Medo de Amar - Capitulo 13

- Sophia... - Ele falou baixo, não sabia como continuar aquela frase, qualquer coisa que fosse falar não seria adequado para o local em que estavam. Sophia se apressou a passar as mãos pelos cabelos, mas sabia que aquilo não adiantaria muita coisa.

- Amor, eu... - Também não conseguiu completar a frase, era uma situação muito difícil de lidar. Micael largou no chão o buquê que segurava pra pedir desculpas a namorada assim que viu o rapaz, agora recuperado, chegar e a puxar pelo braço sem nem perceber que ele estava parado ali.
- Você ficou maluca? - Ele estava bravo, Micael reparou nas manchas de batom presentes no rosto do homem, aquilo era demais pra ele. - Você não pode fazer isso comigo, está achando que é quem?
- Me larga, Douglas. - Ela puxou se braço e voltou a encarar Micael, ele franziu a testa ao ouvir aquele nome. Olhou o buquê no chão, viu quando Micael balançou a cabeça e saiu dali correndo. Não tinha mais o que dizer.
- Você não vai atras dele? - Lua falou olhando a amiga. - Chorar não vai adiantar nada!
- E ir atrás dele? - Ela se aproximou e pegou o buquê do chão. - A gente vai dizer coisas desagradáveis um para o outro.
- Você não tem que dizer nada desagradável pra ele, você está errada! - Brigou. - Uma vez na vida assume seus erros e pede perdão!
- Eu não sou um erro. - Douglas falou e se aproximou. - Você não precisa ir pedir desculpa pra ele, você pode ficar comigo! - Ele tinha um sorriso. - Agora que ele sabe, a gente pode ficar junto.
- Eu não amo você, Douglas! - Ela falou alto. - Eu nunca vou amar, para de insistir nisso, eu não quero mais ficar com você! - Botou o buquê na mesa, pegou o celular e a bolsa e saiu do trabalho, sem dar qualquer satisfação a chefe.
- A Sophia vai se arrepender de me esnobar dessa forma. - Falou sozinho e bufou, logo em seguida voltou para o camarim que estava ha pouco.

Sophia parou um táxi e foi sem hesitar pra casa de Micael, não sabia o que fazer, não sabia o que falar, mas não podia deixar que seu namoro escorresse assim por seus dedos. Quando chegou, bateu muitas vezes antes de se sentar na porta. Não sabia se ele estava lá dentro ou não, mas não sairia dali até que conseguisse falar com ele.
Micael demorou tanto que Sophia dormiu na porta da casa. Quando ele chegou, já de madrugada, tomou um susto ao encontrar a mulher ali. Mexeu nela com o pé, ela acordou no susto e ficou de pé.
- O que você está fazendo na porta da minha casa? - Ele falava baixo, mas tinha o rosto sério.
- Esperando pra falar com você. - Pegou o celular e viu que já passava de duas da manhã. - Estou aqui desde as três da tarde, onde você estava?
- Esta aqui desde a hora que eu peguei você no flagra depois de uns pegas com o seu amante? - Ele ergueu uma sobrancelha.
- Não foi isso que aconteceu, você não me deixou explicar nada! - Ela falava alto, ele soltou uma risada debochada.
- E qual a explicação? - Cruzou os braços. - Você estava com o cabelo bagunçado, com o batom borrado e aquele cara que chegou depois, por coincidência, tinha a boca manchada do que parecia ser batom também, e olha só a coincidência mais louca, o nome dele é Douglas.
- Será que podemos conversar lá dentro? - Ela se abraçou devido a brisa fria que passou por ela.
- Eu não quero você dentro da minha casa. - Estremeceu com a resposta mais fria do que o vento. - Eu nem quero falar com você mais.
- Você nem me deixou falar nada sobre o que aconteceu, explicar! - Ele abriu a porta.
- Explicação de novo? - Bufou. - Você vai me falar a verdade? Ou você vai me enrolar com um monte de mentiras?
- Eu prometo que eu falo a verdade. - Ela não teve coragem de encarar-lo. - Se você me escutar, sem julgar.
- Sem julgar? - Ele riu e entrou na casa seguido da mulher. Jogou a carteira e a chave do carro na mesinha de centro e se recostou no braço do sofá. - Está esperando o que pra começar a contar toda a sujeira  que você esconde?!
- O Douglas... ele... - Não conseguia confessar aquilo, era muito difícil.
- Há quanto tempo? - Ele perguntou sério. - A quanto tempo você me faz de trouxa.
- Alguns meses... - Ela falou entre lagrimas. - Mas eu tinha parado, eu terminei, eu juro.
- Você terminou? - Ergueu uma sobrancelha. - Como você tem cara de pau de vir aqui? Como você tem coragem de olhar na minha cara depois de tudo isso?
- Eu amo você. - Deu um passo pra perto dele, mas ele saiu de perto. - Eu sempre amei.
- Pelo amor de Deus, Sophia. - Explodiu. - Toma vergonha nessa sua cara!

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