- O sexo que a gente acabou
de fazer foi bem real. – Ela o beliscou. – Ai, não pode mais falar a verdade.
- Esses dias eu estava
lembrando de como a gente se conheceu. – Se afastou com um sorriso. – De como
você deu em cima de mim na cara de pau.
- Ei, foi você que pediu
meu telefone na cara de pau. – Se defendeu. – Bateu no meu Audi e quis tirar
casquinha de mim.
- Casquinha? – Repetiu. –
Queria mais que isso.
- Que oferecida, Sophia! –
Soltou uma gargalhada. – Deu nem trabalho pra conquistar.
- Ah, pronto. – Rolou os
olhos. – Você também estava bem interessado.
- É claro que eu estava,
você acha que eu ofereço jantar pra qualquer uma? – Franziu a testa. – Já te
falei que o restaurante do meu pai é caríssimo!
- Olha, jogando na cara um
prato de comida. – Ele seguiu gargalhando.
- Dois né? Porque a Liz
estava com você ainda. – Sophia lhe deu tapinhas no peito. – Puro prejuízo.
- Agora que a gente está
junto, pode fazer pato com laranja pra mim de novo! – Pediu com um sorriso e
Micael rolou os olhos. – Ah, vai... Esse nome em francês é muito estranho.
- Não é nada, já te ensinei
mil vezes. – Ela negou com a cabeça. – Você sabe que podia ter ido lá no
restaurante e pedido né? Não precisa estar namorando comigo pra pedir canard a
l’orange.
- E correr o risco de você
saber que era pra mim e cuspir no prato? – Ele soltou a gargalhada mais alta
até então. – Pior de tudo, pagar pelo prato? Não obrigada!
- Você estava gravida, eu
não ia cuspir no seu prato e o puxa saco do meu pai não ia te cobrar nada. –
Micael rolou os olhos. – Ele anda sentimental demais.
- Seu pai sempre foi um
amor! – Sophia riu. – Mas eu não quero ir lá no restaurante, eu quero que você
faça pra mim aqui mesmo.
- Você não acha que está
muito abusada? – Ergueu uma sobrancelha. – Eu cobro pra cozinhar.
- Depois diz que me ama! – Ela
fez um bico e Micael riu. – Negando comida!
- Dramática. – Fez
cosquinhas na mulher que deu um pulo gargalhando.
- Para com isso! – Estava
sem fôlego. – Sabe que eu não gosto!
- Sei, sim. – Concordou e
ficou de pé. – Vamos lá fazer um lanche!
Sophia e Micael se
divertiram na cozinha naquela noite. Fizeram um sanduíche natural de frango e
uma jarra de suco de abacaxi, que era o preferido de Sophia. Estava tudo
perfeito, nada seria mudado por nenhum dos dois.
Já passava de uma da manhã
e os dois estavam deitados na cama jogando um joguinho de palavras cruzadas no
telefone. As coisas simples divertia os dois. O jogo foi interrompido por uma
chamada no celular de Micael, um número que não estava salvo na agenda. Sophia
o encarou, ele encaminhou a chamada pra caixa de mensagem.
- Quem é essa pessoa? –
Ergueu uma sobrancelha, estava séria. – Não vai me dizer?
- É a inconveniente da
Fernanda. – Ele bufou. – Ela fica me ligando de vez em quando.
- Pra quê? – A loira estava
desconfiada. – Essa filha da puta não tem mais o que fazer?
- Eu não sei pra quê, eu
não atendi o telefone nenhuma das vezes. – Deu de ombros, ele realmente não se
importava com aquilo. – E nem faço questão de atender.
- Então deixa que eu
atendo! – Rangeu os dentes. – Eu tenho muita coisa pra falar pra essa
mulherzinha de quinta!
- Meu amor, será que a
gente pode viver a nova vida em paz? – Sophia negou com a cabeça. – Por favor,
eu já terminei com ela naquele dia, eu disse pra ela sumir e pronto. Ela deve
ter esquecido alguma coisa aqui em casa, mas eu não estou nem ai, eu não vou
atender a esse telefonema.
- A gente não vai viver em
paz enquanto eu não tiver a chance de acabar com essa fulana dos infernos. Ela
veio pra cima de mim indefesa, Micael. Eu só vou ter paz quando fizer ela comer
terra.
- Sophia, pelo amor de
Deus. – Pediu. – Eu sei que é difícil, era o nosso bebê. – Não demorou para que
os olhos da mulher se enchessem de lagrimas. – Mas a gente precisa superar pra
seguir em frente.
- Eu não consigo.
- Você vai perder o emprego
que você tanto gosta por causa dela? – Ergueu uma sobrancelha. – Se você
encontrar com ela na agência, já sabe né.
- Eu sei de tudo. – Deu de
ombros. – Mas eu tenho tanta raiva dela que eu não ligo. – Micael bufou e o
telefone tocou novamente. Sophia foi mais rápida e atendeu o telefone antes do
moreno. – O que é que você quer, vagabunda! – Gritou ao telefone e Micael rolou
os olhos.
- Que isso gente?! – Sophia
ouviu a voz de homem e tirou o telefone do ouvido para ler o nome no visor. – O
que foi que eu fiz agora?
- Porra, Arthur! – Sophia
respondeu irritada e jogou o telefone pra Micael, que atendeu rindo. Sophia foi
para o banheiro.
- Fala viado.
- O que aconteceu ai? –
Arthur ria também. – Sophia ficou louca?
- Que nada, ela achou que
fosse a Fernanda, atendeu sem ver. – Bufou. – O que quer uma hora dessa?
- A Sophia não respondeu à
Lua desde que vocês saíram daqui, ela ficou preocupada pra saber se chegaram
bem. – Micael riu, Lua era quase uma mãezona pra Sophia. – Mas já percebi que
estão ótimos.
- Chegamos bem sim, manda a
Lua parar de pensar na gente um pouquinho! – Micael brincou e ouviu o riso de
Arthur.
- Se você soubesse o quanto
eu quero isso! – Foi a vez de Micael rir já imaginando do que Arthur falava. –
Tchau!
- Valeu! – Desligaram o
telefone e Micael se levantou pra ir atrás de Sophia. A porta do banheiro
estava aberta e a mulher molhava o rosto. – Já está mais calma? – Ele cruzou os
braços e se escorou na porta.
- Difícil, mas sim. –
Fechou a torneira. – O que Arthur queria?
- Você não respondeu à Lua
desde que chegamos, ela como sua mãe ficou preocupada. – Ele debochou. – Era só
isso.
- Lua não é minha mãe.
- Mas parece ser. – Brincou
e puxou Sophia pelo braço para perto de si. – Para de se estressar atoa. Eu
também quase esganei a Fernanda, mas eu sei que ela não vale a pena.
Nenhum comentário:
Postar um comentário