- Eu não vou sair até que
tenhamos resolvido isso! – Ela estava bem brava. – Eu voltei com o Micael hoje,
sabia? – Alfinetou Sophia, e mesmo que ela já imaginasse, aquela confirmação a
matava dez vezes mais. – Nós nos entendemos e eu peço encarecidamente que se
afaste.
- Tá bom e eu faço o que
com o bebê? – Ergueu uma sobrancelha. – Porque ele com certeza vai vir atrás de
mim pra saber do filho dele.
- Se vira, Sophia. –
Gritou. – Proíbe ele de entrar, sei lá.
- Eu ainda não consegui
entender porque eu faria isso. – Ela riu. – Eu não sou sua amiga, eu não te
devo nada. Sai da minha casa, agora. Eu não quero ser obrigada a chamar a polícia.
- Você não faria isso! -
Franziu a testa. – Eu estou pedindo por bem, garota! Você fica ai se fingindo
de coitada que não pode levantar da cama, mas na verdade você está ótima né?
Isso é tudo desculpa pro Micael ficar com pena e vir te ajudar.
- Então eu pedi aos médicos
pra mentirem também? Se liga maluca, eu não tenho nada a ver com a sua
insegurança.
- Eu não estou insegura. –
Rangeu os dentes. – Eu estou te dando um aviso. Se afasta do Micael.
- Ou o quê? – Cruzou os
braços. – Está com medo de outra recaída? De levar chifre de novo, é isso? –
Sophia arregalou os olhos quando se chocou contra a parede. Fernanda, no auge
da raiva avançou e empurrou a mulher, a encurralando. – Você ficou louca. –
Sophia não conseguia reagir, lagrimas involuntárias escorreram de seu rosto ao
sentir uma dor no pé da barriga. – O meu bebê. – Disse desesperada, mas a
mulher não se afastou.
- Para com esse teatro, eu
nem bati em você! – Não acreditou em Sophia. – E eu nem vou bater, eu não vou
dar motivo a você pra dizer que fui eu que te fiz perder essa criança. – Se
afastou um pouco e Sophia agachou no chão, a dor agora era insuportável.
- Liga pra uma ambulância.
– Disse sem fôlego. – Pede ajuda, por favor. – Implorou. – Eu não quero perder
o meu bebê. – Ela segurava a barriga como se fosse conseguir impedir a perda do
bebê.
- Se vira. – Foi só o que
disse ao se afastar e sair do apartamento. A loira não podia acreditar naquilo,
estava perdendo seu bebê, ficou nítido quando viu o sangue escorrer e começar a
formar uma poça no chão. Rastejou pra perto do celular, na maior dificuldade
possível e ligou para Douglas, precisava da ajuda de alguém que viesse rápido,
e ele foi a primeira pessoa que pensou.
- Eu preciso de ajuda...
Por favor, não deixa o meu bebê morrer... – Foi só o que disse antes de apagar. A ligação perdurou com Douglas chamando seu nome, mas a mulher não respondia. Tratou
de botar uma camisa e dirigir pra casa de Sophia como um louco. Como dito
antes, menos de dez minutos estava no apartamento da loira. Se assustou ao ver
a quantidade de sangue ali no chão da sala. Pegou o telefone que estava na mão
dela e colocou em seu bolso. Em seguida pegou a ex amante no colo e seguiu para
o elevador, que pareceu demorar uma eternidade pra chegar.
O hospital que Sophia
acompanhava a gestação não era longe, mas também não era perto. Foram
necessário vinte minutos para que Douglas conseguisse chegar ao hospital com a
mulher ensanguentada em seus braços. Segunda vez que dava entrada com Sophia
desacordada, nunca se acostumaria com aquilo. Ficou sentado sozinho e sujo na
sala de espera, tinha o telefone de Sophia nas mãos, mas não avisou ninguém, escolheu
esperar ter alguma notícia, já bastava ele mesmo preocupado.
Foi ao banheiro e lavou a
mão, mas a camisa não tinha jeito. Era branca, mas agora estava bem colorida de
vermelho. Jogou uma água no rosto antes de voltar a recepção e preencher
novamente a ficha de Sophia. Aquilo era doloroso.
Ele aguardou por mais de
duas horas. Duas horas agoniantes. O médico com olhos do mar, que anteriormente
tinha levado a boa notícia a Sophia, apareceu e foi até Douglas. Imediatamente
o moreno ficou de pé.
- É você que acompanha a
Sophia, não é mesmo? – Ele assentiu. – Ela já está fora de risco, você pode
entrar no quarto se quiser. – Assentiu novamente. – No entanto, o bebê não
resistiu.
- Está me dizendo que a
Sophia perdeu o bebê? – Ele tinha os olhos arregalados, era de se imaginar,
visto o tamanho da poça de sangue em que tinha encontrado a mulher. – Ela já
sabe?
- Não, está sedada por
conta da quantidade de sangue que perdeu. Estamos fazendo uma transfusão de
sangue pra ela, novamente. Só deve acordar a noite ou de madrugada. Achei
melhor que o pai do bebê contasse a ela a triste notícia. – Colocou uma mão no
ombro de Douglas. – Sinto muito. – Só então ele percebeu que o médico achava
que ele era o pai do bebê.
- Pode me levar até ela? – Foi
a vez do médico assentir e nada mais foi dito. Os dois caminharam até o quanto,
onde Douglas pôde ficar sozinho com a loira adormecida.
Ele não sabia o que sentir,
estava triste por Sophia, sabia o quanto ela já amava o bebê, sabia o quanto
esse bebê era querido. Mas também não podia deixar de pensar que era o filho de
Micael, agora ele poderia dar um filho a ela, se assim ela quisesse.
Se aproximou e fez carinho
em sua cabeça, com um suspiro ele pegou o telefone de Sophia e o desbloqueou.
Lutando contra todos os seus impulsos, ele procurou o número de Micael na
agenda e fez uma careta ao ver salvo como “vida”. O número era novo, então ela
o tinha salvado assim depois do termino. Uma pontada de decepção o atingiu,
Sophia nunca seria dele, ela amava Micael, realmente amava.
- Soph? – Ele falou com a
voz preocupada. Douglas respirou fundo antes de se identificar.
- Micael, aqui é o Douglas.
– Sua voz era firme, ouviu o ruído de raiva do outro lado da linha.
Tadinha da soph, o Micael vai ter que dá um Fim nessa menina 😭😭😭
ResponderExcluir