Micael foi pra casa naquele dia e não tentou entrar em contato com Sophia, precisava pensar. E foi o que fez bastante. Refletiu sobre esses anos casados e as evasivas de Sophia quando o assunto era terem um filho. Percebeu que só não tinha enxergado a falta de vontade nela por idiotice.
Teria uma grande decisão a tomar,
ser pai é seu sonho desde que se entende por gente, sempre havia amado
crianças, mas seu amor por Sophia era tamanho. O que realmente faria se tivesse
que escolher entre filhos e sua esposa?
Pensar que caminhou até ali,
superou tantos e tantos obstáculos pra conseguir se casar com Sophia, pra
conseguir manter aquele casamento apesar de todas as viagens dela. Pra no final
acabar desse jeito, porque os dois tem ideias diferentes sobre a paternidade.
Passou o restante da tarde
pensativo, olhando sua aliança que ainda não tinha posto de volta no dedo. Quando
a noite caiu e o celular alertou informando chamada de Sophia, ele não atendeu.
Ainda não tinha decidido o que fazer, não tinha o que falar com ela. Não
saberia disfarçar e não queria falar sobre aquilo por telefone.
Ele se desligou do telefone pelos
dias que vieram, não atendia os amigos, não atendia a esposa e ninguém que
ligasse. Queria ficar só e só ficaria. No trabalho também não trocava muitas
palavras com ninguém. Tinha sido uma longa semana.
Pouco mais de uma semana que tinha
descoberto sobre a farsa da esposa, numa quinta-feira à noite, deitado no sofá
com a televisão ligada em algo que não fazia questão de ver, ouviu a campainha
tocar.
Pensou mil vezes se devia ou não
atender, e acabou optando por não, mas a pessoa insistiu tanto que ele desistiu
e se levantou pra abrir a porta. Vestia somente uma bermuda e não estava com a
cara muito boa.
- Que isso? – Perguntou assim que
viu os amigos na porta. – Comitiva na minha casa? Tá tendo festa?
- Você sumiu, estamos todos
preocupados. – Ele bufou e saiu da porta, de volta para o sofá. Os amigos
entraram e o ultimo fechou a porta.
- Não dá pra mandar uma mensagem?
– Ergueu uma sobrancelha.
- Se você as respondesse! – Lua
tinha o mesmo tom debochado.
- Deixa eu te explicar, Lua. –
Sentou na beirada do sofá. – Quando uma pessoa não atende o celular e não
responde as mensagens, é porque não quer assunto. Não adianta vir na minha casa
em bando. Quero ficar sozinho, é difícil assim?
- Sophia está morrendo de
preocupação, você não fala nem com ela.
- Ela é a última pessoa do mundo
que eu quero falar agora, Lua. – Bufou. – Eu só tirei um tempo pra mim, sem
ninguém no meu ouvido dizendo o que eu tenho ou não tenho que fazer. Só. Eu não
morri, eu não estou doente, eu não estou deprimido, só preciso pensar, será que
posso?
- Não precisa tratar a gente mal.
– Mel pediu. – Viemos até aqui por preocupação.
- Agradeço muito, mas na hora que
vocês tinham que se preocupar comigo e contar a verdade, todo mundo escondeu e
ficou do lado de Sophia, agora eu não estou é nem ai pra essa preocupação.
- Larga de ser ignorante. – Arthur
falou grosso. – A gente contou, não contou?
- Não, vocês não contaram. – Ficou
de pé, de frente para os amigos. – Douglas contou. A última pessoa que entrou
no grupo, uma pessoa que nunca foi meu amigo, porque vocês, amigos de anos, iam
me deixar ser enganado até sabe-se lá quando eu descobrisse. Por que eu não
mexo na bolsa de Sophia, como eu ia descobrir que ela tinha uma cartela de remédio
ali?
- Não foi assim que aconteceu. –
Lua se defendeu. – Eu estava dividida entre falar ou não.
- Não tinha que ficar dividida com
nada, Lua. – Se irritou. – Existe o certo e o errado, não tem meio termo. Você
já me fodeu acobertando a mentirosa da Sophia uma vez, ai agora você ia fazer
tudo de novo.
- Eu não acho justo você ficar com
raiva da gente. – Arthur se intrometeu. – Sophia meteu a gente nessa furada.
- Pelo amor de Deus, vocês iam
fazer eu perder a minha juventude ao lado de uma pessoa que vocês sabiam que
nunca ia me dar um filho. Eu amo a Sophia e talvez nunca deixe de amar, mas o
que eu vou fazer se nós não temos os mesmos planos? – Não tiveram tempo de
responder, ouviram o barulho da maçaneta abrindo e Sophia apareceu no campo de
visão de todos.
- Ué, está tendo festa aqui em
casa? – Falou como Micael, logo seus olhos pararam nele. – Por que está todo
mundo com essa cara de enterro?
- Está fazendo o que aqui? –
Micael era seco. – Você disse que seriam duas semanas, ainda não completou.
Nunca te vi chegar antes do previsto em casa.
- Por que está falando dessa
forma? – Franziu a testa. Largou a mala no meio da sala e caminhou pra ficar de
frente ao marido. – Eu voltei antes porque você sumiu, fiquei preocupada.
- A gente vai embora pra que vocês
possam conversar em paz. – Lua anunciou. Nenhum dos dois falou nada, só
balançaram a cabeça, só quando ouviu a porta bater é que Sophia se pronunciou.
- Cadê sua aliança? – Franziu a
testa. – Você nunca tira.
- Pois é, tirei. – Suspirou. – Guardei
dentro da minha mala. – Cruzou os braços.
- Mala? – Olhou em volta
procurando algo. – Você fez mala? Vai viajar também?
- Sophia, vamos jogar limpo um com
o outro, por favor. – Juntou as mãos como se estivesse pronto pra rezar. – Uma
vez na sua vida, fala a verdade sobre as coisas.
- Ei! – Se fez de ofendida. – Você
está muito grosso comigo hoje.
- Eu ainda nem falei nada, estou
aqui te dando a chance de confessar. – Falou novamente. – Confessa de uma vez.
- Você virou padre pra eu ficar me
confessando? – Foi grossa e ele revirou os olhos. – Não sei do que você está
falando.
- Estou falando sobre o nosso
filho. – A expressão de culpa apareceu instantaneamente em seu rosto. – Pra
quando ele vem? Será que nunca ou jamais? – Debochou.
- Quem te contou? – Se sentou no
sofá com as mãos no rosto, não conseguia encarar.
- Importa? – Deu de ombros. – O
que importa realmente é que você não contou, inventou um monte de histórias até
aqui e agora depois de anos esperando você mente pra mim e continua tomando
remédio.
Eitaaaaaaaaaaaaaaa
ResponderExcluirE agora hein sophia ?
SoMic já era... 😢💔
ResponderExcluirai sophia da um filho logo p ele poxa 😪😪😪 tadinho
ResponderExcluir