- Não. – Ela respondeu com
um dar de ombros. – Na verdade eu não paguei nenhuma conta esse mês.
- Como assim, Sophia? –
Micael a encarou preocupado. – Por que você não pagou?
- Porque eu estou de cama!
– Ficou de pé. – Eu não estou trabalhando e também não tive tempo de ir no INSS
resolver esse problema.
- Você me disse que tinha
dado um jeito! – Lua rangeu os dentes. – O condomínio, a internet, seu cartão!
Você ficou maluca? Vai ser despejada daqui a pouco.
- Que exagero, foi só um
mês! – Rolou os olhos. – Nem era pra cortarem a luz agora, pensei que só
cortava com duas atrasadas.
- Por que foi que você não
falou comigo? – A voz de Micael era mais simpática, porem continuava
preocupado. – Eu podia pagar essas contas.
- Eu não quero que você
pague nada! – Falou alto.
- Ah claro, vai ficar aqui
no escuro o resto da gravidez, me pouca Sophia. – Andou até o quarto da mulher
e abriu seu armário, se lembrava muito bem onde Sophia guardava as contas. Sophia
seguiu ele para o quarto. – Nem adianta tentar me impedir!
- Eu não quero seu
dinheiro. – Rosnou. – Eu não quero nada de você.
- Aham, próximo passo é
passar fome, já que você não tem um centavo. – A mulher cruzou os braços com um
bico maior do que o mundo. – Nem adianta ficar de cara feia, você sabe que não vai
fazer diferença nenhuma pagar as suas contas.
- Vai, porque você vai
jogar na minha cara! – Se sentou na cama.
- Paga logo isso, Micael. –
Lua estava escorada na porta junto com o marido. – Sophia só pode estar de
brincadeira.
- Você também? – Encarou a
amiga.
- Claro, como que você
pretende viver assim? – Lua segurava a vela. – E eu também né, já que passo
mais tempo aqui do que na minha casa.
Micael usou o flash do
celular pra procurar as contas na gaveta de Sophia. Tinha muita coisa, mas ele
não demorou a encontrar. Pagou pelo aplicativo, instantaneamente. – Pronto,
estão todas pagas. Tem mais alguma? – Perguntou a Sophia que negou com a
cabeça. – Ótimo, então agora, quando você precisar de dinheiro você fala
comigo.
- Eu nunca gostei de você
pagando as coisas pra mim, imagina agora?! – Seguia emburrada.
- Você não tem que querer,
mas não pode passar necessidade sem falar nada! Vai receber um salário mínimo
do INSS, e isso não passa nem o seu cartão de crédito com a quantidade de coisa
que você gosta.
- Pronto, começou a jogar
na cara. – Deitou na cama.
- Não! – Bufou. – Eu estou
tentando dizer que você pode contar comigo.
- Awn. – Arthur debochou. –
Ele é tão fofo.
- Cala a boca, Arthur! – Eles
riram. – Vocês dois não querem ir pra casa não? – Queria ficar a sós com
Sophia.
- Tá querendo ficar sozinho
com a Sophia pra quê? – Lua sorriu maldando. – Pra vocês se matarem de ódio ou
de prazer? – A loira arregalou os olhos e Micael riu. – Já até sei a resposta.
- Ah, Lua. – Sophia
protestou. – Dá um tempo!
- É, Lua, dá um tempo. –
Ele pediu e ela assentiu.
- Qualquer coisa liga,
hein! – Avisou a amiga. – Embora eu tenha certeza de que não vai precisar! –
Caminhou até a cama e deu um beijo na amiga, logo em seguida deu um abraço em
Micael. – Juízo, vocês dois! – Micael balançou a cabeça e levou os amigos até a
porta, voltou com a vela para o quarto.
- Por que é que você fez
eles irem embora sendo que eu mandei foi você embora? – Ela falava baixo,
debaixo do edredom.
- Eu queria me desculpar
pelo meu jeito. – Se sentou na cama de frente a ela. – Eu ando estourado demais
e acabo descontando em você.
- Você faz isso há bastante
tempo. – Deu de ombros. – Eu não sou nenhuma santa, e nem vou me fazer de
vítima. Mas já deu, não já deu?
- Tudo bem, já deu. –
Suspirou. – E eu prometo que não vou pirar amanhã e te tratar mal.
- Que ótimo. – Sorriu de
lado. – Nem quando a idiota da Fernanda voltar a aparecer? – Falou com um certo
desprezo na voz.
- E você acha que ela vai
voltar a aparecer? – Ergueu uma sobrancelha, com os dias que tinham passado,
ele andava descrente. – Eu não acredito que aconteça mais.
- Vai acontecer. – Sophia
decretou. – Ela vai voltar e vai exigir que você se afaste de mim.
- Isso não tem cabimento. –
Negou fortemente. – É o meu bebê também.
- Você realmente quer
voltar com ela? – O rosto de Sophia a luz da vela estava extremamente sexy a
Micael. – É isso que quer?
- Eu estou tão confuso que
você não tem noção. – Foi sincero, raros eram os momentos em que ele abria seu
coração. – Eu amo você, Sophia. – Os olhos da loira brilhavam, ela sabia disso,
mas vê-lo assumindo depois de tanto tempo era bom demais. – Amo tanto que me
dói, mas eu não confio em você depois do que fez, não tem como confiar.
- Eu não... – Ele pôs um
dedo em sua boca, a silenciando.
- Quando a gente ficou
depois de tanto tempo foi como se tudo, por alguma fração de tempo, fosse
igual, estivesse normal. - Micael
colocou uma mecha rebelde atrás de sua orelha. – Só que a nossa realidade é bem
diferente. Eu tenho uma pessoa bacana, que parece gostar muito de mim e que não
faria o que você fez. – Agora a mulher rolou os olhos. – E você tem esse cara
que não descola de você nem pra ir no banheiro.
- Não tenho nada com o
Douglas. – Tratou de se defender. – Eu falei a verdade quando disse que ele é
só um amigo.
- Sophia! – Lançou um olhar
desconfiado. – Isso é impossível, você beijou esse cara na minha frente hoje.
- E você já cansou de
beijar a Fernanda na minha frente, não é mesmo?
- Mas eu não te trai com
ela, trai? – Ergueu uma sobrancelha. – Podia ser um outro cara, pelo menos. Mas
não, é esse filho da puta que quando está no mesmo ambiente que eu, me irrita
só por respirar.
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