Medo de Amar - Capitulo 197

 - Sophia passou a semana de véspera do casamento completamente atarefada entre trabalhos e afazeres da festa. Estava ficando doida e exausta, não via a hora de tudo acabar de uma vez. Agora, no dia anterior a festa, tinha pegado folga com Beth, mas sua cabeça não parava de girar um segundo pensando na quantidade de coisas que tinha pra dar errado.

- Todos os convites foram enviados. – Fez um check ao lado do item. – Terminei de pagar o fotografo. – Mais um check. – Meu vestido já está pronto e pendurado no armário. – Check. – Ai meu Deus, Lua! – A mulher dos cachinhos encarou a amiga sem muita empolgação. Estava deitada no sofá do apartamento de Sophia vendo a loira andar de um lado pro outro dando chiliques por coisa que ela já tinha visto mil vezes que estava correto. – A cabelereira tinha que ter pagado meu dia de noiva até hoje, antes do dia certo. Eu esqueci, vamos no banco agora!

- Será que você pode relaxar? – Prendeu o sorriso. – Você já conferiu essa linda um milhão de vezes!

- Mas isso é importante. – Encarou a amiga incrédula. – Não quero que dê nada errado!

- Eu já fiz tudo isso! – Puxou Sophia pro sofá. – Eu já bati item por item dessa lista. Eu peguei dinheiro com Micael pra pagar o restante do seu dia de noiva, inclusive. Então senta essa raba no sofá, toma um suco de maracujá e só espera!

- Mas se acontecer algum imprevisto? – Jogou a cabeça pra trás.

- Imprevistos acontecem, por isso que o nome é imprevisto. – Chacoalhou Sophia pelos ombros. – Eu já fiz o pagamento da segunda metade de tudo o que tínhamos agendado. Você vai ter o seu dia relaxante repleto de massagem e afins amanhã, inclusive deve chegar lá as sete.

- Tudo isso? – Franziu a testa. – Mas eu queria supervisionar a arrumação da festa.

- Sossega o cu. – Brigou. – Você vai passar um relaxante dia no SPA da mulher, mas fazer variadas massagens, vai fazer limpeza de pele, fazer pé e mão, maquiagem e cabelo. Tudo que você tem direito e vai relaxar esquecendo que tem uma festa pra acontecer. Eu vou está no salão supervisionando tudo, não que realmente precise, porque a empresa de ornamentação que eu contratei é maravilhosa, eles fazem tudo muito bem feito.

- Pensei que você ia fazer o dia da noiva comigo. – Pareceu chateada.

- O dia da noiva pra madrinha tem menos coisa. – Soltou uma risada. – Eu vou ir vigiar a festa e ficar disponível pra qualquer eventualidade. Quando der o meu horário eu vou pro salão fazer minha maquiagem e penteado.

- Nem assim eu consigo me acalmar, não sei como você consegue ser essa pessoa tão plena.

- Eu já casei, lembra? – Soltou uma gargalhada. – Eu já senti tudo isso que você está sentindo agora. Esse seu surto de não querer que nada dê errado, já passei também.

- Obrigada por me aturar hoje, sei que deve estar insuportável.

- Para de besteira, já te aturei em dias muito mais chatos. – Brincou. – Ó, marquei hora pra sua mãe e pra Mel também. Todo mundo no mesmo salão, ai contratei com a equipe de filmografia pra fazer tipo um making-of do dia da noiva.

- Minha mãe não já devia estar aqui? – Se levantou num pulo. – Eu ia encontrar meus pais no aeroporto e nem lembrei, ai Jesus. – Começou a procurar o celular.

- Não surta de novo, tia Branca pegou um taxi com o tio, já deve estar quase aqui.

- Super estranho você chamando eles de tio. – Soltou uma risada. – E como você sabe que pegaram um taxi?

- Eu conheço seus pais desde que me entendo por gente, lembra? – Deu de ombros. – São praticamente meus tios mesmo. E eu sei porque sou eu que estou à frente de tudo, as pessoas se comunicam comigo, meu celular não para um segundo.

- Eu estaria muito mais surtada se fosse o meu celular que não parasse. – Voltou a se sentar e relaxou.

- Deixei a portaria ciente dos seus pais chegando, disse que não precisava interfonar. – Lua se levantou quando ouviu batidas na porta. – Devem ser eles, chegaram bem na hora que se tornaram o assunto.

- Não morrem mais! – Achou graça e foi abrir a porta. – Oi, gente! – Estava feliz, era aconchegante ter a mãe ali perto.

- Meu amor! – Branca largou a mala e agarrou Sophia. -  Eu já estava morrendo de saudades de você. – Deu um monte de beijos na mulher. – Você não liga, não manda uma mensagem pra dizer que está bem, desnaturada.

- Claro que estou bem né, mãe! – Se afastou de Branca e foi dar um beijo no pai. Puxou a mala pra dentro. – Eu trabalho bastante, raros são os momentos que tenho paz pra mandar alguma mensagem. – Caminharam até o sofá.

- Eu sei, falo mais com a Lua do que com você. – Deu um beijinho em Lua, logo depois Renato também foi cumprimenta-la. – Está tudo certo com os preparativos?

- Nem pergunta senão ela vai conferir a lista toda de novo. – Lua debochou. – Eu vou indo, gente. Amanhã será um longo dia! – Se despediu de todo mundo e Sophia a acompanhou até a porta. – Amanhã, ás sete, não se atrase! – Avisou uma última vez, deu um beijo em Sophia e logo saiu do apartamento.

 

- Lua é uma graça. – Branca comentou quando Sophia voltou pra sala.

- Sim. – Sorriu pra porta. – A gente vive brigando, mas nos amamos.

- Maria vai? – Branca perguntou curiosa. – Tem tanto tempo que não a vejo é capaz de eu não reconhecer.

- Bom, é claro que eu convidei, não ia deixar a mãe da Lua de fora dessa. – Deu de ombros.

- Falando em deixar de fora, eu convidei a Liz. – Sophia arregalou os olhos. – Dei a ela um convite.

- Ficou doida? – Bufou. – Se eu não mandei um convite pra ela, foi porque eu não queria ela na minha festa. – Falou alto.

- Não estou vendo necessidade de você falar alto com a sua mãe. – Renato defendeu a esposa. – Liz era sua melhor amiga em SP, não deixe que uma briguinha acabe com tudo, você acabou de dizer que vive brigando com a Lua. Faça as pazes com ela também.

- Então pelo visto eu não contei pra vocês o motivo de ter parado de falar com ela. – Cruzou os braços. – Eu peguei essa vagabunda quase beijando o Micael dentro de casa. Tá bom pra vocês ou querem mais?

- Sophia? – Os dois arregalaram os olhos. – Como assim?

- Ela veio pra cá me visitar, eu estava morando na casa do Micael. Hospedamos e a safada sempre de shortinho curto dentro de casa, falando de Micael pra lá e pra cá. Um dia eu peguei os dois no flagra.

- Mas o Micael ia beijar ela? – Branca perguntou ainda surpresa.

- Não. – Suspirou. – Olha, eu não quero reviver toda essa história de novo. – Alternou olhares entre os pais. – Não quero a Liz no meu casamento, desconvidem. – Deixou avisado. – Vou tomar um banho, fiquem a vontade.

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