Medo de Amar - Capitulo 49

- Para de drama. – Ela riu. – O que tem ai?!

- Tu não larga de ser curiosa hein? – Ele realmente estava bem humorado. – Roupas, escova de dentes, gel pro meu cabelo... – Ela gargalhou do último item.

- Você sabe que tem tudo isso aqui né? – Ergueu uma sobrancelha quando controlou as risadas. – Não sei pra que trouxe.

- Como assim? – Não era possível que ela não tinha se desfeito de nada. Já havia passado três meses.

- Ué, está tudo ai. – Deu de ombros sem se importar. – Nem mexi em nada.

- Já terminamos tem três meses, alguém te avisou? – Ele brincou.

- O que você fez com as minhas coisas? – Ela questionou e ele ficou um pouco sem graça. – Micael!

- Eu queimei todas, eu disse que ia fazer isso! – Falou de uma vez e riu da cara de surpresa da mulher a sua frente. – Ah, não faz essa cara!

- Eu tinha uns vestidos lindos na sua casa! – Fez um bico e Micael se mudou pro sofá próximo a ela. – Você podia pelo menos ter me devolvido!

- Eu tinha raiva o suficiente pra fazer um grande fogaréu no quintal. – Deu de ombros. – Além do que eu não queria te ver. – O bico se Sophia ficou ainda maior, seus olhos marejados. Estava extremamente sensível. – Não precisa chorar por causa de roupa velha.

- Essa sua visita já começou mal. – Se levantou e caminhou até o quarto, seguida pelo homem. – Não quero mais conversar.

- Sophia, não seja difícil, a gente estava brincando! – Ele se sentou na cama, bem próximo dela. – Não devia ter queimado, mas agora também já era. – Se manteve em silencio. Ele ergueu a mão pra pousar em sua barriga, mas precisava de permissão. – Será que eu posso?

- Você não merece. – Disse ainda brava, mas não demorou a afrouxar a careta e sorrir a Micael. – Se eu não tivesse consciência do quão filha da puta eu fui com você, eu não ia tentar entender você queimando minhas coisas. – Ele ergueu uma sobrancelha. – Sorte a sua.

- Grande sorte mesmo! – Debochou. – Posso? – Ela tirou a mão e deixou que ele a tocasse. Ergueu um pouco a camisa e Micael sorriu ao tocar em sua barriga dura. Era a primeira vez que ela o deixava fazer isso de verdade, ainda não tinha se sentido a vontade pra deixar que ele lhe encostasse. – Papai te ama, filhão. – Ele disse perto de Sophia e lhe deu um beijo na barriga. Aquele simples gesto fez com que arrepiasse o corpo inteiro da mulher, já que havia muito que não tinha estado com ninguém. Tirou a mão dele num tapa e tentou se afastar. – O que foi que aconteceu?

- Eu quero ficar sozinha! – Pediu tentando controlar o tesão acumulado.

- Sophia, o que eu fiz de errado? – Ele não conseguia entender, pensou que fosse raiva. – Me desculpa se eu invadi seu espaço com o beijo, é que eu não achei que tinha nada demais.

- E não tem, é que... – Ela pausou e lhe despertou a curiosidade. – É que meus hormônios estão fervilhando, portanto, fique longe de mim.

- Ah, agora eu entendi. – Sorriu, gostou de saber que ele ainda lhe atiçava. – E se eu não quiser sair. – Falou perto do ouvido dela.

- Micael, por favor! – Gemeu. – Eu estou grávida e grávidas não podem passar vontade.

Micael não sabia o que tinha lhe acontecido naquele momento, se foi somente desejo, se foi por sua carência e vulnerabilidade ou simplesmente porque era Sophia que estava a sua frente, praticamente lhe implorando sexo. Ele a segurou pela nuca e a beijou forte, não pensou nas consequências.

O beijo continua volúpia, nenhum dos dois sentia vontade de parar e Sophia podia sentir a cada momento como seu corpo reagia ao de Micael, era instantâneo, bastava um toque e já estava pronta pra ele. Sentiu uma das mãos de Micael roçar o elástico de seu short. Sorriu em antecipação e soltou um gemido quando um dedo do moreno o acariciou.

Quando ele tirou sua mão dali, ela se sentiu só, mas observou Micael erguendo sua blusa pela bainha e a arrancando. Seus seios agora expostos eram observados com certa adoração por Micael. Ela sabia que era desejada e gostava disso.

- Eu não sei se devemos fazer isso... – Ele hesitou ao tirar sua própria roupa. Sophia ficou decepcionada por alguns instantes, acreditando que estava arrependido por Fernanda, mas a realidade é que em nenhum momento ele tinha pensado na namorada. – O bebê...

- O médico liberou. – Ela sussurrou no ouvido de Micael. – Eu perguntei na última consulta quando você não estava ouvindo. Logico que não posso fazer muitas coisas, mas também não... – Ele não a deixou terminar e arrancou o pequeno short que a cobria. Agora ela estava nua e pronta pra ele.

Se deitou atrás de Sophia e o sexo se deu naquela posição, de lado. Não podiam extrapolar, mas nenhum dos dois reclamaria, estava sendo o melhor sexo para os dois, pelo menos nos últimos meses. Não demoraram a chegar ao orgasmo, era muito tesão envolvido e nenhum dos dois aguentou.

Agora, os dois respiravam ofegantes na cama, ainda nus e ninguém falava nada. Só agora Micael se permitiu pensar na namorada. Criticou tanto Sophia por tê-lo traído e acabara de fazer a mesma coisa com alguém que confiava nele. Fernanda não merecia aquilo.

- Está tudo bem? – Ele perguntou quando repousou a mão na barriga de Sophia novamente.

- Sim. – Deu de ombros. – Não fizemos nada demais.

- Ah, nós com certeza fizemos! – Ele balançou a cabeça e se levantou pegando a roupa caída no chão.
 
- Já bateu o arrependimento? – Ela sabia que chegaria, ficou feliz que tivesse acontecido depois que já tinham acabado. Ele não respondeu – Entendi.

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