Sábado, pouco depois das
quatro da tarde, Lua estava sentada no chão da sala de Sophia, junto com a
própria, Arthur e Douglas. Eles tinham um baralho na mesa de centro e jogavam
buraco. Estava um clima descontraído, eles riam bastante.
- Para de roubar, Lua. –
Sophia acusou quando estavam contando os pontos. – Assim vocês dois sempre vão
ganhar.
- Ei, porque não assume que
vocês são péssimos? – Arthur rebateu fazendo o casal rir. – Eu e Lua somos uma
dupla e tanto.
- Ok, vamos jogar uno
então. – Douglas sugeriu. – Muito melhor do que buraco.
- Eu topo, vou acabar com a
nossa amizade jogando vários +4 pra vocês. – Lua falou rindo e se
levantou pra pegar o uno na gaveta de Sophia. Sabia onde estava quase tudo
naquele apartamento. – Você embaralha. – Jogou as cartas na caixa para Douglas.
- Não esquece que eu estou
grávida e não posso me estressar. – Ela brincou.
- Já começou a apelação! –
Lua se sentou em seu lugar. – Vai tomar surra de +4 porque sim!
- Lua Maria! – Sophia falou
alto. – O jogo nem começou e você já está me irritando.
- Isso é porque você não
sabe perder. – A mulher com cachinhos dourados se divertia junto com os homens
da sala.
- Não é de dupla não hein.
– Ela avisou a Arthur e Lua. – Cada um por si. – Todos assentiram. Batidas
ecoaram na porta antes de Douglas dar as cartas. Arthur fez menção de levantar
pra atender, mas Sophia só gritou um “entra”.
- Você deixa a porta
destrancada? – Douglas brigou. – Quero ver se sobe um maluco.
- Subiu sem interfonar,
então o porteiro conhece. – Ela deu de ombros, ainda de costas pra porta, não
se virou pra ver quem era.
- Viu só, não disse que
podia subir um maluco? – Ele debochou quando viu Micael passar pela porta e
fechá-la com o pé. Douglas colocou as cartas na mesa.
- Olha só, reuniãozinha. –
Já chegou alfinetando. – Obrigada pelo convite.
- Queríamos só pessoas
agradáveis aqui. – Sophia respondeu ainda sem olhar pra ele. Começou a
embaralhar as cartas já embaralhadas de Douglas. – O que veio fazer aqui?
- Saber do meu filho. –
Bufou. – Eu te liguei e você não atendeu, fiquei preocupado.
- Dispenso preocupação. –
Rolou os olhos. – O bebê está bem.
- Gente, será que dá pra
parar com esse dialogo horroroso? Não dá pra ter uma conversa decente? – Lua,
como sempre, brigou com os dois. – Vai ser essa relação que vocês vão ter
quando nascer o bebê? Vão educa-lo com toda essa hostilidade?
- Até o bebê nascer, tem
muito tempo pro Micael caçar o rumo dele e ficar longe de mim. – Finalmente o
olhou nos olhos. – Bem longe de mim.
- Isso não vai acontecer
enquanto você carregar o meu bebê. – Ele tinha o mesmo tom que ela.
- E depois que nascer, você
vai sumir? – Ela sorriu, um tanto quando sarcástica.
- Depois que nascer eu pego
a guarda dele pra mim e ai eu sumo de perto de você! – Sophia ficou de pé e
encarou Micael friamente.
- Você nunca vai tirar o
meu filho de mim, ficou louco? – Arthur entrou no meio dos dois e colocou as
mãos no ombro da Sophia e a fez sentar no sofá. Precisava se acalmar.
- Você ficou maluco, porra?
– Lua esbravejou. – Você nunca devia ter dito uma coisa dessas! – Continuava a
reclamar. Tem titica na cabeça.
- Ok. – Suspirou. – Me
desculpa por isso. – Sophia manteve o olhar. – Eu só estou irritado. – E a
presença de Douglas na sala, mesmo que em silêncio piorava tudo.
- Eu não quero desculpas.
Eu quero paz. Suas mudanças de humor me deixam louca! – Douglas se sentou ao
lado dela e segurou sua mão.
- Você precisa manter a
calma, lembra? – Ela sorriu ao rapaz e acenou a cabeça. Logo depois voltou a se
concentrar em Micael.
- Você um dia chega de boa,
no outro briga comigo, no outro está de boa e no outro já está dando chilique.
Poxa, não há quem aguente. – Sua voz bem mais concentrada. – Eu não tenho culpa
dos seus problemas, você transou comigo porque quis! – Jogou no ventilador e
aquela frase demorou um instante pra ter impacto nas pessoas da sala.
- Como assim, transaram? –
Lua estava de boca aberta.
- Vocês dois? – Arthur
completou, com um sorriso.
- Meu Deus do céu, quando
foi que isso aconteceu? – Estava curiosa. – E o mais importante, quando
acontecer uma coisa desse nível, você tem que me contar!
- E o bebê? – A voz de
Douglas era baixa. – Pensei que era uma gravidez de risco.
- Tá tudo ótimo com o bebê.
– Sophia respondeu somente a Douglas. Micael bufou, querendo a atenção da loira
pra ele.
- É claro que está tudo bem
com o bebê, eu não machucaria o meu
filho. – Micael deu uma ênfase no “meu” para provocar Douglas.
- Putz, claro que está. –
Ele disse com a voz tão simpática, que ninguém imaginaria que ele ia falar a
maior provocação de todas até então. – Eu esqueci que você é... – Fingiu
esquecer a palavra, todos prestavam atenção nele. – Como a Sophia falava mesmo quando estava comigo?
– Colocou uma mão no queixo tentando se lembrar. – Ah, lembrei, frouxo. Ou será
que era mole? Eu realmente não consigo me lembrar! – Micael espumava de ódio,
estava pronto pra avançar em cima de Douglas, mas Arthur foi mais rápido e
entrou na frente do amigo. Sophia ficou de pé novamente e ficou na frente de
Douglas, mas ele não tinha nenhuma pretensão de brigar, estava se divertindo as
custas de Micael.
- Eu vou matar esse filho
da puta! – Estava realmente com raiva, precisava socar alguma coisa, ou no
caso, alguém.
Micael caralho fica quieto porra deixa de falar merda, e faz a gentileza de quebrar a cara desse Douglas
ResponderExcluirKkkkkkkkkkk Uhhhhhh frouxo
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