Nova Chance - Capítulo 51

Micael caminhou até suas pernas doerem. Não sabia pra onde iria. Só sabia que não queria ir pra lugar nenhum que lembrasse ela. A culpa por si só já era suficiente, não precisava de mais coisas que lembrassem ela.
Ele caiu sentado em um banco de praça qualquer e chorou até sentir seus olhos pesados, adormecendo ali mesmo. No meio do nada. Só acordou no dia seguinte. Olhou em volta e não conseguiu identificar onde estava. Ele passou a mão no rosto e sentiu o sangue seco na boca. Então ele se lembrou. As palavras duras dela, a dor nos olhos dela ao saber sobre o bebê e o soco que o fizera sair do hospital. Ele considerou se levantar e sair dali, mas não teve forças. E ali continuou.

No hospital Sophia acordara e encontrara Ana, Antônio e Renato no quarto. Ana sorriu ao vê-la acordada e caminhou até ela.
Ana: - Ei, filha. Que bom que acordou. Ta com fome?
Sophia: - To não, mãe. Muito obrigada.
Ana sorriu e acariciou os cabelos da filha.
Ana: - Como se sente?
Sophia: - Não parece mais que um caminhão passou em cima de mim, só um carro mesmo.
Ana riu.
Ana: - Ainda sente dores?
Sophia: - Poucas, mas sinto. O que mais dói é saber que ele não ta mais aqui.
As mãos dela estavam pousadas na barriga.
Sophia: - Ele esteve aqui por pouco tempo, mas eu o amei desde o momento que descobri sua existência. Dói demais.
Ana colocou a mão sobre a da filha e beijou sua testa.
Ana: - Eu sei o que é perder um filho. Eu sei que a dor parece insuportável. Mas você é jovem, meu amor. Você vai superar essa perda e vai ter muitos outros filhos.
Sophia sorriu quando sentiu os lábios da mãe em sua testa. Uma lágrima desceu por seu rosto, mas ela não secou.
Ana: - Tudo vai ficar bem.
Renato: - Júlia, a gente precisa conversar.
Ana: - Agora não, Renato.
Renato: - Agora sim.
Sophia: - O que você quer?
Renato: - Precisamos decidir pra onde você vai.
Sophia: - Pra casa do meu pai, claro.
Renato: - Sabia que você escolheria a minha casa, Júlia. É bem melhor que a casa daquele ali.
Sophia: - Meu pai é o Antônio. Eu vou pra casa dele. E meu nome é Sophia.
Renato: - Não acredito que você vai voltar pro buraco que ele chama de casa.
Sophia: - Buraco que eu vivi 17 anos da minha vida e apesar de tudo, onde passei momentos maravilhosos.
Antônio sorriu.
Antônio: - Será muito bem-vinda, minha filha.
Sophia: - Obrigada, meu pai.
Renato: - Minha filha não vai morar lá no estado que ela ta.
Sophia olhou para Ana esperando que ela a ajudasse.
Ana: - Desculpa, mas eu tenho que concordar com o Renato.
Antônio: - Ela escolheu a minha casa.
Renato: - Ela só vai pra sua casa se arrumar uma casa melhor.
Antônio: - Tudo bem, eu comprou outra casa.
Sophia olhou o pai com as sobrancelhas levantadas.
Antônio: - Eu tenho um dinheiro guardado. E mesmo que não tivesse, eu faria de tudo por você, minha filha.

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