Medo de Amar - Capitulo 50

- É claro, eu falei tanto e te julguei tanto, e fiz a mesma coisa que você. – Sentou na cama novamente com as mãos na cabeça. – Eu sou um idiota mesmo!

- Que exagero. – Ela rolou os olhos. – Qual é, você nem ama essa menina, vocês namoram tem um mês.

- Sophia! – A encarou e ela sorria. – Será que dá pra parar, você não está ajudando.

- Ok, me desculpa então. – Ela ergueu as mãos. Eu vou tomar um banho.

- Eu também vou. – Falou tão baixo e logo se levantou e saiu do quarto, indo tomar banho no banheiro que tinha no corredor, enquanto Sophia foi no que tinha no seu quarto.

Mais tarde, Sophia estava no quarto e Micael na sala, ele pensava e repensava numa forma de contar a namorada o que tinha acontecido, mas sabia que não seria nada fácil. Ouviu o barulho da geladeira se abrindo e olhou pra trás, logo depois foi até a cozinha e se debruçou no balcão.

- Você não devia se levantar. – Ele a repreendeu, mas ela ainda tinha um sorriso. – Era só me chamar que eu te levava água.

- Você está no seu surto de consciência pesada, não quis atrapalhar. – Ele balançou a cabeça e sorriu.

- Como você consegue ser assim hein? – Estava um mais bem humorado em relação há mais cedo. – Essa tranquilidade toda, o que fizemos foi errado.

- Eu não estou nem ai, eu não gosto daquela mulher. – Micael riu ainda mais.

- Mas eu gosto. – Fez uma careta. – Se quiser me ensinar uma tática pra eu olhar na cara dela e fingir que nada nunca aconteceu vai ser bem vindo, afinal você é ótima nisso. – Ele debochou e Sophia cuspiu toda a água que tinha colocado na boca. Estava tossindo, engasgada. Micael deu a volta pra entrar na cozinha e ajuda-la, mas ela ergueu uma mão o impedindo. Não queria ajuda.

- Você é ridículo. – Ela agora estava com raiva.

- Eu pensei que estávamos brincando. – Ele cruzou os braços. – Nem falei nada tão grave assim.

- Não, não. – Debochou e saiu da cozinha, mas dessa vez se sentou no sofá da sala. – E você, o senhor certinho, vai fingir que nada aconteceu? – Ela o observou caminha lentamente e se sentar no outro sofá.

- Não. – Soltou um longo suspiro. – Eu não saberia fazer isso, eu vou conversar com ela.

- Você vai contar? – Sophia arregalou os olhos, estava realmente surpresa.

- Eu não tenho costume de esconder nada das minhas namoradas, Sophia. – Alfinetou mais uma vez. – Depois eu converso com ela e vejo no que dá.

- Filma a cara dessa lambisgoia pra eu ver? – Juntou as mãos, implorando. – Por favor!

- É claro que não! – Ele negou rindo, aquilo era um absurdo. – Para com essas ideias toscas. – A mulher o acompanhou na risada. – Isso não vai acontecer.

- Como eu queria ser uma mosquinha. – Ela suspirou e se deitou no sofá. – Ensaia já o que vai falar, é algo bem difícil de admitir.

- Ah, eu imagino que seja, já que você não conseguiu falar, não é mesmo Sophia? – Apesar o assunto e das alfinetadas, o clima continuava leve entre os dois.

- Eu estava ensaiando como dizer, mas no final nem deu tempo, não é mesmo Micael? – Disse no mesmo tom que ele, mas soltou uma risada. – Você foi mais rápido que eu.

- Se a gente permitir que esse assunto se prolongue, a gente vai acabar brigando. – Ele avisou. – Vamos deixar as lembranças e a Fernanda lá atrás e vamos ver um filme?

- Vai fazer pipoca com bacon? – Ele ficou de pé com um sorriso, sabia o quanto ela adorava pipoca com bacon. – Por favooooor!

- Eu vou lá fazer e você escolhe um filme. – Ela assentiu e o viu sair da sala. Estava empolgada, sabia que o bebê tinha feito o coração dele amolecer em relação a ela, sentia alguma esperança de que talvez, tudo ficasse bem.

Quando Micael voltou pra sala com o balde de pipoca ele se sentou ao lado de Sophia, que não demorou a se escorar nele quando o filme começou. Deitada em seu colo e recebendo carinhos no cabelo, Sophia acabou cochilando na metade do filme, Micael se deu conta ao perceber que ela não estava mais comentando. Sorriu ao vê-la adormecida, tinha esse costume de cochilar no meio dos filmes e depois fingir que nada aconteceu.

- Por que você teve que fazer aquilo? – Perguntou a Sophia adormecida. – Eu te amo tanto, eu sempre te amei tanto. Era pra gente estar vivendo o momento mais feliz da nossa vida, era pra gente estar planejando um casamento...  – Ficou triste novamente. Eram tanto planos que tinha feito, tantos sonhos a realizar com ela. Tirou os olhos da mulher e voltou a prestar atenção no filme, sabia que já já ela acordaria fingindo que nada aconteceu. Dito e feito, ela acordou quase no final do filme e fingiu que tinha assistido tudo.

Mais tarde Micael fez a janta e levou pra Sophia na cama, ela sorriu ao receber o prato. No fundo amava todo esse mimo que recebia. O moreno comeu com ela, na cama. Eles conversavam empolgados.

- Você acha que vai ser um menino? – Micael perguntou olhando para o teto. Estava deitado ao lado de Sophia na cama. – Queria que fosse menino.

- Eu queria menina. – O sorriso que se formou nos lábios dela era bem espontâneo. – Chama-la de Carla.

- Carla? – Ele franziu a testa e encarou a loira. – Por quê?

- Eu acho um nome bonito, simples e bonito. – Deu de ombros. – Também gosto de Luiza, mas ai teria que ser Maria Luiza, pra gente chamar ela de Malu.

- Malu... – Repetiu se acostumando. – Sabe que eu gostei da ideia? Você até que tem bom gosto.

- Eu sei que tenho. – Deu um beijinho no ombro. – Eu não consigo pensar em nome pra menino. Eu gosto de nomes comuns, mas são todos tão...

- Sem graça? – Ele completou rindo. Achava a mesma coisa. – Eu também acho bem difícil. E se a gente escolher um nome americano?

- Vai ficar super estranho né? – Foi a vez da mulher rir. – Nada a ver.

- Ah, que isso. – Ele deu de ombros. – Eu gosto de Liam, gosto de Noah.

- Noah é bem bonito mesmo! – Considerou por um momento. – Acho que já temos os nomes, falta só saber se vai ser a Malu ou o Noah. – Acariciou a barriga. – Estou tão ansiosa.

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