Medo de Amar - Capitulo 51

- Isso porque você não sabe como que eu estou! – Ele riu. – Esse bebê vai ser o bebê mais mimado da história.

Mais tarde Micael foi para o quarto de hospedes dormir e deixou Sophia sozinha. Os dois demoraram muito tempo pra pegar no sono, mas no final, conseguiram. Na manhã seguinte Micael deu café a Sophia, deixou um prato com almoço dentro do micro-ondas para que ela esquentasse, e saiu, pouco antes de meio dia, para o restaurante.

Sophia ficou sozinha por algum tempo, estava acostumada a sempre ter alguém ali, se sentiu mal ao estar sozinha, mas era sua realidade, estaria sempre sozinha.



- O que você está fazendo aqui? – Micael perguntou com a testa franzida ao ver a namorada o esperando em frente casa. – Marcamos alguma coisa?

- Não, eu fiquei com saudades, tem uns dias que a gente não se vê e você quase não fala comigo direito, pensei que talvez pudéssemos ficar juntos hoje. – Se aproximou para beijá-lo, mas a culpa que ficava maior a cada segundo, fez com que ele saísse rápido do beijo. – O que foi?

- Preciso ir ao banheiro. – Ele falou e ela riu. Tratou logo de abrir a porta da casa e saiu correndo, se trancando no cômodo. Ficou de pé na pia e jogou água sobre o rosto, precisava se acalmar, já que tinha decidido contar a ela, não podia ser covarde. Resolveu tomar um banho antes de sair, precisava disso.

- Demorou! – Fernanda estava sentada na cama de Micael, com as pernas cruzadas e sorriu ao ver o namorado somente com a toalha presa na cintura. O cabelo escorrendo e meio bagunçado, amava o cheiro pós-banho dele. – Pensei que nunca mais ia sair do banheiro. – Ficou de pé e foi até ele, o abraçando.

- Nós precisamos conversar sobre algumas coisas. – O nervosismo dele era palpável. Fernanda se afastou com uma careta. – Coisas sérias.

- Você está muito estranho. – Cruzou os braços e não desfez a careta. – O que foi que aconteceu?

- Será que eu posso botar uma roupa antes? – Apontou pro armário e logo vestiu uma cueca e uma bermuda qualquer. – Então...

- Para de enrolar. – Pediu de uma vez. – Você foi passar a noite no apartamento da Sophia ontem, só pode ter a ver com ela.

- E tem, mas não é dela que eu quero falar. – Ele não tinha coragem de encarar a namorada.

- Você vai terminar comigo? – Ela estava tentando prender as lagrimas. – Se for isso, fala de uma vez! – Estava brava e ele nem sequer tinha dito ainda.

- Eu não vou terminar com você. – Bufou, como se fosse obvio. – Eu acho que vai ser ao contrário.

- Eu vou terminar com você? – Ela ergueu uma sobrancelha. – Eu não faria uma coisa dessas, a menos quê... – Ela se interrompeu, tentou olhar nos olhos de Micael, mas ele mantinha a cabeça baixa. Não demorou meio minuto pra conseguir entender o que tinha acontecido. – Você ficou com ela? – Suas lagrimas reprimidas agora rolavam livres. – Me responde, Micael! – Pediu depois do silêncio que ele fez.

- Aconteceu... – Ele não sabia como explicar ou como pedir desculpas. Sophia tinha razão, confessar aquilo era muito difícil, e ele nem a amava. Agora conseguia entender o desespero de Sophia naquele dia em que descobrira, as vezes que disse que queria explicar, sendo que não tem explicação. Entendia tudo, estava arrependido, mas isso não valia de nada pra Fernanda.

- Aconteceu?! – Esbravejou. – É só o que vai me dizer? – Tentou secar as lagrimas, mas outras as seguiam rápido.

- Eu não entendo, estava com ela, falando do bebê e em seguida... – Ele ainda não tinha conseguido completar nenhuma frase. – Eu me arrependi do que fiz, eu sei que foi errado, mas...

- Mas você não resistiu a ficar com o grande amor da sua vida, não é mesmo? – Debochou. – A mãe do seu bebê, sua eterna namorada.

- Ei, para com isso, foi um deslize, eu estou te contando porque não vai acontecer de novo, eu me deixei levar, mas não vai mais acontecer. – Levou a mulher ao auge da raiva.

- Você me traiu com a mulher que traiu você, Micael! – Ela esperneava, avançou em Micael e começou a lhe dar socos no peito. – Eu não acredito que você fez uma coisa dessa!

- Eu estou pedindo desculpas! – Ele falava como se fosse o suficiente. – Eu sei que eu errei, mas eu me arrependi.

- Se arrependeu depois que gozou né? – Lhe acertou um tapa na cara. – Por um acaso você gostou do que sentiu quando descobriu que foi traído? Porque pra fazer comigo também, sabendo a dor que eu ia sentir, com certeza você gostou.

- Fernanda, eu contei porque quero fazer as coisas certas. – Segurou em seus cotovelos. – Eu não quero ficar com ela, eu quero continuar com você.

- Devia ter pensado nisso antes de meter um chifre em mim, como ela meteu em você. – Puxou os braços pra que ele a largasse. – Pelo visto o bebê apagou tudo. Vocês dois são iguaizinhos, se merecem. – Pegou a bolsa que estava em cima da cama e já ia saindo do quarto.

- Você vai terminar comigo? – Ele perguntou com a voz baixa. – Por favor, tira um tempo, pensa, mas não faz isso assim de cabeça quente.

- Eu não vou suportar você o tempo todo atrás dela! – Ela também dia abaixado o tom de voz. – Eu já não suportava antes, agora ficou ainda mais difícil!

- Mas ela está gravida, eu sou pai. – Fernanda bufou e saiu dali, antes de passar pela porta ela encarou Micael por mais um instante.

- Eu te ligo pra dizer o que decidi. – Ele sorriu esperançoso, mas a mulher bateu a porta sem nem dizer tchau, como era idiota.


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