou empolgada. – Já podemos começar a agendar tudo.

- Que data feia. – Implicou.

- E agora existe data bonita?

- Vinte de Maio. – Deu um beijinho no ombro.

- Só porque foi a data que você casou, não significa que é bonita. – Achou graça da amiga. – E para de falar que a data do meu casamento é feia hein.

- Não está mais aqui quem falou. – Lua disse olhando para o neném que mamava tranquilo desde que tinha ido para seu colo. – Já vai completar um ano desde a minha fatídica festa, o que significa que vai completar no mês que vem, um ano da tarde memorável que foi o Micael pegando você no flagra com o Douglas. – Continuou a rir. – Como o tempo voa.

- Você hoje está muito saudosa dessa história hein, eu tento esquecer, mas é impossível. – Cruzou os braços emburrada, mas no fundo curtia o bom humor da amiga.

- Agora que todo o drama passou, a gente vai é rir dessa história toda. – Sophia aos poucos se rendia. – Lembra o dia que o Douglas chamou o Micael de frouxo na cara dele? O deboche senhor. – Ela gargalhava no sofá. – Ai gente, nem parece que foi um momento tenso.

- E tem como esquecer desse dia? Por muito pouco que Micael não voa em cima do Douglas.

- Ia voar nada, menina. – Se controlou e encarou a menina. – Micael só tem gogó, é cachorro que late muito e não faz nada.

- Parecia que ia fazer.

- Você acha que um homem do tamanho do Micael, com raiva, ia ser contido pelo Arthur? – Ergueu uma sobrancelha. – Era tudo charme.

- Vamos mudar de assunto, querida? – Foi a vez de Soph erguer a sobrancelha. – Chega de falar desse ano que passou, foi horrível.

- Nem tudo, olha sua carreira ai. – Lua voltou a olhar o neném e fez carinho em sua cabecinha. – Isso é uma coisa boa.

- A única né?! Só teve briga e separação na minha vida no último ano, credo. – Balançou a cabeça. – Vamos falar de coisa boa, você e Arthur estão planejando o que para o aniversario desse ano?

- Nenhuma festa, não quero correr o risco. – Fez uma careta e então Sophia riu. – Acho que deve rolar uma pequena festinha aqui, pra família e amigos próximos, mas nada demais.

- Quem te viu e quem te vê né, Luinha. – A mulher a olhou sem entender. – Você sendo discreta, nunca pensei que aconteceria.

- Estou focando no evento que vai ser o seu casamento. – Voltou a se empolgar. – Já pensei em tanta coisa, você não tem noção.

- A minha sorte é que você tem bom gosto. – Deu de ombros. – Micael vem final de semana e a gente vai na segunda dar entrada no cartório. Está ficando tudo tão real que eu fico empolgada e assustada.

- Assustada? – Dessa vez a expressão de Lua era mais séria. Ela virou todo o corpo pra observar a amiga. – Assustada com o quê? Vocês estão juntos já tem uns quatro anos.

- Se esse casamento tivesse acontecido lá antes da nossa separação eu acho que estaria mais calma.

- Você está surtando. – Prendeu o riso. – Relaxa, vocês vão casar e poder ficar juntos pro resto da vidinha de vocês. – Guardou o seio quando o filho, já adormecido, soltou. – Agora, você já conversou com ele sobre o lance dos filhos?

- Não, eu não puxei o assunto.

- Sophia! – Quase gritou, o bebê se remexeu. – Perai que eu vou colocar o Matheus no berço. – Se levantou e caminhou escada acima. Não demorou a voltar com uma babá eletrônica na mão, colocou o aparelho sobre a mesa. – E ai, o que tá te impedindo de chegar pro Micael e falar?

- Eu tenho é medo da reação dele. – Confessou, pela primeira vez. – Ele sempre soube que eu não queria filhos, mas depois que eu engravidei ele fixou a ideia e nada tira dele que temos que ter. Acho que pela falta da Malu.

- Você nem chegou a saber se era menina ou menino. – Franziu a testa. – Como fala com tanta certeza?

- Eu sinto que era menina. – Suspirou. – Eu acho que vou esperar até depois da Lua de Me pra contar a ele.

- Você tinha que contar antes né? – Tinha uma expressão brava. – Esse é o tipo de coisa que pode acabar com um casamento.

- Isso não vai acabar com nada, Lua.

- Sophia, será que você não enxerga que casar com um homem que é louco pra ser pai, vai fazer de você obrigada a ter um filho ou a vida de vocês vai ser um inferno?!

- Eu já disse e eu vou repetir. – Fez uma pequena pausa. – Ninguém é obrigada a engravidar nos dias de hoje não, Lua.

- Você entendeu o que eu quis dizer, meu amor. – Se sentou mais perto e segurou as mãos de Sophia. – Micael sempre deixou bem claro o desejo de ser pai e toda vez que ele fala no assunto você dá esperanças pra ele como se você também quisesse. Tem que deixar tudo ás claras.

- Você acha que ele desistiria de casar comigo se eu contasse a verdade? – Perguntou apreensiva. – Ele me ama, Lua.

- Sabemos que ele te ama, mas ele nunca teve que escolher entre você e ter um filho, né? – Deu de ombros.

- Pois, agora é que eu não falo nada. – Ficou de pé num pulo. – Eu não vou perder o Micael de novo, Luinha. – Ela balançou a cabeça negativamente. – Vou levar essa situação e enrolar ele até onde der.

- Sophia, mais uma vez eu estou aqui diante de você te aconselhando a fazer a coisa certa e não esconder nada do Micael. – Ficou de pé. – Mas uma vez eu te alerto que quando ele souber, vai dar merda.

- É diferente, Lua. – Bufou. – Eu não estou traindo ele.

- Não está? – Deu de ombros. – Ao meu ver você está sim, você trai a confiança ao esconder coisas, você desaponta, você age como se ele não fosse capaz de lidar com a verdade, quando na verdade quem não é capaz é você.

- Lua, eu não quero que a gente brigue de novo. – Suspirou novamente. – Nem eu e ele, nem eu e você. Vamos parar com esse assunto?

- Você que sabe, mas eu vou te falar uma coisa. – A loira a encarou prestando atenção. – Toda vez que a gente briga, você joga na minha cara que eu tenho a minha família feliz. Sabe qual é o segredo disso tudo? – Gesticulou com os dedos ao redor da sala. – Eu não tenho segredos com Arthur, se dá merda a gente conversa, se tá tudo bem a gente conversa também. Tudo na base do diálogo. Ele expõe os argumentos dele e eu os meus e chegamos num consenso. É assim que as coisas dão certo. Pensa nisso...

3 comentários:

  1. De novo a Sophia renegando um baby

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  2. a lua ta certa, ela n é obrigada mas tem q falar com ele , isso de n querer é a maior merda kkk

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  3. A soph tem todo o direito de não querer ter filhos, mas eu acho que ela deve sim falar pro Micael, pq como a lua disse querendo ou não ela da certas esperanças pra ele

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