- Vou procurar minha
camisa! – Lua disse saindo do quarto. – Micael vem fazer a janta! – Gritou e
Micael não disse mais nada, só a seguiu pra fora do quarto junto com Arthur.
Lua e Arthur assistiam a
algo na televisão, Micael se entendia com as panelas e Sophia jogava um jogo
qualquer no celular. Os quatro estavam bem, não tinha nenhum clima ruim
pairando eles. Quando a janta finalmente ficou pronta, Micael chamou Lua e
Arthur pra botar suas comidas e colocou a de Sophia e a dele.
- Vamos comer na sala? –
Ele perguntou, já estava sem graça em relação a Sophia novamente.
- E deixar a donzela comer
sozinha, coitada. – Lua disse rindo. – Nem vem fazer essa cara de bunda ai não,
agora a pouco vocês dois estavam jogando na nossa cara que transaram no nosso
banheiro.
- Não posso discordar. –
Ele riu e segurou o prato de Sophia numa mão, Lua levou a mesinha de armar na
cama e os três foram pra dentro do quarto. Sophia sorriu ao vê-los. – Toma
aqui. – Colocou o prato diante da mulher. – Come tudinho.
- Pelo menos o cheiro tá
bom. – Ela brincou e ele fez uma careta. Não era nem um pouco modesto em
relação as comidas que fazia.
- E desde quando eu cozinho
algo ruim? – Se sentou numa cadeira ali perto e fez Sophia rir novamente. –
Fica quietinha e come ai!
- Pelo menos assim a gente
come a comida daquele restaurante do seu pai, porque ir lá não dá, caríssimo. –
Ele desfez a careta e gargalhou. – O chef nem é tudo isso e os preços só pela
misericórdia.
- Ei, é claro que minha
comida vale o preço. – Ele fingiu estar bravo, mas seus olhos eram diversão
enquanto comida. – E a comida do Cesar também é boa.
- Tem que ser né, Micael. –
Arthur rolou os olhos. – Tem que ser mais que boa.
- Ei, eu não decido o preço
dos pratos não, eu só cozinho! – Brigou mastigando um pedaço de carne. – E
vocês deviam comer ao invés de criticar o preço do restaurante do meu pai!
- Tá muito mal humoradinho.
– Lua debochou. Soph olhava, mas estava mais concentrada em comer. O celular de
Micael tocou e a loira o olhou com atenção, já prevendo que devia ser Fernanda,
ele tirou do bolso sob os olhares curioso e rolou os olhos ao ver o nome no
visor, antes de atender.
- Oi, pai. – Sophia relaxou
visivelmente e voltou a comer. – Eu sei, eu lembro disso. Fica tranquilo. –
Tentava interromper, mas seu pai continuava a falar. – Pai, eu já entendi. –
Bufou antes de desligar o telefone.
- O que aconteceu com seu pai?
– Sophia perguntou curiosa, gostava muito do pai de Micael.
- Curiosa. – Ele sorriu pra
ela. – Tá mandando eu voltar a trabalhar.
- Já está mais de um mês
afastado, tem que tomar vergonha na cara mesmo! – Lua implicou.
- Eu mereço férias. – Bufou.
– Eu dou a minha vida naquele lugar.
- Pior que eu concordo. –
Sophia balançou a cabeça. – Trabalha demais mesmo.
- Para de dar razão a ele
ai. – Lua pediu fazendo os três rirem. – Puxa saco.
- Lua! – Sophia ficou
vermelha.
- Olha lá, Arthur. – Lua
continuou implicando. – A Sophia agora tá com vergonha, mas na hora de dizer
que transou no nosso banheiro ela não teve vergonha na cara.
- Lua, você ainda está
sentida com aquilo? – Arthur riu, se referindo a terem sidos interrompidos.
- É claro, meus hormônios
de gravida estão a mil! – Ela fez os outros rirem mais uma vez.
- Para de graça, Lua. –
Sophia balançou a cabeça. – Quando a noite cair eu sei o que vocês vão fazer
naquele quarto. – Apontou em direção ao quarto de hospedes. – Mas, por favor,
sejam discretos.
- Cala a boca, Sophia, se
você não quiser que eu vá ai e aperte a sua costela. – Sophia fez cara de dor e
voltou a comer. – Isso ai!
O jantar foi tão
descontraído que assim como antes, parecia que nada estava acontecendo, que
eram simplesmente Sophia e Micael de sempre. Os três continuavam no quarto de
Sophia, conversavam animadamente sobre assuntos aleatórios. Já passava das nove
quando Micael puxou o celular pra ver a hora e se deparou com mais de dez
chamadas perdidas de Fernanda.
- Puta que pariu! – Ele
exclamou ao desbloquear o telefone, que tinha colocado no silencioso desde que
seu pai ligara. – Eu esqueci da Fernanda. – Respondeu aos olhares curiosos, já
colocando o telefone no ouvido após ter clicado em chamar.
- Podia ter esquecido um
pouquinho mais. – Lua resmungou, mas ele foi capaz de ouvir e a olhou feio. –
Que foi?
- Tem mais de dez ligações
aqui, Lua. – Tentou ligar novamente, mas não teve sucesso outra vez. – E agora
ela não atende, ótimo.
- Ela já sabe da minha
gravidez? – Sophia perguntou baixo atraindo a atenção de Micael pra ela. Ele
balançou a cabeça algumas vezes, negando.
- Eu mesmo acabei de saber,
ela não tem como. – Ele seguia balançando a cabeça, desacreditado.
- Claro que tem, Douglas
sabe. – Ele fez uma careta. – E que eu saiba ele tem o telefone dela e também
sabe onde ela mora.
- Mas ela prometeu se
afastar dele, não ia ter falado com ele! – Sophia rolou os olhos e pegou o
celular, ligando para Douglas. O silêncio reinou no quarto, e então o rapaz
atendeu.
- Ei, meu amor. – Ele falou
empolgado, mesmo que tivesse com raiva dela, não conseguia trata-la mal. – Você
está bem? Está sozinha?
- Eu estou bem, já estou
até em casa. – Micael bufou.
- Você já recebeu alta? –
Do outro lado da linha, ele tinha olhos arregalados. – Mas não é cedo?
- Meu bem. – Sophia falou e
pelo canto do olho reparou na careta do Micael. – Preciso te fazer uma
pergunta. – Fez uma pausa. – Você comentou com a Fernanda sobre o bebê? – O
silêncio reinou na linha. Sophia sabia que ele seria capaz de fazer isso por
conta da raiva que sentia por Micael ser o pai de seu bebê. – Responde.
- Eu liguei pra ela hoje. –
Sophia bufou. – Nós fomos tomar um suco e eu falei sim, se você tem certeza que
o cara é o pai do seu bebê, ela merecia saber.
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