- Que ideia estupida é essa
de ligar pra mim? – Foi extremamente rude. – Onde está a Sophia e porque ela
permitiu uma coisa dessa?
- Eu trouxe Sophia para o
hospital, ela está sedada. – Foi o que bastou pra voz dele atingir um outro
nível. – Ela passou mal, eu ainda não sei o que aconteceu.
- O mesmo hospital? –
Perguntou já tirando o avental. Já passava das duas, o movimento era bem mais
fraco e o sub-chef conseguiria aguentar a onda. – Estou indo praí agora.
Micael não sabia como agir
diante da notícia, ele estava atordoado. Será que Sophia tinha perdido o bebê?
Será que estava bem? Não devia ter deixado a mulher sozinha nem por um segundo.
Saiu correndo até o carro e não se importou em dar satisfação a ninguém.
Muito tempo se passou até
que ele chegasse no hospital, pelo menos na concepção dele. Deu o nome de
Sophia na recepção e mostrou sua identidade. A mulher demorava pra preencher os
dados e isso deixava Micael ainda mais apreensivo. Quando finalmente foi
liberado para entrar na ala de internação, ele perdeu a coragem.
A carga negativa era tão
pesada. Pensar que poderia descobrir que seu filho não tivera resistido... Ele
não queria essa confirmação, não queria que lhe dessem essa notícia. Pensou em
recuar um pouco, mas não era hora. Se Sophia tinha realmente perdido o bebê,
precisaria dele mais do que nunca. Caminhou até o quarto e quando entrou, deu
de cara somente com Douglas, sentado na beirada da cama segurando uma mão de
sua Sophia.
O rosto dela estava pálido,
a bolsa de sangue pendurada trazia uma lembrava do dia em que sofrera um
acidente. Micael não falou nada, não implicou com Douglas, sequer olhou para o
rapaz, tudo o que importava para ele era Sophia novamente numa cama de
hospital.
- O que aconteceu? – Micael
tinha a voz tão baixa que era quase inaudível. Ele não olhou Douglas ao falar.
– O que foi que aconteceu com ela?! – Perguntou novamente, um pouco mais alto.
- Eu não sei. – Falou
também baixo.
- Como não sabe? – Rangeu
os dentes agora encarando o homem. – Eu sai do apartamento de manhã e ela me
disse que chamaria você. Disse que em dez minutos você chegaria lá.
- Ela não ligou pra mim. –
Suspirou. – Pelo menos não de manhã. Eu estou esperando ela acordar pra saber o
que aconteceu de fato.
- Se você não estava lá,
como que a ajudou? – Ergueu uma sobrancelha.
- Ela me ligou, mas já
passava de meio dia. – Micael se surpreendeu ao ver lagrimas nos olhos de
Douglas. – Ela me pediu ajuda, ela tinha a voz fraca e baixa. Ela pediu pra eu
não deixar o bebê dela morrer, mas eu não cheguei a tempo. – Mais lagrimas
escorriam do rosto dele, isso deixou Micael completamente sem reação. – Me
desculpa, eu não consegui ajudar, eu fiz tudo o que eu pude, eu corri de
casa...
- A Sophia perdeu o bebê? –
Forçou a voz a sair, Douglas apenas assentiu. – Ela já sabe? – Ele soltou a mão
da loira e limpou o rosto, ainda sem responder Micael.
- Não, está sedada desde
que eu entrei no quarto. – Suspirou. – Eu achei que você devia contar pra ela,
quando acordasse. – Micael assentiu, voltou a olhar o rosto adormecido de
Sophia.
- Por que você está tão
triste assim? – Ele não tinha nenhuma agressividade na voz, estava somente
curioso. – Deveria estar feliz, agora que não tem mais nenhum bebê pra impedir
vocês de ficarem juntos.
- Eu não poderia ficar
feliz com uma coisa dessa. – Disse como se fosse obvio. – Isso vai matar a Sophia
quando ela souber. Como eu ficaria feliz com algo que vai fazer tão mal a ela?
– Perguntou como se fosse obvio. – Eu não sou como você, eu realmente amo a
Sophia.
- E você acha que eu não a
amo? – Desviou o olhar da menina de novo. – Sophia foi a pessoa que eu mais
amei na minha vida.
- Não pareceu. – Se
recostou na cadeira, tinha os braços cruzados. – Nunca pareceu.
- E o que você sabe de mim?
– Estava se irritando, mas sabia que não podia, não ali.
- Sei do jeito escroto que
você tratava Sophia. – Deu de ombros. – Sempre a humilhando e pisando nela em
qualquer oportunidade que tinha.
- Pelo menos de Deus, todos
vocês agem como se ela fosse a madre Tereza de Calcutá. – Debochou. – Ela me
enganou por meses com você e sabe-se lá com mais quem por ai...
- Não teve mais ninguém,
era só eu mesmo.
- Nossa, muito obrigado por
essa informação. – Ele soltou um risinho de lado. – Não tem como eu tratar ela
bem depois de tudo.
- Sophia já tinha me dado
um pé quando você descobriu. – Deu de ombros, já tinha ouvido aquela história.
– Eu sei que não deve mudar muita coisa porque ela ficou comigo muitas vezes,
mas ela realmente se arrependeu.
- Engraçado que vocês ficam
dizendo isso, mas no dia que eu descobri, o batom dela estava borrado e por
coincidência estava em você também. – Teve raiva ao lembrar daquele dia. – Eu
não sei que término é esse.
- Aquele dia eu agarrei a
Sophia, ela nem queria nada comigo, me bateu e saiu correu, ai deu de cara com
você. – Ele deu de ombros. – Não vou mentir, eu adorei.
- Claro que adorou. –
Bufou.
- Pois é, eu ia sair do
carro no dia anterior, você se lembra? Eu ia lá falar com você. – Micael não
estava acreditando naquelas palavras. – Eu estava com tanta raiva da Sophia por
ter terminado comigo que eu ia te contar, mas eu acabei desistindo na hora h.
- A farsa não durou muito,
depois. Então não fez diferença nenhuma. – Ele fazia um esforço alto pra manter
a raiva fora de si. – Ai você conseguiu tudo o que queria, eu estava fora do
seu caminho, e você colou nela que nem chiclete, não é mesmo?!
- Eu consegui tirar você,
mas eu não sabia que isso ia levar a Sophia pro buraco junto. – Ele voltou a se
aproximar e segurar a mão da mulher. – Nós fizemos um acordo quando nos
conhecemos, era pra ser só sexo enquanto fosse bom pros dois. – Micael cerrou
os dentes. – Mas eu acabei misturando tudo, e por algum momento, eu achei que
se ela não tivesse você, ficaria comigo.
Plmds, posta mais não faça isso com uma pessoa ansiosa
ResponderExcluirO Mika não é tão mal assim ele só tá sofrendo, não vejo a hora deles voltarem 😍
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