Medo de Amar - Capitulo 31


Ele evitou olhar para ex namorada caída no chão ainda desacordada, era muito pra sua cabeça pensar que tinha chegado a tal extremo por conta dele, por conta de sua rejeição. Ele viu o HB20 preto chegando e parando atrás do carro que tinha atropelado Sophia. Olhou a confusão no local, muitos curiosos tinham saído da festa pra ver o que acontecia ali. Ele apertou o alarme do carro e caminhou com as mãos no bolso, devagar para o meio da confusão.

Os olhos de Micael acompanharam quando sua namorada saiu de perto dele, de Mel de do Chay pra falar com Douglas. Ele os viu se abraçar, ele viu a forma intima com que conversavam. Fernanda gesticulou pra trás, e os olhos dos dois homens se encontraram. Douglas riu, levando Micael ao auge da raiva, mas ali não era lugar pra brigas, não com Sophia caída no chão.

- Ei, o que faz por aqui?! – Fernanda se aproximou e deu um abraço em seu amigo. Sua expressão era triste.
- Eu vim buscar a Sophia nessa festa da Lua, e você? – Franziu a testa. – Eu não sabia que era tão amiga da Lua assim.
- E não sou, foi coincidência. – Ela sorriu. – Vim com meu namorado. – Apontou para trás e Douglas seguiu seu dedo encontrando o olhar de Micael.
- Puta merda, você está namorando o ex namorado da Sophia?! – Ele soltou um riso e a mulher assentiu. – Acho melhor você se afastar de mim.
- Ei, já deu tanta confusão com a coitada da Sophia hoje. – Fez uma careta triste.
- Quando esses dois estão no mesmo lugar, sempre tem confusão. – Ele riu de novo.
- Como você sabe disso? – Estava curiosa.
- Isso é uma longa história que o seu namorado com certeza vai explicar quando pedir pra você se afastar de mim. – Seguia bem humorado. – Mas me conta, porque toda essa confusão aqui?
- Sophia se jogou na frente desse carro. – Apontou para o carro perto deles. – Já chamamos a ambulância, mas ao que parece ela não está nada bem. – Ele arregalou os olhos, toda brincadeira sumindo.
- A Sophia o quê? – Ele falou tão alto que mesmo longe, Micael conseguiu ouvir o grito que ele deu. Douglas balançou a cabeça antes de lagar Fernanda falando sozinha e correr para o centro de toda confusão. Não olhou Micael ao passar por ele, precisava vê-la, precisava constatar que aquilo era mentira. Caiu de joelhos ao lado da loira ao constatar que era verdade, ao não ver seus olhos azuis abertos, ele entrou em desespero, querendo tirar a menina dali.
- Não mexe nela. – Lua pediu também ajoelhada do lado da menina. – Pode piorar a situação que a gente não sabe como tá. – Fungou. Já tinha soltado a mão da menina. – Eu nunca pensei que ela fosse fazer uma coisa dessa comigo.
- Eu não entendi direito o que aconteceu ainda. – Lua balançou a cabeça. Não queria falar, não queria reviver a cena de novo. Ficou aliviada quando ouviu o barulho da ambulância e não precisou responder. Todos se afastaram enquanto os paramédicos colocavam o colar cervical e tiravam ela do chão, já deitada na maca.
- Alguém vai junto? – Um homem perguntou e Douglas deu um passo à frente.
- Eu vou! – O paramédico balançou a cabeça e ele ia entrando na ambulância.
- Você vai largar seu carro aqui no meio do nada desse jeito? – Lua perguntou. – E você vai precisar dele pra levar a Sophia em casa depois. – Ele enfiou a mão no bolso e tirou a chave, logo em seguida entregou a Lua.
- Leva o carro pra mim depois? – Ela assentiu várias vezes. Douglas deu um beijo na cabeça de Lua e entrou na ambulância. Entregou um cartão a loira. – Me liga pra eu poder falar como ela está enquanto vocês não chegam lá.
- Obrigada. – Ela sussurrou, mas a ambulância já tinha partido. Lua olhou a poça de sangue no chão e fungou mais uma vez. Antes de suspender o vestido e sair correndo pra dentro do salão. Os convidados começaram a ir embora, visto que depois de toda aquela confusão, a festa já estava mais que arruinava, mas àquela altura do campeonato, Lua pouco se importava.
- Onde você vai? – Arthur perguntou a esposa, ela estava no salão, escorada a mesa que anteriormente todos estavam sentados, tirando os sapatos de salto. – Você está muito alterada, não pode sair daqui desse jeito.
- Eu vou em casa tirar esse vestido e vou atrás da minha amiga.  – Disse sem encarar Arthur enquanto fazia um coque no cabelo.
- Eu não vou deixar você dirigir o carro daquele cara nesse estado! – Ele brigou. – É perigoso pra vocês dois. Eu levo você. – Ele tentava manter a voz calma. – Pensa no nosso bebê. -  Àquela altura, praticamente só os cinco amigos e Fernanda ocupavam o salão. – Se acontece alguma coisa com vocês dois também...
- Eu prometi levar o carro. – Ela passou a mão no rosto, borrando ainda mais, não haveria maquiagem a prova d’agua que sobrevivesse após tanta lagrima. – Ergueu a chave.
- Deixa que eu levo o carro para o hospital. – Fernanda falou e Micael arregalou os olhos. – Eu vou em casa trocar de roupa e encontro vocês lá.
- Você não vai dirigir o carro daquele idiota. – Micael virou Fernanda antes que ela pegasse a chave da mão de Lua. – De jeito nenhum.
- Quem está sendo idiota aqui é você! – Ela rebateu. – Aconteceu um acidente aqui, ela se jogou na frente de um maldito carro. Não é hora pra ciúmes.
- Não, Fernanda. – Ele se manteve firme. – Isso está fora de cogitação.
- Desde quando você é tão insensível? – Ela cerrou os olhos encarando Micael. – Ela foi sua namorada por sei lá quanto tempo. Ela pode morrer e você não está nem ai?
- E você se importa com isso por que mesmo? – Cruzou os braços.
- Puta que pariu. – Não respondeu o namorado e se virou pra Lua. – Me dá as chaves. Vou tentar encontrar vocês lá em no máximo uma hora, pode ser?! – A mulher com os cabelos cacheados assentiu várias vezes.
- Se você entrar naquele carro, você pode me esquecer! – Ameaçou uma última vez e segurou seu braço, a mulher ainda mais irritada puxou o braço com força.

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