Depois do Para Sempre - Capitulo 46

- Se eu tivesse sozinha eu já estaria na porta da Lua pra acabar com essa tua marra. – Seguia olhando a esposa nua. – Sorte sua que tem a Mirella aqui.

- Eu não sei que marra. – Voltou a se cobrir. – Você estava me evitando a todo custo até mais cedo. Está ai de boa porque soube do desfile.

- Eu nem estava te evitando, eu só não te liguei. – Voltou a olhar nos olhos da loira. – Da mesma forma como você não me ligou e tudo ficou por isso mesmo.

- A Lua não deixou eu ligar. – Ele riu com a careta que ela fez.

- É sempre a Lua que faz a sua cabeça, mas não faz mal, eu não ia atender mesmo.

- Cara de pau! – Continuou rindo.

- Você vai vir ou não? – Ergueu uma sobrancelha e Sophia pareceu pensar. – Precisa levar esse tempo todo pra decidir?

- Acho que vou deixar pra amanhã. – Deu de ombros. – Como você mesmo disse, a gente conversa pela manhã.

- Está me dando um fora? – Mantinha a sobrancelha erguida. – Tem bastante tempo que eu não sei o que é levar um fora.

- Talvez precise experimentar.

- Preciso que você pare de charme. – Bufou. – Quero te ver!

- Amanhã de manhã.

- Amanhã de manhã a Mirella vai estar acordada, agora ela está dormindo no quarto tão longe do nosso que nem dá pra ouvir nenhum gemido que você soltar.

- Pervertido.

- Você apareceu nua na chamada de vídeo, a culpa é completamente sua.

- Era só pra fazer você amolecer o coração.

- Mas querida, endureceu foi outra coisa! – Fez uma careta e quem riu foi Sophia.

- Boa noite, Micael. – Foi a vez dela desligar a chamada sem dar tempo dele dizer mais nada. Passou um tempo na cama pensando se deveria ou não, mas logo foi atrás de alguma roupa no armário, pegou o celular, seu chaveiro e ia saindo na ponta dos pés pra não acordar ninguém na casa.

- Dando uma fugidinha? – Lua pegou ela no flagra. Sophia encarou a amiga que tinha um copo de agua na mão e expressão divertida. – Eu sabia que o papo ia acabar com você indo até lá pra poder fazer sexo.

- E quem é que disse que eu vou até lá? – Colocou uma mão na cintura.

- Ah, não vai? Meia noite, vai onde?

- Vou dar uma volta...

- Ah, se liga, Sophia. – Dava risada. – A ligação dele não ia acabar de outra forma. Vai logo menina! – Apontou pra porta. – Deve estar louca pra dar.

- Eu amo essa sua escrotidão. – Se aproximou pra dar um abraço na amiga e saiu da casa. Não pensou muito sobre como agir, só precisava aproveitar aquela oportunidade e tudo ficaria bem. – Eu odeio essa vaga. – Falou sozinha ao tentar estacionar o carro na vaga destinada ao seu automóvel. Bufou, deixou ele completamente torto e caminhou para o elevador.

Respirou fundo quando chegou ao andar de seu apartamento, não sabia se tocava a campainha ou entrava direto. Respirou fundo e enfiou sua chave na porta, pensou que se tocasse a campainha, provavelmente acordaria a filha e com certeza não era aquilo que ela estava querendo.

- Ei, invasão? – Micael disse com sorriso pouco depois dela passar pela porta. Estava de pé, de samba canção com um copo na mão. – Tem campainha aqui, sabia?

- Eu tenho a chave, não é invasão. – Deu de ombros e em seguida ergueu a chave do carro, fez com que Micael rolasse os olhos.

- A gente tem que tirar um dia pra você ficar treinando estacionar o carro na sua vaga o dia todo.

- Eu achei melhor desistir do que bater e arrumar problema com os vizinhos.

- Claro, muito melhor. – Debochou, pegou a chave da mão da mulher, deixou com ela o copo e desceu rumo a garagem do prédio. Deu risada quando viu o estado em que o carro estava parado. Logo ajeitou e subiu de volta. – Você é péssima, deveria ser crime.

- Até agora nenhuma novidade né? – Deu de ombros novamente. – Se fosse mais cedo, eu teria vindo de uber.

- Achei que você não viria. – Se sentou ao lado dela no sofá. O copo agora completamente fora de vista. – Desligou a ligação na minha cara de vingança.

- Até pensei em não vir. – Deu um sorriso malicioso. – Mas eu não resisto a uma recaída com meu ex no meio da madrugada. – Largou a bolsa e se sentou no colo dele, tinha ido de vestido e sem calcinha.

- Tecnicamente ainda não é nem uma da manhã, estamos no início da madrugada. – Deu um cheiro no pescoço da loira. – Ainda tem muita madrugada pra aproveitar.

- Então por que está falando ainda? – O silenciou com um beijo.

O clima esquentou no sofá e ninguém teve vontade de preliminares. Queriam se preencher, precisavam daquilo. Nenhum dos dois tirou a roupa, quando perceberam, Sophia já estava sentando ali mesmo na sala. Já estavam suados quando ouviram passos leves e a vozinha de Mirella se aproximando.

- Papai, eu quero fazer cocô. – Ela disse e coçou os olhos, claramente morrendo de sono. Sophia não saiu daqui, não tinha como sair sem que a menina visse alguma coisa. Ajeitou o vestido tentando esconder o máximo possível. – Mamãe?!

- Oi, meu amor! – Disse completamente sem graça. – Vai lá no banheiro que a mamãe te ajuda a se limpar, dá um grito! – Como a menina estava apertada, não fez muitas perguntas e saiu correndo para o banheiro. Logo Sophia saiu de cima de Micael e os dois começaram a dar risada. – Acho que a gente devia ter ido para o quarto.

- Você só acha?

- Estava gostoso. – Se aproximou pra dar um beijo nele. – Isso é hora de fazer cocô?

- Pior é que ela sempre dorme a noite inteira, mas hoje... – Pareceu decepcionado.

- Papai, eu já acabei! – Ouviram a pequena gritar.

- Que cocô rápido. – Ficou de pé ajeitando a roupa. – O meu short, está totalmente molhado, que beleza.

- Eu não vou nem comentar. – Continua achando graça da situação. – Deixa que eu vou lá.

- Não, se você for, ela vai ficar conversando. Deixa que eu boto ela pra dormir rapidinho. – Piscou um olho e saiu da sala.

 

 

- O que aconteceu com o rapidinho? – Sophia debochou quando viu o marido passar pela porta depois de um tempo. – Está perdendo a pratica?

- Sua filha te viu, agora está agitada e com medo de dormir e você ir embora de novo. – Rolou os olhos. Sophia deu risada. – Está vestida? – Perguntou a mulher que estava coberta.

- Sim, senhor. – Puxou o edredom e ele pôde ver que estava vestindo sua roupa.

- Debocha mesmo. – Fez careta e abriu a porta, a menininha correu até a cama e Sophia a ajudou a subir.

- Mamãe, eu vim dormir aqui! – Disse muito empolgada. – Papai deixou hoje.

- Então vem cá e deita no colinho da mamãe. – Ela deitou feliz e ficou recebendo cafuné. O moreno ficou olhando de longe, fez sinal de que ia tomar um banho e logo sumiu das vistas de Sophia. – Eu te amo tanto, filha.

- Eu também amo você, mamãe. – Se aconchegou ainda mais. – Papai disse que você não ia mais embora.

- Ele disse? – Sorriu sem que a menina pudesse ver. – É verdade então, papai não mente.

- Mesmo assim eu quis vir aqui pra ficar com você, pra matar a saudade!

- Mamãe também estava com saudade de ficar assim. – Apertou a menina. – Agora dorme que eu vou fazer carinho em você. E ficou fazendo cafuné na menina até que ela pegasse no sono.

 

- Demorou. – Falou quando viu o marido sair do banho, encolhido de frio. – Estava fazendo o que não deve né?

- Não, eu estava relaxando o corpo e me lavando, porque estava melado. Sua pornográfica. – Riu ao se deitar ao lado da filha. – Ela está dormindo faz tempo?

- Eu acho que sim. – Não conseguia encarar a menina. – Ela dormiu me segurando.

- Pra você não ir embora. – Ele achou graça. – Acho que ela sentiu mais a sua falta do que eu imaginei.

- É claro que sentiu, eu sou a mãe dela. – Debochou. – Você subestima minha importância.

- Você tem razão. – Não fez questão de desmentir. – Vamos dormir? Já que nada mais vai acontecer...

- A gente tem a vida toda pra isso. – Sorriu a Micael e assentiu antes de apagar a luz do abajur e abraçar as duas.

 


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