Depois do Para Sempre - Capitulo 39

 - Ai, Sophia. – Balançou a cabeça mais uma vez. – Eu não vou falar mais nada, vocês que são adultos, que se resolvam. – Ouviram a campainha tocar. – Deve ser ele.

- Rapidinho né?! – Fez uma careta. Lua foi atender a porta e viu os amigos ali parados.

- Gente, é sério, vocês não tem mais o que fazer da vida? – Perguntou a Douglas e Mel. – Acho que não é normal ser tão colado quanto a gente.

- Não ia dizer que a gente ficou com saudades não. – Mel começou a falar. – A gente só quis chegar aqui antes do Micael pra pegar uns doces e levar pra casa. – Lua deu uma gargalhada.

- Esperta. – Disse ainda rindo. – Entrem, Sophia está ai.

- Tia, onde está o Matheus? – Heitor perguntou.

- No quintal jogando bola com Arthur. – Apontou pra trás. – Vai lá! – E a criança saiu correndo. Os três caminharam até a sala.

- Olha só se a estrelinha da Beth não está aqui hoje. – Douglas implicou. – A que devemos a honra?

- Hahaha, muito engraçado, Douglas. – Fez uma careta.

- Alguém está de péssimo humor. – Riu. – Chegou um dia atrasada e se acha no direito de estar com raiva.

- Você também não, por favor. – Pediu baixo.

- A menina chorou, Sophia. Deu dó. – Mel completou.

- Eu já sei, tá legal? Não foi de proposito, ao contrário do que todo mundo pensa. Será que dá pra vocês pararem de brigar comigo? Por um minuto que seja.

- Tudo bem, você está com a cara péssima. – O rapaz disse ao encara-la. – O que o Micael falou pra você? A briga foi feia?

- Não teve briga. – Suspirou. – Ele mandou eu sair de casa.

- Eita porra. -  Mel deu um grito, surpresa. – Assim, na lata?

- Assim, na lata!

- Ele tinha me dito que faria isso. – Lua confessou. – Se você não aparecesse na festa. Na verdade, ele me disse que sentia que você não ia aparecer.

- E quando foi que ele te disse isso e porque você não me contou. – Virou brava pra amiga. – Pelo amor de Deus, Lua. Eu procurava um orelhão público pra ligar se fosse o caso.

- Ele disse na véspera, vocês estavam conversando quando eu cheguei com a Mirella, lembra? Eu tinha levado as crianças no parque. A Mi pegou o celular e eu fiquei conversando com ele.

- É, Sophia, você que lute. – Douglas deu de ombros. – Vai fazer o que agora? Ficar aqui?

- Uns dias. – Deu de ombros. – Se a situação não se resolver eu vou alugar alguma coisa pra mim.

- Será que se resolve? – Mel ergueu a sobrancelha.

- Eu espero que sim. – Disse francamente. – Podia pegar minhas malas lá no carro né? – Levantou a chave para Douglas. – Eu nem sabia que tinha tanta coisa.

- Eu? É ruim hein. – Negou rindo.

- Nossa, Douglas, você já foi mais gentil comigo.

- “Mais gentil” – Ele fez aspas com os dedos. – Bela maneira de descrever que eu era pau mandado. – Se levantou e ela arremessou a chave. – Acostuma não, loira.

- “Acostuma não loira” – Remendou com um sorriso. – Besta!

Não demorou até colocar as inúmeras malas de Sophia pra dentro. Reclamando a cada vez da quantidade que a mulher tinha trazido.

- Eu ganho muita coisa nesses desfiles. Vou precisar doar metade dessas roupas. Ainda ficou coisa lá no apartamento porque não tinha mais espaço.

- Se tem uma coisa que você precisa fazer é doar mesmo, eu estou cansado.

- Tá frouxo que só. – Disse rindo e a campainha tocou mais uma vez. Sophia olhou pra trás automaticamente.

- Agora deve ser seu maridinho. – Ela comunicou. – Eu estou pra descobrir porque vocês tocam a campainha e ficam esperando eu ir abrir. Entra de uma vez gente.

- No nosso caso, a porta estava trancada! – Mel se defendeu, Lua não respondeu e gritou um “entra” quase que no ouvido de Sophia.

- Quer me deixar surda, avisa. – Resmungou. Logo Micael entrou com a pequena e até se assustou com as malas ali na entrada, mas percebeu que era obvio que ela iria pra lá.

- Oi, gente. – Disse ao chegar próximo dos amigos.

- Por que não entra direto? Eu estou velha pra ficar levantando pra abrir a porta.

- Meu pai me deu educação, Lua. – Disse rindo. – Não parece, mas deu. – Pequena Mirella deu um abraço nos tios e foi se sentar no colo de Sophia.

- Não sabia que estava aqui, mamãe. – Disse com carinho, bem diferente da frieza que estava pela manhã, como o moreno previu, a raiva dela não durou muito tempo.

- Eu vim. – Fez uma pausa e encarou Micael. – Ver a tia Lua.

- Cadê, Arthur? – O moreno perguntou a Lua.

- Lá fora com as crianças. – Apontou. – Vai lá também? Fugir das conversas?!

- Não estou fugindo de nada, Lua. – Deu de ombros. – Apenas fiz uma pergunta. – Se sentou no sofá, ao lado de Sophia. – Cadê as minhas caixas?

- Está com pressa?

- Não vim aqui pra papear, tenho tanta coisa pra fazer em casa. – Lua deu risada. – Sejamos objetivos.

- E não está fugindo de nada, estou vendo. – Deu risada. – Tudo o que eu trouxe está em cima da mesa. Separados em caixas. Tem muita coisa lá. Sobrou doce demais.

- Esse não é o bom da festa? Comer o que sobra? – Deu risada. – Separou pra você e pra eles? – Apontou para o casal?

- Ah, era pra separar? Não sabia que você era tão generoso.

- Você e ridícula, Lua! – Cruzou os braços ainda rindo. – Eu quero ir pra casa, será que dá pra andar logo com isso?

- Claro que dá. – Olhou para o casal. – Tão afim de me ajudar? – Antes que pudessem responder, Micael negou com a cabeça.

- Você não vai fazer isso que está planejando, Lua. – Ela deu um sorriso. – Pode tirar o seu cavalinho da chuva.

- Isso o quê? Chamar a Mel e o Douglas pra escolher o que querem levar? – Ela o encarava.

- Deixar a gente aqui sozinho. – Recostou no sofá. – Não vai dar certo. – Sophia soltou um longo suspiro.

- Conversem como dois adultos que são. – Piscou um olho. – Vem Mirella, com a dindinha comer um pedacinho do seu bolo! – A menina saiu do colo da mãe num pulo e foi com Lua até a cozinha.

- Não vai ser a gente que vai ficar aqui empatando. – Mel levantou e saiu puxando Douglas pra cozinha também.

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